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Mais da metade das crianças e dos adolescentes estão com carteira de vacinação desatualizada, diz governo

Cobertura vacinal de 2016 foi a menor nos últimos dez anos, informa Ministério da Saúde. Pasta espera que 47 milhões procurem postos de saúde em campanha que vai até o dia 22

Por Raquel Morais, G1, Brasília

Ministério da Saúde informou nesta quarta-feira (13) que 53% das crianças e adolescentes de até 15 anos estão com as cadernetas de vacinação desatualizadas no Brasil. A pasta disse ainda que a cobertura vacinal de 2016 foi considerada a menor nos últimos dez anos.
Levantamento do órgão aponta que 760 mil crianças de até 1 ano não receberam a vacina BCG; 950 mil ficaram sem a vacina da hepatite B; 470 mil sem a pneumocócica e rotavírus; 320 mil sem a pentavalente; 790 mil sem a da poliomielite; 240 mil sem a da meningite C; e 1,1 milhão sem a da febre amarela.

Nos bebês com 1 ano, 150 mil não receberam tríplice viral; 470 mil ficaram sem a pneumocócica; e 180 mil também não receberam o primeiro reforço contra meningite C (confira, ao final do texto, mais detalhes sobre cada vacina). Com esse panorama, a expectativa do governo é que 47 milhões de pessoas recorram a um dos 36 mil postos disponíveis em todo o País até o dia 22 de setembro, quando se encerra a campanha nacional de multivacinação que começou na segunda-feira (11).

Segundo a coordenadora, apesar da baixa cobertura, não se pode apontar que haja uma tendência de diminuição da vacinação no País, de qualquer modo, diz ela: “não queremos que isso se repita em 2017”. A menor cobertura vacinal ocorre na região Norte do País, de acordo com o ministério. Ainda, a maior preocupação da pasta é com relação à difteria e sarampo, que já têm casos em outros países. Em 2017, informou Adeilson Loureiro Cavalcante, secretário de Vigilância em Saúde, foram registradas mortes por sarampo na Alemanha, Portugal, França, Itália, Bulgária e Romênia. Além disso, houve 324 notificações de difteria e oito casos de sarampo na Venezuela.

Por que a cobertura está mais baixa?

Segundo Jurandi Frutuoso, informações divulgadas nas redes têm contribuição na baixa cobertura. “Eu me preocupo com o que está havendo aqui. […] É preocupante o quadro. Você tem uma tendência de redução da cobertura vacinal por vários motivos. Entre eles, campanhas na internet de que vacinar não é bom”, completou.

Um outro ponto destacado por Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, é que as vacinas podem ter sido vítimas do seu próprio sucesso. “Elas [as vacinas] fazem desaparecer doenças. O público entende que não tem mais sarampo, rubéola, difteria e acha que não tem mais sentido se vacinar contra”, diz.

No entanto, apesar do Brasil vivenciar as menores taxas da última década, aponta Kfouri, as coberturas vacinais brasileiras ainda são altas em relação ao restante do mundo. “Temos um programa reconhecido como um dos melhores não só pela quantidade que ofertamos, mas pelo quanto atingimos”, explica.

Campanha de multivacinação quer estimular procura por postos
Até o dia 22 de setembro, todas as imunizações consideradas “obrigatórias” serão oferecidas nos postos de saúde para estimular a população a atualizar as cadernetas. A ação está focada em crianças e adolescentes de até 15 anos, e a recomendação é que outros grupos só busquem os postos depois, para evitar sobrecarga do sistema.

Ao todo, 350 mil profissionais estão envolvidos na campanha. Foram disponibilizadas 14 milhões de doses extras de vacinas. Até agora, já haviam sido distribuídas 143,9 milhões de doses.

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Foto: Luiza Garonce/G1