Uma gaze esquecida dentro da barriga de uma mulher a fez voltar para a mesa de cirurgia na última quinta-feira, 2. O material cirúrgico foi deixado em seu abdômen durante um parto cesariana realizado na Santa Casa de Franca, cidade de Franca – SP, no dia 19 de fevereiro.
Muito abalada, e ainda se recuperando da cirurgia, a mulher GSMR preferiu não dar entrevista. Mas sua sogra, a doméstica Odete Mendes Rodrigues, 50, relatou ao Comércio que, no dia 19 de fevereiro, a nora deu à luz o seu segundo filho na Santa Casa. Segundo Odete, desde que o procedimento cirúrgico foi feito, GSMR vinha reclamando de dores abdominais. Mas foi durante uma consulta pós-parto, realizada na UBS (Unidade Básica de Saúde) do Aeroporto I, que a nora teve uma grande surpresa: havia uma gaze em seu abdômen.
“O próprio médico da UBS identificou que tinha alguma coisa errada e pediu um ultrassom. Foi quando identificaram que tinha uma gaze. Mas, antes de determinar o seria feito, ela teria que fazer outro ultrassom. Esse médico foi um anjo na nossa vida. Ele encaminhou minha nora para o consultório particular dele e, de lá, já marcou esse outro ultrassom. Não pagamos nada”, contou Odete, dizendo ainda que o médico responsável pelo segundo ultrassom foi quem encaminhou sua nora para a Santa Casa onde, na última quinta-feira, 2, ela passou por uma nova cirurgia para a retirada da gaze.
Segundo familiares, uma infecção foi identificada na região do abdômen da paciente onde a gaze ficou alojada. Ela teve que ficar internada mais três dias após o segundo procedimento cirúrgico. “Quando fez a segunda cirurgia, ela já estava com infecção. Também teve que tomar anestesia geral, o que nunca é bom, além de usar sonda. Isso sem falar do bebê recém-nascido ter ficado sem a mãe todos esses dias que ela ficou internada”, disse Odete.
A doméstica afirmou que a família não pretende entrar na Justiça contra o médico que fez o parto de GSMR ou contra a Santa Casa. “Não queremos processo, queremos que eles façam as coisas com mais amor e mais cuidado. Nosso interesse também é tentar alertar todo mundo para que casos como o da minha nora não voltem a acontecer.”
Procurada na tarde de ontem, a assessoria de imprensa da Santa Casa de Franca disse que iria apurar o caso, mas que não teria condições de enviar uma resposta ao jornal nessa segunda.
Fonte: http://gcn.net.br/
Foto: divulgação SCF