Polícia investiga morte de recém-nascido em posto de saúde de Joinville, SC

Bebê, que nasceu vivo, foi dado como morto por médica e prontuários revelam erros de procedimento.

O parto, momento normalmente lembrado com muita alegria pelas mães, tornou-se uma terrível lembrança na vida para uma joinvilense de 29 anos e virou caso de polícia. Em março, Eugênia (nome fictício) procurou atendimento no Pronto-Atendimento 24 horas (PA Leste), em Joinville, com cólicas e sangramento. De acordo com o que foi relatado no prontuário médico feito na unidade, ela esperava atendimento quando passou mal e foi para o banheiro, onde entrou em trabalho de parto. Eugênia, que estava com 24 semanas de gestação, alegou não saber que estava grávida.

Sozinha, ela deu a luz a um bebê do sexo masculino de 800 gramas. A história, que poderia ter tido um final feliz, teve o pior desfecho. A criança foi dada como morta pela equipe médica do PA Leste, sendo colocada em um saco plástico e enviada em uma ambulância para a Maternidade Darci Vargas. Durante o trajeto, a mãe notou que o recém-nascido estava se mexendo dentro do saco plástico. A criança estava viva. Na maternidade, o recém-nascido recebeu atendimento e chegou a ser encaminhado para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal, mas morreu horas depois.

As anotações da profissional da saúde que atendeu ao recém-nascido na maternidade, obtidos com exclusividade pelo jornal Notícias do Dia, deixam claro que a criança chegou sem oxigênio, incubadora ou qualquer outro atendimento emergencial. Profissionais da área opinam que a criança poderia ter sobrevivo se reanimada ainda no PA, antes de ser encaminhada ao hospital. Nas palavras de um médico de Joinville que preferiu não se identificar, houve erro médico no PA Leste. “Se eles achavam que o bebê estava sem vida, não tem explicação de mandar a criança para a maternidade desse jeito, em um saco plástico. E se estava morto, fica no PA e vai para o SVO (Serviço de Verificação de Óbito)”.

Números da Maternidade Darci Vargas colaboram para a hipótese de que o bebê poderia ter sobrevivo. Com base no histórico de partos na unidade, recém-nascidos prematuros, com até 24 semanas de gestação (quase seis meses), têm 80% de chances de sobreviverem. Indefeso, o menino nascido no PA Leste não teve chance alguma.

O caso foi denunciado para o MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) e será investigado pela Polícia Civil. As duas médicas que atenderam à mãe e ao bebê no PA Leste podem responder criminalmente pelo caso. Uma delas é servidora municipal desde o ano passado e a outra exerce a função há mais de cinco anos.

O Cremesc (Conselho Regional de Medicina do Estado de Santa Catarina) também está ciente do caso, mas não se posicionou sobre possíveis desdobramentos. Nos bastidores, profissionais da saúde que ficaram indignados com o ocorrido temem que o caso seja abafado.

Pessoas que tiveram contato com a mulher logo após o corrido afirmam que ela ficou muito abalada e familiares dizem não saber onde ela está. A reportagem não localizou Eugênia.

Fonte: http://ndonline.com.br/
Foto: James Hall, via Flickr

Pela primeira vez, cientistas 'editam' DNA de embrião humano

Pesquisadores chineses tentaram modificar gene que levaria a doença. Publicação dos resultados levantou discussões éticas.

Em um experimento sem precedentes, cientistas chineses relataram ter modificado o genoma de um embrião humano. Os resultados da experiência, publicados no dia 18 de abril na revista “Protein & Cell”, levaram os cientistas a iniciarem um debate ético e motivaram a publicação de um artigo sobre o tema na prestigiosa revista “Nature” nesta quarta-feira (22).

Com a pesquisa, os cientistas da Universidade Sun Yat-sen, na cidade de Guangzhou, na China, tentaram modificar o gene relacionado à talassemia beta, doença que leva à anemia devido à malformação das hemácias (glóbulos vermelhos). Para isso, usaram uma técnica de edição de DNA chamada CRISPR/Cas9.
Este foi o primeiro registro do uso dessa técnica em embriões humanos. Os autores do estudo dizem que os resultados mostraram que ainda não é possível utilizar o método para fins médicos porque a técnica ainda está “muito imatura”.

Conflito ético
A comunidade científica levantou a questão de que a possibilidade de manipular genes antes de o bebê nascer para evitar doenças genéticas pode levar a um uso antiético da técnica. Para especialistas, não é possível saber quais consequências essas modificações terão quando forem transmitidas para as gerações futuras.

Os cientistas chineses amenizaram os conflitos éticos ao assegurarem que os embriões utilizados no experimento não seriam viáveis para o implante, ou seja, não poderiam resultar em uma gestação e no nascimento de um bebê. Eles foram obtidos em clínicas de fertilização locais.

De qualquer forma, os resultados mostram que a técnica está longe de ter uma aplicação bem-sucedida. Os autores do estudo relataram que a técnica só funcionou em uma pequena parcela dos embriões que receberam o procedimento. “Se quisermos fazer em embriões normais, teríamos que ter quase 100. É por isso que paramos. Achamos que ainda está muito imaturo”, afirmou o cientista Junjiu Huang, um dos autores, à revista “Nature”.

Além disso, outras mutações não previstas também foram identificadas, o que sugere que a “edição” age em outras partes do gene.

Em resposta à publicação da pesquisa, a Sociedade Internacional para Pesquisas de Células-tronco pediu a suspensão das tentivas de modificações do genoma de embriões humanos até que se concluam análises científicas mais conclusivas sobre os riscos potenciais e que se realizem debates com a sociedade para discutir a questão ética.

Seleção genética já é feita
Atualmente, o que a medicina já permite é seleção genética de embriões. Essa técnica prevê uma análise dos cromossomos dos embriões para verificar se possuem alguma alteração. Anomalias cromossômicas podem determinar síndromes como a de Down ou a de Turner, por exemplo. Com base nos resultados dessa análise, é possível selecionar aqueles embriões livres desse tipo de falha para implantá-los na fertilização in vitro.

A estratégia pode ser usada por casais que já têm um filho com uma síndrome genética e buscam diminuir os riscos de que o próximo filho tenha o mesmo problema. Também pode ser usada para que o bebê tenha compatibilidade com um irmão mais velho que tenha alguma doença que necessite de transplante de medula óssea, por exemplo.

Fonte: http://g1.globo.com/
Foto: Charles Clegg, via Flickr

​Hospital libera mãe e, 30 minutos depois, bebê nasce em banheiro de casa

Caso aconteceu na cidade de Brotas, em São Paulo. Médico informou que a criança nasceria em 3 ou 4 dias e liberou a mãe.

Uma criança nasceu no banheiro de casa 30 minutos após a mãe ter sido liberada de um hospital na cidade de Brotas, em São Paulo. O fato ocorreu na madrugada desta quinta-feira (23).

Em entrevista ao site G1 São Carlos e Araraquara, Nestor Roda Pereira, pai da criança, informou que o casal foi ao hospital por volta das 23h da quarta-feira (22), mas o médico liberou a gestante, alegando que ainda faltavam três ou quatro dias para o nascimento.

O pai disse ainda que o casal aguardou o atendimento por duas horas e apenas um médico estava na unidade. O hospital, por sua vez, contestou o tempo de espera informado pelo casal e alegou que os dois teriam ficado apenas 40 minutos no local.

O médico receitou um remédio para dor e, em seguida, ele e a esposa voltaram pra casa, onde a criança nasceu no chão do banheiro, por volta das 3h30. Nestor acionou os bombeiros, que enviaram uma equipe para realizar os primeiros socorros.

“Estava vendo a mulher gritando de dor, já passou dos nove meses e manda embora? Por pouco não perco a mulher e a criança em casa. A sorte foi que os bombeiros chegaram. Como é que ia fazer”, disse o pai indignado em entrevista ao G1.

Atendimento
O sargento do Corpo de Bombeiros Leonardo Nery informou que a mãe já estava com a criança fora da barriga quando chegaram ao local. Elas foram levadas ao hospital e receberam os cuidados necessários. “Ambas estão estabilizadas e bem”, disse o sargento.

O Hospital Santa Terezinha informou que vai instaurar uma sindicância para constatar se houve negligência ou imperícia. O pai e mãe da criança também serão ouvidos.

Fonte: http://www.correio24horas.com.br/
Foto: Thomas, via Flickr