Morros-MA: O blog Rosário Notícias esteve no povoado São Miguel em Rosário e entrevistou duas moradoras que fizeram uma grave denúncia contra o médico diretor clínico do Hospital Regional de Morros (HRM), controlado pelo Governo do Estado do Maranhão. De acordo com elas, no último dia 04 de maio, o profissional era o único médico naquela casa de saúde, mas não quis atender os pacientes e mandou uma enfermeira despachar todos, incluindo Liciane Benedita Santos Ferreira, de 26 anos que estaria no centro cirúrgico sendo preparada para o parto, após se deslocar de Rosário buscando a realização de uma operação cesariana para não perder o bebê que se chamaria Taylor.
Liciane voltou a sua terra natal, a cidade de Rosário, onde não pode ser atendida, pois a Unidade Mista Municipal de Saúde (antigo SESP) encontra-se abandonada e com o centro cirúrgico fechado. Na Clínica Nossa Senhora do Rosário, de propriedade particular da prefeita de Rosário, Irlahi Linhares Moraes (PMDB), não tinha médico e nem condições para realizar o parto.
Correndo risco de morte, Liciane foi salva na Unidade Mista Municipal de Saúde da cidade vizinha de Santa Rita, mas o garoto Taylor já estava morto.
Na entrevista ao blog Rosário Notícias (RN), Liciane culpou o médico. “Por causa de negligência médica perdi o meu filho! Fui para Morros e chegando lá, (…) [o médico] mandou que a enfermeira me mandasse para a sala de cirurgia, ela pegou e me levou, mas chegando lá, ele não me atendeu e nem me examinou. E só mandou eu ir para casa de novo. Aí fui para Rosário com encaminhamento que era para ter logo o meu bebê porque já tinha passado dos nove meses, mas também não me atenderam. Aí fui para Santa Rita, lá quando o médico tirou o meu filho já estava morto, por causa de negligência médica”, disse Liciane.
A Sra. Antônia Santos, vó da criança e mãe de Liciane, falou do drama vivido pela gestante e família. “A minha filha tinha muitos problemas, pressão alta, muita dor de cabeça. Eles sabiam que o primeiro parto da minha filha foi cesária. Então eles não tinham que esperar a minha filha ter dor para tirar o filho da minha filha, o meu neto. Ela ainda foi para a sala de espera, arrumaram ela para levar ao centro cirúrgico e quando foi na hora a enfermeira disse que mão de fazer o parto, despachou várias pessoas porque ele [o médico] estava sozinho. Se ele tivesse feito o parto da minha filha com certeza o meu neto com certeza não teria morrido por falta de responsabilidade do médico. E se minha filha tivesse morrido?”, frisou.
Fonte: http://www.rosarionoticias.net/
Foto: Norio NAKAYAMA, via Flickr