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Paciente baleada busca reparação por ter projétil parcialmente retirado

Charlene Priscila dos Santos tem 23 anos, dois filhos pequenos e já passou por situações inacreditáveis. Ela sofreu tentativa de homicídio por parte de um rapaz que queria tentar um relacionamento amoroso. Levou dois tiros, um deles atravessou a cabeça e metade de um outro projétil ficou alojada na testa. Como se não bastasse este trauma, Charlene foi vítima de erro médico durante a cirurgia para retirada das balas. Agora tenta junto à instituição uma nova ação para reparação financeira dos danos que sofreu no primeiro atendimento realizado pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) e Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência.

A tragédia aconteceu em junho de 2013, no bairro Curuçambá, em Ananindeua (PA). Ela conheceu o rapaz, que estava preso, e durante meses conversavam apenas por mensagem. Ela afirma que nunca deu esperança de ter um relacionamento amoroso. O homem fugiu da penitenciária que estava e procurou a mulher exigindo que ela fosse embora para a cidade de Fortaleza. “Ele queria que eu fosse embora, levasse meus filhos, mas eu não iria. Nem pensar, nunca nem fiquei com ele. Eu não entendo porque fez isso comigo, eu nunca dei esperança”, contou, muito triste.

Charlene não se lembra do que aconteceu naquele dia. Quando acordou já estava no Hospital Metropolitano, já com a cabeça raspada. A mãe, os sobrinhos e os vizinhos presenciaram o momento dos tiros, porém, nenhum deles aceita dar depoimento ao juiz com medo de represálias.

Desde a tentativa de assassinato até o começo do mês de maio, a mulher sentia muitas dores de cabeça, desmaiou várias vezes por conta disso, não conseguia trabalhar e nem cuidar dos filhos. Passou por vários hospitais, fez vários exames e nenhum médico diagnosticou o pedaço do projétil que ainda permanecia em sua testa. Em abril deste ano, contraiu meningite, ficou 15 dias internada e foi então que o médico que fez o tratamento recomendou que ela procurasse a Defensoria Pública porque foi vítima de erro médico.

Charlene foi atendida no Núcleo Cível Residual e da Fazenda Pública da Defensoria. O defensor Rodrigo Cerqueira ajuizou Ação de Obrigação de Fazer contra a Sespa requerendo uma operação de urgência para retirada do restante da bala que ainda estava alojada na cabeça da vítima. Ela foi operada no dia 7 de maio, no Hospital Ordem Terceira e retornou à Defensoria nesta quarta-feira, 13, para um novo atendimento. A defensora Suzy Oliveira vai ajuizar uma ação de Responsabilidade Civil por erro médico. “O hospital Metropolitano e a Secretaria de Saúde do Estado devem indenizá-la moral e financeiramente. É inadmissível o sofrimento que essa moça passou desde o atentado”, ressaltou a defensora.

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Foto: Ronaldo Silva/divulgação

Fonte: http://www2.defensoria.pa.gov.br/
Foto: Navy by Lt. Arwen Chisholm, via Wikimedia Commons

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