Em Ilhéus, médico maltrata parturiente e perfaz corte na cabeça de nascituro
Médico da Maternidade Santa Helena – Hospital São José, em Ilhéus (BA), maltratou paciente grávida e perfez corte na cabeça do nascituro.
O procedimento foi feito pelo SUS e parecia um parto (cesariana) comum, porém a parturiente Kevine Amaral Silva afirma que passou a sofrer maus tratos por parte dos enfermeiros e do médico.
Durante a incisão na barriga da paciente, o profissional cortou a cabeça da criança com o bisturi. O corte foi suturado com cinco pontos.
O caso foi registrado no plantão da 7ª COORPIN, em Ilhéus.
Fonte: http://www.correiodoestadobahia.com.br/
Foto: Denise Mayumi, via Flickr
Jovem que ficou deformada após plástica refaz cirurgia e luta na Justiça por reparação
Operação deixou excesso de pele no púbis: ‘Fui confundida com travesti’. Ela luta na Justiça por reparação e criou grupo para alertar sobre cuidados.
A esteticista Annelise da Silva Martins Levino, de 27 anos, que ficou deformada após uma cirurgia plástica realizada em uma clínica particular, em Goiânia, refez o procedimento e diz que mudou de vida. Na época, a pele da barriga não foi devidamente removida, o que a deixou com um volume na região pubiana. “Parecia que eu tinha um pênis e chegaram a me confundir com um travesti. Mas tudo mudou depois que eu fiz a nova cirurgia. É uma vida nova”, disse ao G1.
Antes de fazer a primeira cirurgia, Annelise era dona de casa. No entanto, após sofrer com o procedimento desastroso, ela estudou e passou a trabalhar como esteticista. Além disso, entrou para um grupo em uma rede social que falava sobre o tema. Aí ela teve a ideia de criar seu próprio grupo, com o objetivo de ajudar outras pessoas sobre os cuidados na hora de escolher um cirurgião e uma clínica.
“Comecei com o grupo em 2013 e, aos poucos, ele foi crescendo. Hoje, são cerca de duas mil participantes, que trocam ideias sobre os procedimentos e todos os pontos que é preciso atentar. Lá falamos sobre os médicos que são credenciados junto ao Conselho Regional de Medicina e das experiências bem-sucedidas”, ressaltou.
Sequelas
O drama da esteticista começou quando ela fez a primeira cirurgia plástica, no dia 2 de julho de 2012. Ela queria retirar o excesso de pele na barriga após o nascimento da segunda filha e colocar silicone nos seios.
“Tudo parecia bem, mas eu só fui ver que o resultado tinha sido desastroso cerca de cinco meses depois da cirurgia, quando desinchei. Aí percebi que, além do excesso de pele acima da vagina, que parecia um pênis, eu estava com a cintura desproporcional, e o silicone estava caído”, lembra.
Na ocasião, segundo Annelise, o médico responsável pelo procedimento alegou que ela não precisava ter passado por todos os procedimentos. “Ele disse que eu não precisava retirar o excesso de pele e apenas fez a colocação dos implantes (335 mls em cada um) e uma lipoaspiração na região da barriga. Porém, o resultado que ele deixou foi pior do que o que eu estava”.
A jovem, então, procurou o médico e ficou acertado que seria feita uma nova cirurgia reparadora. Porém, uma questão financeira atrapalhou a realização do procedimento. “A cirurgia custou R$ 11 mil. Paguei R$ 6.800 à vista e parcelei o restante em quatro vezes de R$ 1.050. Quando notei que o médico tinha destruído meu corpo, sustei o último cheque e comuniquei a ele. Falei que ia sustar porque não tinha ficado satisfeita com a cirurgia e só iria pagar quando ele me desse o reparo”, afirma.
Ao constatar o não pagamento da última prestação, o cirurgião teria se negado a fazer uma correção na paciente. “Eles me acusaram de ser caloteira e me mandaram procurar meus direitos. E foi o que eu fiz”, lembra Annelise.
Processos
Após denunciar o caso à polícia, ela procurou um advogado e entrou com uma ação na Justiça. Segundo ela, até agora, nenhuma audiência chegou a ser realizada. “O meu caso segue tramitando no Tribunal de Justiça, em Goiânia. Pedi a reparação dos danos e, mesmo já tendo feito a nova cirurgia, tive muitos prejuízos”, disse.
O Cremego informou, por meio de nota, que em 7 de novembro de 2013, após receber a denúncia protocolada pela paciente Annelise Levino, o órgão “instaurou uma sindicância para apurar o fato denunciado. A apuração está em andamento e deve ser concluída ainda neste mês”.
Traumas
Annelise lembra que, por conta da cirurgia desastrosa, ela enfrentou inúmeras situações constrangedoras. A pior situação era em relação ao marido, pois ela passou a ter vergonha de ficar nua na frente dele. “Nosso relacionamento ficou por um fio e foi muito difícil a convivência. Por sorte, ele me apoiou muito até que eu pude refazer o procedimento”, conta.
Segundo ela, outra situação que a “traumatizou” foi o momento em que o excesso de pele na região pubiana foi confundido com um pênis. “Em uma loja, uma vendedora pensou que eu era um travesti. Nada contra quem é, mas eu me senti muito mal de ser confundida com uma pessoa do sexo oposto, tudo em função de uma cirurgia mal feita”, lembra.
Para evitar novos constrangimentos, ela investiu R$ 27 mil em uma nova abdominoplastia e colocação de silicone, em dezembro do ano passado. Depois disso, ela se considera recuperada. “Fiz um novo sacrifício para reparar minha vida. Agora que consegui arrumar o meu corpo estou bem, mas o médico tem que ser punido”, ressaltou a esteticista.
Fonte: http://g1.globo.com/
Foto: Challiyil Eswaramangalath, via Flickr
Mãe que deu à luz na rua será indenizada por médico e por hospital em Fernandópolis, SP
O juiz da Segunda Vara Cível de Fernandópolis (SP) Heitor Katsumi Miura determinou o bloqueio de parte dos vencimentos do médico para o pagamento de uma indenização por danos morais no valor R$ 20 mil, por erro médico que resultou no nascimento de uma criança no meio da rua. A Santa Casa também terá que indenizar a mãe em R$ 10 mil.
De acordo com os autos, Selma Machado de Araújo teria dado entrada na Santa Casa de Fernandópolis no dia 27 de março de 2008, às 21h40, com fortes dores gestacionais e após ser atendida pelo médico, foi mandada para casa.
Aproximadamente duas horas após o atendimento no hospital, Selma entrou em trabalho de parto em sua casa e acionou o resgate do Corpo de Bombeiros para que fosse reconduzida ao hospital. No entanto, nesse ínterim, acabou dando à luz na frente de sua casa, no meio da rua, com o auxílio de vizinhos e familiares.
“Tenho que falar a verdade, ele me atendeu muito bem. O problema foi que ele não quis aceitar os documentos do fórum que o autorizava a fazer minha cesariana e uma laqueadura, por conta do histórico que já tinha. Ele me mandou para casa e depois não deu tempo de voltar. Foi terrível”, contou a mãe, em entrevista exclusiva ao CIDADÃO.
De acordo com a decisão judicial, a dispensa de Selma resultou no nascimento da criança fora do hospital. “O lapso entre a dispensa e o início do trabalho de parto, associada à notícia de referência de dores e indicação de dilatação do colo uterino de três centímetros, indicam previsibilidade de parto iminente. A situação indicava necessidade de manutenção da autora (Selma) no hospital para observação pelo menos enquanto não cessasse a dor registrada na ficha de atendimento”, justificou o juiz em seu despacho pugnando pela indenização.
O médico contestou judicialmente afirmando que seu procedimento foi regular e que havia impossibilidade de previsão do nascimento imediato naquelas condições. Porém, seus argumentos foram rebatidos pelo juízo.
“A justificativa oferecida, fundada em procedimento padrão, é insuficiente. Nenhuma doutrina médica substitui a análise do caso concreto já que o profissional deve ter a cautela, seguindo a prática já consagrada, adaptar essa prática ao caso apresentado concretamente a ele”, afirmou Heitor Miura.
O pedido inicial de indenização foi de R$ 207 mil, mas o juiz Heitor Miura achou por bem fixar o pagamento em R$ 30 mil. Selma recorreu, mas o TJ – Tribunal de Justiça – manteve o montante estipulado em 1ª Instância.
Vida e morte
De acordo com Selma, a primeira coisa que os bombeiros da unidade de resgate lhe falaram quando a viram na rua com a criança no colo, foi que se eles demorassem mais 60 segundos, provavelmente o bebê não sobreviveria.
A afirmativa partiu do pressuposto de que a criança nasceu sem nenhuma condição higiênica. “Me sentaram em uma cadeira de alpendre para esperar a ambulância, só que não deu tempo. O Gabriel nasceu e a única coisa que eles (vizinhos) puderam fazer foi pegá-lo e colocar no meu colo. Graças a Deus, pouco tempo depois, os bombeiros chegaram. Quase perdi o meu filho”, completou Selma.
O pequeno Gabriel
Hoje Gabriel está com sete anos de idade. Saudável, ele aproveita que ganhou a chance de viver, para desfrutar as boas coisas de ser criança, como andar de bicicleta, por exemplo. O garoto sabe que nasceu no meio da rua, mas parece não se importar. Quem o vê sorridente e brincalhão, não sabe o drama que foi seu nascimento.
Fonte: http://cidadaonet.com.br/
Foto: http://www.fernandopolis.sp.gov.br/
Gestante morre à espera de vaga em hospital de Uberaba
Gestante de sete meses morreu em Delta (MG) em decorrência de espera por vaga em hospital de Uberaba. O fato aconteceu na manhã da sexta-feira, dia 15, quando a paciente, uma jovem de 23 anos, procurou a unidade de saúde da cidade de Delta com problemas respiratórios. Diante da gravidade do caso, os médicos e enfermeiros teriam solicitado vaga para transferência a um hospital, entretanto, com a demora, o estado de saúde da paciente ficou mais grave, sendo que teve uma parada cardiorrespiratória e morreu. A criança também não sobreviveu.
Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Saúde de Delta lamentou o óbito e, por meio de nota, garantiu que a equipe da UBS realizou todos os procedimentos possíveis, dentro da estrutura física disponível na unidade, e, mesmo assim, a paciente não resistiu. Na unidade ela foi atendida pelo médico plantonista com quadros de tosse e dispneia agravados. Ela teria revelado ao profissional que estava com os sintomas há três dias, quando foi medicada e todos os procedimentos possíveis foram realizados. Contudo, percebeu-se a necessidade de solicitar vaga em hospital de Uberaba.
Assim, ainda conforme a nota, “foi solicitada a vaga, porém não houve aceitação imediata no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC/UFTM), pois, segundo informações da telefonista, o staff não estava presente. E devido à demora da vaga e gravidade do caso, tentamos vaga no Mário Palmério Hospital Universitário (MPHU)”, afirma a Secretaria Municipal de Saúde de Delta, em nota enviada à imprensa.
No MPHU teriam encontrado vaga disponível para transferência da paciente, o processo foi iniciado, mas não foi possível a conclusão diante da piora do quadro clínico da referida paciente. Por isto a ambulância teria retornado à UBS, pois a gestante teve parada cardiorrespiratória, vindo a óbito. Diante da situação, a secretaria afirma ainda que a paciente estava acompanhada por dois médicos, um plantonista e um ginecologista, além disso, estava com pré-natal em dia.
Prefeitura de Delta vai questionar SUS Fácil na Justiça
O caso será apresentado ao Ministério Público. De acordo com a prefeita de Delta, Lauzita Rezende, além de instaurar processo administrativo para apurar os fatos, o caso será levado à Justiça, com o intuito de questionar o Sistema SUS Fácil, a partir da dificuldade de realizar a transferência da paciente.
Mais uma vez, a prefeita lamentou o fato, mas disse que situações como esta fazem com que o Município cobre mais pelos direitos de cidades menores. “Quando acontece algum problema pela falta de médicos, medicamentos ou equipe para atender o paciente, o Município deve ser punido, mas, quando isso acontece por que o sistema não funcionou, é triste. Por isso vamos tomar as providências necessárias, tanto na Prefeitura, para apurar os fatos, como também diante do relatório que já temos. Vamos apresentar o caso à promotoria, para que seja avaliado o sistema do SUS Fácil”, diz.
Lauzita afirma, ainda, que a burocracia gerou problemas no atendimento dessa paciente. Em outros tempos, quando não existia o sistema, o médico apenas informava o hospital de que estava encaminhando um paciente em estado grave, que se encaixa na Vaga Zero. “Nesse caso foi preciso entrar em contato com o médico regulador. Os médicos ligaram às 5h30 e foram orientados a tentar estabilizar a paciente. Mas, por volta de 6h, a central de regulação inseriu a paciente no sistema, informando sobre o caso, e somente depois de uma hora encontraram uma vaga; e isso por que o médico ligou diretamente no Mário Palmério Hospital Universitário”, explica Lauzita.
Quando questionada sobre o motivo pelo qual a equipe não encaminhou a paciente para algum hospital de Uberaba, mesmo sem a garantia da vaga, já que se tratava de um caso grave e sendo atendida no pronto atendimento, Lauzita afirma que o médico tinha de seguir protocolos. “Com certeza, o médico vai se posicionar, explicar o que aconteceu, mas ele me disse que teve de seguir esse ‘bendito’ protocolo, que quem está na base sabe que ele é falho”, afirma.
Para finalizar, Lauzita que também é presidente do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Rio Grande (Cisvalegran), destaca que vários outros municípios enfrentam problemas com o sistema SUS Fácil.
Fonte: http://jmonline.com.br/
Foto: Pinas, via Flickr
