Auxiliar de serviços gerais teria recebido medicamento inadequado. ‘Mais uma pílula que eu tomasse me matava’, conta.
Sentindo fortes dores de cabeça e com pressão alta, o auxiliar de serviços gerais, Francisco da Silva Azevedo, de 45 anos, procurou atendimento na Unidade de Pronto Atendimento da Cidade do Povo, em Rio Branco. No entanto, segundo o auxiliar, o que parecia a solução acabou se revelando um problema. Azevedo diz que acabou tendo uma reação alérgica ao medicamento que lhe foi receitado e desenvolveu a síndrome de Stevens-Johnson, uma doença que causa erupções cutâneas, que pode ser fatal. Agora, ele diz ter sido vítima de erro médico.
O auxiliar conta que o médico que o atendeu receitou um medicamento conhecido como Captopril, usado no tratamento de casos de pressão alta e insuficiência cardíaca.
“Aí ele inchou, voltamos lá no outro dia, procuramos o atendente e dissemos que o meu marido tinha tomado Captopril e começado a inchar. Ele já estava cheio de bolha, mas disseram que aquilo era normal e que não tinha sido o remédio. Aí mandaram ele tomar mais porque senão ele ia morrer. Como a gente não é médico, tivemos que obedecer e ele tomou. Então ele inchou mais e as bolhas estouraram”. lembra a dona de casa Jeane Xavier da Silva, esposa de Azevedo.
Foi então que o casal decidiu desobedecer a orientação. “Se eu não tivesse parado por conta própria tinha morrido. Porque o outro médico que me atendeu disse que mais uma pílula que eu tomasse me matava. Ele disse ainda que por sorte as bolhas estouraram para fora da pele, porque se fosse para dentro, tinha me matado na hora”, conta o auxiliar de serviços gerais.
Um novo diagnóstico médico, feito depois da crise alérgica, comprovou que após o uso do Captopril o auxiliar de serviços gerais desenvolver síndrome de Steven-Jonhson. Agora ele precisa tomar mais de dez remédios por dia para desintoxicação e contenção da doença.
Para o casal, houve negligência médica. Agora, além de lutar pela reabilitação da parte do rosto que foi atingida pela síndrome, eles querem saber quem vai assumir a responsabilidade pelo que ocorreu. ” É descaso com o ser humano”, lamenta Francisco.
Em nota, a Secretaria de Saúde do Acre informou que está investigando o caso e que medidas cabíveis serão adotadas, caso seja comprovado erro de conduta de qualquer servidor nas unidades de saúde em que o paciente foi atendido.
(divulgação/Reprodução TV Acre)
Fonte: http://www.giroacreano.com.br/
Foto: Eduardo Duarte, via Flickr