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Cremesp apura morte de adolescente por suspeita de negligência médica

Familiares da vítima criticam atendimento em pronto-socorro de Franca (SP). Eduarda Segismundo, de 14 anos, morreu na terça-feira (9), na Santa Casa.

O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) investigará uma denúncia de suposta negligência médica na morte de Eduarda Stefani Segismundo, de 14 anos, na terça-feira (9), em Franca (SP). Ela chegou à Santa Casa com um quadro grave de infecção urinária, mas morreu após procurar atendimento por três dias seguidos no Pronto-Socorro “Dr. Álvaro Azzuz”.

A Secretaria Municipal de Saúde informou que a paciente foi medicada e passou por exames nos três atendimentos e que foi solicitada a abertura de uma sindicância interna.

Eduarda começou a sentir dores na noite do dia 5 e passou pelo pronto-socorro nos três dias seguintes, segundo Adriano Segismundo, pai da vítima. Ele disse ter acompanhado a menina em duas consultas e revelou que os médicos deram diferentes diagnósticos, atrasando o tratamento correto que, segundo ele, poderia salvar a vida de sua filha.

De acordo com ele, no primeiro dia a família foi informada de que se tratava de uma inflamação e a paciente foi liberada após ser medicada. No segundo dia, Segismundo afirma que sua mulher foi comunicada sobre um problema no estômago de sua filha. Somente no terceiro dia, segundo ele, foram realizados os primeiros exames.

“Fizeram exame de sangue e urina, ficou pronto durante a madrugada [de terça] e ninguém medicou. Ficamos esperando até de manhã pra fazer ultrassom do abdômen, mas só foi feito às 16 horas. Aí falaram que era cirúrgico e mandaram para a Santa Casa”, reclamou o pai.

Na Santa Casa, já com diagnóstico de infecção urinária, Eduarda morreu antes de ser medicada, diz Segismundo. “Só depois de 24 horas, da terceira consulta no pronto-socorro, que cheguei à Santa Casa e o médico falou que o principal problema a ser tratado era a infecção urinária. Ela foi atendida, mas não deu tempo de ser medicada. Desmaiou, os médicos tentaram reanimar, fizeram massagem cardíaca, mas não teve o que fazer. Ela morreu nos meus braços”, contou.

Cremesp
Diante das acusações, o Cremesp abriu uma sindicância para apurar os fatos e averiguar se a jovem teve ou não atendimento correto durante as passagens pelo pronto-socorro. “Vamos convocar todas as pessoas envolvidas no atendimento para que se manifestem”, afirmou Ulisses Martins Minicucci , delegado regional do Cremesp em Franca.

Minicucci confirma que infecção urinária é algo de fácil diagnóstico, mas prefere aguardar as investigações para se pronunciar sobre o assunto. “Precisamos ter acesso ao prontuário para ter uma avaliação precisa”, disse.

A causa da morte de Eduarda ainda está sendo analisada e deverá ser divulgada na terça-feira (16).

Secretaria da Saúde
A Secretaria Municipal de Saúde de Franca comunicou que a paciente passou por exames e foi medicada nos três dias em que esteve no pronto-socorro. Também alegou que, a pedido dos médicos, foram feitos exames como de raio-x e ultrassom.

A pasta ainda confirmou o pedido de abertura de uma sindicância interna pela comissão de ética médica.

Fonte: http://g1.globo.com/
Foto: divulgação – Marcio Meirelles/EPTV

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