O médico que responde por homicídio culposo pela morte da empresária Fernanda Nóbrega, após a realização de uma cirurgia bariátrica, foi ouvido na segunda-feira (15), na 7º Vara Criminal do Recife, no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano.

Em juízo, o cirurgião atribuiu a responsabilidade do óbito aos médicos plantonistas que estavam em um hospital da Unimed onde ocorreu a cirurgia. Os advogados assistentes de acusação irão pedir uma acareação entre os profissionais.

O médico e o advogado não quiseram falar à imprensa, mas segundo informações repassadas pelo advogado de acusação, Érik Gondim, o depoimento dado ao juiz Francisco Galindo supreendeu. O interrogatório do médico durou cerca de uma hora e meia. “Nos chamou a atenção à postura dele de passar a discutir a autoria, o fato de ele ter atribuído a responsabilidade da morte dela a outros médicos. Provavelmente, será necessária a ouvida das testemunhas e a produção de prova pericial”, afirmou o advogado.

Segundo Gondim, o requerimento da acareação deverá ser protocolado até sexta-feira. Já foram ouvidas todas as testemunhas do processo, sendo oito de acusação e seis de defesa. Uma das testemunhas de defesa do processo, o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica, Josemberg Campos, prestou depoimento no dia 29 de maio, como testemunha do juízo.

“Provavelmente, haverá uma nova audiência. A data não foi definida, mas acreditamos que não deve demorar a sair pela celeridade do processo”, complementou Érik Gondim. O médico está respondendo a Processo Ético Profissional no Conselho Regional de Medicina de Pernambuco. Além dele, o órgão também abriu processos éticos contra outros dois médicos envolvidos no caso de Fernanda.

A família da vítima disse manter a esperança e o otimismo na Justiça. Fernanda Nóbrega morreu em 2013, depois de retornar ao hospital com complicações da cirurgia bariátrica. O profissional é acusado de negligenciar a paciente e demorar mais de 12 horas para prestar assistência médica a ela, permitindo que o quadro evoluísse para uma tromboembolia pulmonar.

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Fonte: http://www.diariodepernambuco.com.br/
Foto: Marcelo Jorge Vieira, via Flickr