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Bebê morre e família acusa falta de médico em Votorantim, SP

Um bebê morreu 12 horas após seu nascimento no Hospital Municipal de Votorantim Dr. Lauro Roberto Fogaça, administrado pelo Instituto Moriah, na Região Metropolitana de Sorocaba (SP).

Os pais de Lucas – a dona de casa, Juliana Pedroso, 30 anos, e o engenheiro civil, Felipe Alves, 30 – afirmam que não havia médicos durante a madrugada, quando a criança passou mal, e que as enfermeiras “poderiam ter feito mais para evitar a morte do bebê”.

O casal acusa o hospital de negligência. Por meio de nota, emitida pela Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Votorantim, o hospital nega as acusações e diz que havia médico de plantão.

Lucas nasceu no dia 30 de março, por volta das 20h20, na maternidade do hospital, e faleceu no dia seguinte, às 8h.

Abalados com o ocorrido, o casal só quis falar sobre o assunto agora.

Eles também contrataram um advogado, que abriu um inquérito policial para investigar o caso. “Agora não tem muito o que ser feito. Não tem como reverter a situação e trazê-lo de volta. Nós só não queremos que isso aconteça com outras pessoas”, diz a mãe. O hospital informa que abriu um procedimento administrativo para averiguação.

Juliana conta que Lucas nasceu com dificuldade para respirar. “Ele nasceu meio azuladinho, mas logo melhorou. Falaram que ele estava normal, mas que iam levá-lo para a incubadora. E lá ele ficou por duas horas”, relata.

Segundo a mãe, por volta das 22h, o bebê foi levado para o quarto, onde foi amamentado. “Quando deu meia-noite ele começou a chorar e eu não sabia o que era. A enfermeira veio e o levou para a incubadora”, conta. “Depois de um tempo, ela voltou e disse que ele estava com as pontinhas dos dedos roxa e com o pezinho roxo. Ela disse que ele precisava ficar lá, porque eles suspeitavam de má formação do coração”, complementa.

Apesar da suspeita, Juliana conta que nenhum exame foi realizado no bebê. “Não fizeram nada. Ele estava com dificuldade de respirar e só o deixaram em observação.”

Juliana diz ter perguntado por um médico para a enfermeira e a resposta foi a de que “ele estava vindo, mas depois ela disse que era um problema do hospital e que lá não tem médico de plantão durante a madrugada”. Por meio de nota, o hospital rebate a informação. “Havia médico de plantão. Tanto que desde os primeiros sinais de dificuldades com o RN (recém-nascido) a equipe de enfermagem foi sempre orientada por um especialista, que acompanhou a evolução do quadro, tomando as medidas necessárias em todos os momentos. O hospital possui protocolos de plantão médico durante a madrugada”, diz.

De acordo com a mãe, Lucas começou a piorar por volta das 5h40. Neste momento, a enfermeira ligou novamente para o médico. “Ele começou a ficar muito mal. Acho que se desesperaram. Ela (a enfermeira) ligou para o médico e ele falou para fazer um raio x, tirar exame de sangue e que só chegaria às 7 horas. Ela insistiu e ele apareceu às 6h05. Logo depois, ele sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu”, descreve.

O pai conta que a causa da morte do bebê no laudo da necropsia não bate com o relato do médico. “Ele disse que foi má formação no coração, mas no laudo da necropsia diz que ele não tinha nada. O laudo diz que ele morreu de anoxia perinatal, que é falta de falta de oxigenação no cérebro. Mas isso é sintoma e não é doença”, afirma.

Depois do ocorrido, os pais procuram histórias parecidas na internet. “Nós fizemos uma pesquisa e parece que é algo comum em recém-nascido. O corpinho ainda está se adaptando à vida fora do útero e às vezes o bebê tem dificuldade para respirar. Mas se houver atendimento médico, com algumas medidas comuns, como respiração mecânica, o bebê sobrevive”, diz. “Não há mais dúvidas que houve negligência e que faltou médico”, finaliza.

Vereadores da cidade solicitaram a formação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI), com prazo de 90 dias, com o objetivo de apurar e investigar possíveis irregularidades com relação à falta de atendimento e/ou ao atendimento prestado pelo hospital que ocasionou o óbito do bebê Lucas.

Fonte: http://www.jornalcruzeiro.com.br/
Foto: nerissa’s ring, via Flickr

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