Médico erra cirurgia e retira útero
Cuidadora de idosos de 45 anos aguardava desde dezembro a extração da vesícula biliar.
Uma mulher de 45 anos teria tido o ovário retirado por engano em uma cirurgia na Casa de Saúde Maternidade Nossa Senhora da Glória, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro.
De acordo com Arnaldo Pinto Araújo, 49, marido de Kátia Regina Vargas Araújo, ela deveria ter a vesícula biliar extraída, mas ligou para o marido na manhã do dia 18 de junho, dizendo que houve um erro da equipe médica e que perdeu o útero.
Segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”, algumas pessoas da enfermagem levantaram a hipótese de um engano, já que outra paciente chamada Kátia, que de fato precisava ter o útero operado, aguardava cirurgia no mesmo dia. Ele ainda contou que o médico responsável pela cirurgia foi substituído de última hora e que a pessoa que fez a operação não foi encontrada.
A cuidadora de idosos iria retirar a vesícula porque sofre com enjoos. Ela aguardava o procedimento, que foi feito por um convênio entre o Sistema Único de Saúde e o hospital particular, desde dezembro. A vesícula de Kátia não foi retirada.
“Conversei com a minha mulher, e ela estava tranquila, mas surpresa com a operação”, disse Araújo ao jornal. Pais de dois filhos, de 21 e 19 anos, eles são casados há 25 anos, completados nesta semana. “Olha o presente que eu recebi de bodas de prata: minha mulher internada. Seria bom se a operação tivesse sido a certa”, criticou.
Sem contato
Apesar de ter falado brevemente com a mulher, Araújo contou ao jornal que agora está sendo impedido pela equipe do hospital de encontrá-la novamente. A alta estaria prevista para esta sexta.
O marido da cuidadora de idosos disse também que a operação estava marcada para 28 de maio, mas no dia a Casa de Saúde Maternidade Nossa Senhora da Glória estava fechada. Um dia antes, a Secretaria Estadual de Saúde havia notificado a unidade por diversas irregularidades observadas em vistoria, que acarretavam risco sanitário.
Procurada pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, a Casa de Saúde Maternidade Nossa Senhora da Glória não atendeu a reportagem.
Processos
Em quatro anos, o número de processos movidos por erro médico que chegaram ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) cresceu 140%. Em 2010, foram 260 ações. No ano passado, foram 626 processos.
Fonte: http://www.otempo.com.br/
Foto: Bernard DUPONT, via Flickr
Juiz manda internauta excluir do Instagram postagem ofensiva a médico
O juiz da 22ª Vara Cível de Brasília deferiu liminar determinando que internauta exclua das postagens constantes em sua página no Instagram, no prazo máximo de 48 horas a contar da intimação, trechos contendo expressões ofensivas contra o médico autor. Em caso de reincidência, será aplicada multa diária de R$ 500,00.
O primeiro réu, ao responder uma postagem feita por um usuário que citou expressamente o autor como um dos médicos adeptos do tratamento em discussão (uso do hcg – Gonadotrofina Coriônica Humana na dieta), teria afirmado: “(…) Esses que você citou são meros aproveitadores, que usam o ‘poder’ do jaleco branco para enganar pobres coitados desesperados para estarem dentro de padrões de beleza estabelecidos por eles próprios. É simplesmente podre, ridículo ao extremo. Esses médicos deviam ter vergonha do juramento que fizeram ao se formar. Pra mim eles são tão corruptos quanto os mensaleiros do PT”. O segundo réu, por sua vez, ao se referir, de forma inequívoca, à postagem feita pelo primeiro em relação ao autor, teria afirmado que a resposta ” (…) foi perfeita. Abaixo a corrupção moral e aos falsos profetas”.
O juiz decidiu que “não obstante se mostre provida de utilidade a discussão, esta deve se desenvolver no campo objetivo da argumentação ideológica ou científica, sendo certo que a permanência, por prazo indeterminado e em um veículo de mídia eletrônica com livre acesso a milhares de usuários, de afirmações que colocam em xeque a idoneidade moral de um profissional da medicina, equiparado a réus condenados ou a falsos profetas, simplesmente por adotar um protocolo determinado, tem o condão de representar risco grave e real de recrudescimento da lesão aos direitos personalíssimos protegidos, a justificar a adoção, ainda que de forma parcial, da tutela de urgência. Nessa quadra, demonstrada, por prova inequívoca, a verossimilhança das alegações autorais, havendo o risco de lesão continuada e permanente, e, estando certo ainda que, em juízo de ponderação dos valores envolvidos, não se verifica utilidade ou razoabilidade a justificar a manutenção das gravosas expressões utilizadas”.
Cabe recurso da decisão liminar.
Fonte: http://www.tjdft.jus.br/
Foto: paperfreeweb, via Flickr
Mulher morre após esperar 7h por transferência entre hospitais
Ela teve parada cardiorrespiratória e precisava ir para UTI no Vale do Itajaí (SC). Ambulância do Samu quebrou e família pagou por transporte particular.
Uma mulher morreu quatro dias após enfrentar problemas com a transferência entre dois hospitais do Vale do Itajaí. A paciente de 27 anos deu entrada no Hospital Oase de Timbó, às 0h40min do dia 13 de junho, com parada cardiorrespiratória. Ela precisou esperar aproximadamente sete horas para ser transportada até o Santa Isabel em Blumenau.
“Fizemos massagem, colocamos no tubo e ela voltou a ter batimento e pressão. Ela ficou inconsciente, em nenhum momento acordou”, explica Marcone Pereira Amorim, médico que auxiliou no atendimento à paciente no hospital de Timbó.
Depois de reanimá-la, a equipe médica conseguiu uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital de Blumenau. Mas, devido à gravidade da sua condição de saúde, a paciente precisava ser transferida em uma unidade móvel de urgência.
“A médica ligou, o Samu aceitou [fazer o atendimento] e cerca de duas horas e meia depois ligaram para avisar que o Samu não faria o transporte porque a ambulância tinha quebrado”, detalha o médico Marcone. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) confirmou o problema na viatura, que estragou a caminho do atendimento.
Segundo o hospital de Timbó, a família pagou uma ambulância particular que transportou a paciente para o Hospital Santa Isabel, às 7h30. Ela foi internada na Unidade de Terapia Intensiva onde ficou por quatro dias, até sua morte, na madrugada de quarta (17). O hospital não informou a causa da morte.
“É difícil saber se a demora no transporte foi determinante para a morte, mas ajudou a agravar o quadro de saúde”, explica o médico Amorim.
Posição do Samu
Em nota, o Programa de Atenção Integral à Saúde (SPDM), que administra o Samu, informou que já havia atendido a paciente de Timbó devido a uma crise convulsiva às 0h08min do dia 13 de junho. Enquanto a equipe a levava para o hospital, ela apresentou nova parada cardíaca. Ela foi atendida pelo Samu e, depois, pelo hospital, às 0h40.
Conforme o Samu, o acionamento para transferir a mulher foi feito às 1h20min e a unidade de suporte avançado mais próxima estava em Blumenau em outro atendimento. A ambulância se dirigiu para Timbó, mas quebrou no caminho. De acordo com a nota, o Samu comunicou à médica do hospital, que “optou por realizar a transferência com outro serviço médico”.
De acordo com o gerenciador do Samu, Cesar Korczaguin, o veículo é novo e passa por constantes manutenções. “Existe a intenção da Secretaria de Estado de Saúde de adquirir novas unidades para todo estado, incluindo o Vale, mas isso depende de um trabalho que estamos realizando de mudanças. Já devemos ter algum resultado até o fim do ano”.
Segundo Korczaguin, a paciente estava assistida e casos de transferências são secundárias. “Não que seja mais ou menos grave, mas a prioridade é atendimento pré-hospitalar”, informou.
Fonte: http://g1.globo.com/
Foto: Fotos GOVBA, via Flickr