A cabeleireira Ana Cláudia Nogueira dos Santos, moradora de Barreiras (BA), na região da Bacia do Rio Grande, realizou no dia 4 de fevereiro deste ano uma cirurgia de redução das mamas, em virtude de suas fortes dores na coluna.
Entretanto, o malsucedido procedimento teria provocado danos aos seus seios, dando início a inúmeros transtornos psicológicos, e fazendo com que Ana ingressasse com uma ação judicial e uma representação no Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb) contra o médico responsável pelo procedimento.
O advogado da cabeleireira relatou em entrevista ao Bahia Notícias que tudo começou quando Ana, impossibilitada de realizar a cirurgia pelo Sistema Único de Saúde (SUS), teria sido convidada pelo próprio cirurgião a fazer a operação em uma clínica particular no município.
Os problemas começaram no pós-operatório. Ana passou a sentir dores nos seios recém-operados e, ao procurar assistência, teria se deparado com a negligência do cirurgião. “Já na cirurgia, ele a tratou sem luvas, atendeu sem luvas. Ele a operou, rapidamente viajou e não deu assistência a ela e deu alta pelo telefone”, contou o advogado da paciente. Dez dias depois do procedimento, a cabeleireira teve um coágulo nas mamas e precisou se submeter à outra cirurgia.
Ao recorrer a outro médico, ouviu que deveria buscar o profissional responsável pela operação. A defesa da paciente alega que sempre quando voltou ao consultório do cirurgião deu com a cara na porta. “Sempre que ela ia lá, ele desaparecia”, afirmou o defensor.
Ainda, de acordo com o advogado da mulher, a defesa buscou acordo para que o médico custeasse uma cirurgia reparadora, mas teria recebido não como resposta. “Tentamos buscar que ele pagasse uma cirurgia reparadora, assumisse as despesas com um novo cirurgião plástico, deslocamento dela e de um acompanhante. Ele se prontificou simplesmente a bancar passagem de ônibus apenas pra ela e não pagaria mais nada”.
Passados oito meses do suposto malsucedido procedimento, a vida de Ana Cláudia se tornou um drama. Depressiva e viciada em medicamentos para combater a doença, a mulher teria tentado suicídio recentemente.
Buscando outros especialistas na tentativa de reverter o problema, as perspectivas para recuperação da cabeleireira não foram animadoras. “Passando por uma médica da área aqui, ela ouviu: ‘não crie expectativas’. Em outras palavras, seu estado é irreversível. Ela não poderá dar de mamar a um possível filho. A situação dela emocionalmente é delicada”, explicou o advogado.
De acordo com laudos apresentados pela defesa de Ana Cláudia ao Bahia Notícias, a lesão corporal em decorrência do procedimento cirúrgico foi comprovada.
Segundo o Cremeb, uma sindicância foi instaurada para investigar a conduta do cirurgião. Dependendo do resultado das apurações, um processo pode ser aberto contra o médico e, se condenado, pode ter o registro profissional cassado.
Procurado pelo Bahia Notícias, o cirurgião plástico não atendeu e nem retornou às ligações.
Fonte: http://www.bahianoticias.com.br/
Foto: http://barreiras.ba.gov.br/