Polícia investiga morte de menina que engoliu agulha em procedimento no dentista
Por Jornal Extra
Uma menina de 3 anos morreu no último sábado, três dias após engolir uma agulha durante um procedimento odontológico, em Itaim Paulista, na Zona Leste de São Paulo. A criança chegou a ser levada para o Hospital Santa Marcelina, onde passou por uma cirurgia para a remoção do objeto, mas teve uma parada cardiorrespiratória, além de infecção generalizada, e não resistiu. A Polícia Civil de São Paulo está investigando o caso.
De acordo com o boletim de ocorrência, Isadora morreu às 12h50 de sábado. A mãe da paciente, uma autônoma de 31 anos, relatou a investigadores do 50º Distrito Policial (Itaim Paulista) que levou sua filha à dentista para realizar uma restauração no molar. Ao tentar anestesiar a menina, a dentista deixou a agulha cair na garganta da criança.
Ainda segundo o depoimento da mãe, a dentista tentou usar os dedos para tirar o objeto da garganta da menina, mas sem sucesso. A profissional, então, deu água para a criança beber, com o intuito de fazê-la vomitar o objeto. Como não conseguiu, a vítima foi levada ao Ponto Socorro São Lucas.
Na unidade, foi identificada a necessidade de cirurgia, mas, como não havia a possibilidade de realizar o procedimento no local, Isadora foi levada ao Santa Marcelina, onde chegou por volta das 20h da última quarta-feira, dia 3 de maio. A cirurgia foi realizada na quinta-feira, e, após a operação, um médico entegou à mãe da menina uma agulha que teria sido removida durante o procedimento.
No entanto, ainda de acordo com a mãe da paciente, o objeto se entregue pelo médico parecia ser uma agulha de sutura, diferente da que teria sido usada pela dentista ao tentar anestesiar a menina. O médico, na ocasião, teria dito que a mulher estava enganada, insistindo que a agulha havia sido retirada da garganta da criança.
Durante a noite, a paciente teve febre. No dia seguinte, foi pedida uma vaga para internação dela em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No sábado pela manhã, a menina, que já apresentava um quadro de infecção generalizada, sofreu uma parada cardiorespiratória e morreu. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) Leste.
Segundo a Polícia Civil, a mãe acredita que houve erro médico durante a cirurgia realizada pela filha no Hospital Santa Marcelina e que a causa da morte está relacionada ao procedimento. A agulha entregue à mãe pelo médico da unidade foi apreendida por investigadores do 50º Distrito Policial, que registrou o caso como “morte suspeita”. Um exame necroscópico da vitima já foi solicitado.
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde, responsável pelo Hospital Santa Marcelina, a família não autorizou a divulgação de informações sobre a paciente. O EXTRA não conseguiu contato com os responsáveis pela menina.
Foto: Fabrício Provenzano
TJ condena hospital a indenizar mãe e bebê em R$ 200 mil após erro médico durante o parto
Bebê teve sequelas após ausência de oxigênio no cérebro durante o parto em Cuiabá. Hospital universitário nega erro médico e diz que sobrepeso de bebê causou problema
Por Lislaine dos Anjos, G1 MT
Um hospital universitário de Cuiabá deverá indenizar uma mãe e o bebê dela, que nasceu com peso acima do normal, por suposto erro médico durante o parto, que ocorreu em 2006. Na ocasião, o bebê, que nasceu com pouco mais de 4 kg, sofreu anóxia perinatal, ou seja, ausência ou diminuição de oxigênio no cérebro durante o nascimento, e ficou com sequelas permanentes.
A sentença já havia sido proferida pelo Juízo da 3ª Vara Cível de Várzea Grande, na região metropolitana da capital, e foi mantida pela Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. O hospital deverá pagar indenização de R$ 200 mil por danos materiais e morais sofridos pela mãe e pela criança, além de uma pensão no valor de um salário mínimo desde o evento do parto.
A reportagem não localizou a defesa do hospital. Na ação, a instituição afirmou que não restou comprovado erro médico durante o atendimento à paciente e que a falta de oxigênio seria resultado do peso acima do normal do bebê e não por negligência médica.
“No mérito, arguiu que não ficou comprovado o erro médico e que, na ocasião do parto normal, a mãe recebeu o atendimento de conformidade com o que recomendam os parâmetros e a ciência médica, de modo que os danos experimentados pelo bebê não são decorrentes dos serviços prestados pela apelante”, afirmou o hospital, no recurso.
Na ação, a mãe relatou que no dia em que deu entrada no hospital estava com 41 semanas de gestação e em trabalho de parto, sendo orientada a esperar pelo parto normal, já que os sinais vitais do bebê estavam normais e o pré-natal não indicava necessidade de intervenção cirúrgica (cesárea). De acordo com a mãe, após mais de 6h de espera, passou a ser acompanhada apenas por uma residente e que teve a bolsa rompida cerca de 3h depois, sendo encaminhada para a sala de parto.
A equipe de enfermagem teria comparecido à sala de parto após ser chamada pela residente, ocasião em que o pediatra plantonista também chegou e ajudou no nascimento do bebê, que ocorreu uma hora após a entrada na sala de parto. O bebê precisou ser reanimado e encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva neonatal, onde permaneceu por 24 horas.
Dez dias depois, um exame apontou que a falta de oxigênio no cérebro sofrida pelo bebê causou complicações como deficiência nos movimentos do lado direito, problemas na deglutição, sufocamento durante a amamentação e dificuldade na respiração.
Além disso, durante o período em que passou na UTI, o bebê ainda sofreu uma lesão no antebraço após a agulha escapar da veia e o medicamento ser introduzido na pele subcutânea, resultando na atrofia da pele após cicatrização, razão pela qual o hospital também foi condenado a realizar uma cirurgia reparadora no bebê.
A relatora do processo de recurso foi a desembargadora Clarice Claudino da Silva, que ressaltou, em seu voto, que a prestação de serviço médico-hospitalar trata-se de uma relação de consumo e, sendo assim, uma vítima de negligência do médico ou do hospital deve ser considerada uma consumidora e, dessa forma, merece ter o dano reparado.
“Está claro nos autos que o hospital universitário deve responder pela reparação civil causada pela negligência no atendimento hospitalar de gestante que, em decorrência de o seu bebê ser macrossômico teve dificuldades em expulsá-lo (3ª fase do parto) sem o devido atendimento obstétrico, fazendo com que sequelas permanentes acometessem o bebê em razão da conduta omissiva do hospital”, afirmou a magistrada.
Foto: Reprodução
Vitamina D reduz risco de menopausa precoce, revela estudo
Segundo pesquisa da Universidade Harvard, o consumo de vitamina D e leite de vaca pode contribuir para retardar o processo
Por Veja Online
Uma alimentação rica em peixes oleosos, como salmão, atum e sardinha, e ovos – ricos em vitamina D – pode evitar a menopausa precoce. De acordo com estudo publicado no periódico científico American Journal of Clinical Nutrition, o consumo de vitamina D através de alimentos e suplementos pode reduzir o risco da menopausa antes dos 45 anos em até 17%. Já os alimentos ricos em cálcio mostraram uma redução de 13%.
Estudos anteriores já haviam sugerido que a vitamina pode retardar o envelhecimento dos ovários. Cerca de uma a cada dez mulheres enfrenta a fase da menopausa precoce – antes dos 45 anos -, aumentando os riscos de osteoporose, doenças cardíacas e diminuindo a fertilidade.
O estudo
Pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, analisaram 116.430 mulheres que trabalharam na área da saúde durante duas décadas. Durante esse período, as participantes registraram sua dieta em cinco ocasiões e 2.041 mulheres entraram na menopausa.
Resultados
Os resultados, levando em conta peso e histórico de amamentação, revelaram que aquelas que consumiram maior quantidade de vitamina D apresentaram um risco 17% menor para a antecipação do período fisiológico do que as outras. Já o consumo de cálcio foi associado a uma redução de 13% na probabilidade de menopausa precoce. Acredita-se que o consumo de cálcio relacionado a redução da menopausa precoce pode ser explicada pela quantidade de hormônios no leite de vaca, retardando as mudanças hormonais naturais da mulher.
Em relação à vitamina D, segundo os autores, existem boas evidências de que a substância acelere a produção de hormônios que retardam o envelhecimento ovariano e a idade em que a mulher perde a capacidade reprodutiva. Isso é importante pois a menopausa surge justamente quando a mulher não produz mais óvulos. “Acreditamos que o cálcio poderia influenciar, também, a idade ovariana porque no leite está presente hormônios como a progesterona, que pode ajudar a reduzir esses riscos“, explicou Alexandra.
Nos Estados Unidos, leite e queijo são fortificados com vitamina D. Segundo os pesquisadores, foram os laticínios os principais alimentos que indicaram a redução do risco de menopausa precoce e o resultado poderia ser diferente em outros países. No entanto, mais pesquisas são necessárias para comprovar se a ingestão de suplementos de vitamina D realmente afeta o atraso da menopausa.
Menopausa precoce
“A menopausa precoce não só está associada a um maior risco de doenças cardiovasculares, osteoporose e Alzheimer, como pode afetar as chances de conceber anos antes do aparecimento dos sintomas”, disse Alexandra Purdue-Smithe, uma das autoras da pesquisa, ao Daily Mail.
Uma mulher que entra na fase da menopausa aos 43 anos, por exemplo, pode enfrentar problemas de fertilidade por volta dos 33 anos. “Estudos procuram por algo que possa reduzir esses riscos. E a dieta, que pode ser facilmente alterada, tem grande implicação na saúde da mulher.”
Foto: iStock/Getty Images
Cientistas desaconselham dieta sem glúten a pessoas não celíacas
Estudo indica que cortar glúten implica abrir mão de alimentos benéficos para a saúde, como grãos integrais. Em celíacos, glúten representa risco cardíaco, mas, em não celíacos, risco não existe
Por Agencia EFE
Um estudo científico divulgado na semana passada no Reino Unido desaconselha pessoas não celíacas a fazerem uma dieta sem glúten, por se privarem sem necessidade de alimentos benéficos para a saúde. A equipe dirigida por Andrew T. Chan, da Escola de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos, aponta que o consumo de glúten não aumenta o risco de doenças cardiovasculares em pessoas não celíacas.
Pelo contrário, os cientistas ressaltam que as pessoas que não sofrem de doença celíaca e mesmo assim evitam o glúten podem acabar prescindindo de alimentos que reduziriam o risco de doenças, como os grãos integrais de trigo, cevada, aveia e centeio. Por esse motivo, os especialistas afirmam que “não se deve promover uma dieta sem glúten entre pessoas sem doença celíaca”, no artigo publicado na revista médica “British Medical Journal”.
Glúten x doenças cardiovasculares
A equipe de Harvard decidiu analisar a conexão entre o consumo de glúten e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares em pessoas não celíacas, com o objetivo de comprovar a teoria de que este vínculo existe, o que levou muita gente saudável a fazer dietas sem glúten. O consumo de glúten – mistura de proteínas encontradas em cereais – provoca inflamação intestinal e é associado a um maior risco de doenças cardiovasculares nas pessoas celíacas.
Os especialistas analisaram os dados de 64.714 mulheres e 45.303 homens não celíacos que são profissionais do setor de saúde dos Estados Unidos e completaram um questionário sobre dieta e saúde a cada quatro anos, entre 1986 e 2010. A análise desta informação levou a equipe a concluir que “não há nenhuma relação significativa entre o consumo de alimentos com glúten e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares”.
Outra análise é que a restrição do glúten na dieta pode levar à redução do consumo de “grãos integrais”, que são associados a um menor risco de doenças coronarianas. Os autores advertem em seu artigo que se trata de um estudo de observação, então não podem tirar conclusões “de causa e efeito”. No entanto, afirmam que as descobertas “não apoiam a recomendação de uma dieta com restrições de glúten com o objetivo de reduzir o risco de doenças coronarianas”. Os cientistas concluem que “dietas sem glúten para a prevenção de doenças coronarianas entre pessoas sem sintomas e não celíacas não é recomendável”.
Foto: CDC/ Debora Cartagena
Jovem brasileiro vai correr mais de 5 mil km para cruzar a Europa e alertar sobre o problema da obesidade
Ultramaratonista nascido em Campinas (SP) vai percorrer nove países europeus, da Noruega à Espanha, a partir de julho
Por G1
Um jovem belgo-brasileiro se prepara para correr 5.300 km, do extremo norte ao extremo sul da Europa, num projeto de conscientização sobre o problema da obesidade. Nascido em Campinas, no interior de São Paulo, Ralph Mesquita, de 25 anos, se mudou para a Bélgica em 1999 com a família. Até os 20 anos, vivia com sobrepeso.
“Nunca cheguei a ser o que se considera obeso, mas estava no limite. Perdia peso, depois voltava a comer, e engordava novamente. Sempre fiz muito esporte, mas com 20 anos comecei a correr provas e a comer melhor”, diz Mesquita, que atualmente estuda fisioterapia na Bélgica. Ele conta que teve uma avó que morreu em decorrência do excesso de peso, o que ajudou a sensibilizá-lo ainda mais para o problema. “Vi minha avó sofrer por causa da obesidade”, recorda.
Hoje ultramaratonista, Mesquita decidiu lançar a si mesmo o desafio de percorrer milhares de quilômetros de Nordkapp, no extremo norte da Noruega, a Tarifa, ponto mais ao sul da Espanha continental. Quem tiver disposição poderá acompanhar o brasileiro em partes do trajeto, que está detalhado no site do projeto. A viagem tem previsão de durar 75 dias, a partir de 5 de julho. “Todos que quiserem podem correr comigo. Por enquanto, só eu vou correr o percurso todo”, explica.
O ritmo da corrida será moderado, já que num percurso extremamente longo como esse não convém acelerar demais. Serão de 10 a 11 horas correndo por dia, em média, para avançar ao redor de 80 km. “Em alguns dias, vou correr menos para fazer recuperação. Mas não vou parar totalmente, pois somos como uma máquina: se paramos totalmente, depois é mais difícil de recomeçar”, explica.
Uma equipe de apoio vai acompanhar Mesquita com um motor-home, onde ele vai descansar e fazer refeições. O corredor é vegano — não come carne, laticínios, ovos ou qualquer derivado de animais –, por isso irá repor os nutrientes com uma dieta balanceada de vegetais. “Vou comer muito o dia todo: muito arroz, feijão, macarrão”, comenta. Ele calcula que precisará ingerir cerca de 8 mil calorias por dia (para uma pessoa adulta com hábitos normais, o recomendado é 2.500 calorias). “A refeição mais importante é a da noite, no final do dia”, explica.
Além de chamar atenção para o tema da obesidade, o projeto de Ralph Mesquita vai recolher doações para ajudar o Grupo Europeu de Obesidade Infantil (Ecog, na sigla em inglês), uma organização que congrega profissionais que atuam contra esse problema. “Na Europa, 1 em 3 crianças têm problema de peso. É uma coisa da sociedade que precisa mudar. A média das pessoas é bem informada, mas a gente aprendeu a viver de um modo que não é o melhor jeito de viver”, avalia o corredor. Em sua opinião, os pais precisam se esforçar para fazer com que seus filhos se exercitem. “Na minha casa, todo mundo era obrigado a fazer esporte pelo menos uma vez por semana”, conta, lembrando de sua infância.
União da Europa
Outro objetivo da iniciativa é divulgar a ideia da união da Europa e das fronteiras livres entre os países, já que Ralph Mesquita percorrerá nove deles livremente (Noruega, Finlândia, Suécia, Dinamarca, Alemanha, Holanda, Bélgica, França e Espanha). O brasileiro de nascimento, após residir mais de 10 anos na Bélgica, tem também a nacionalidade belga.
Questionado se tem planos de trazer sua campanha ao Brasil, Mesquita diz que o tema é importante por aqui também, já que os brasileiros também estão ficando mais e mais obesos. “Mas primeiro preciso terminar a corrida na Europa para pensar na possibilidade de um novo projeto”, diz.
Foto: Facebook/Eurocross for a cause