Abacate em defesa das artérias
Pesquisa atesta o poder da fruta contra os males que levam ao entupimento dos vasos
Por Vand Vieira
Publicado na Abril Online
Se você ainda tem o pé atrás em relação ao abacate só porque ele é um fruto mais gorduroso, pode relaxar. Um time da Universidade de Ciências Médicas de Mashhad, no Irã, revisou 129 estudos com o alimento e concluiu que ele é, sim, um baita aliado contra a síndrome metabólica – quadro marcado por um abdômen saliente e que eleva o risco de diabetes e doenças cardiovasculares.
Além de esbanjar gorduras boas, o abacate possui minerais, vitaminas e antioxidantes. “Consumir até uma unidade diariamente ajuda a diminuir a gordura abdominal e a controlar a pressão arterial, a glicemia e os níveis de colesterol“, conta o farmacêutico Jamshid Tabeshpour, um dos autores do trabalho. Confira quatro sugestões para incluir o fruto em diferentes momentos do dia:
Café da manhã
Que tal um creme? Bata 1/4 de abacate, 1 colher (sopa) de cacau em pó e 1 colher (sopa) de pasta de amendoim.
Almoço
Aposte em uma salada de tomate, abacate, cebola e coentro picados. Tempere com limão, sal e pimenta.
Lanche
Vá de flan. Misture 1 abacate, 2 maracujás, 1/2 pote de iogurte, açúcar e gelatina sem sabor (1 sachê). Leve à geladeira.
Jantar
Um wrap cai bem. Use folha de couve, carne e guacamole (1 abacate, suco de 1 limão, 1 tomate, azeite e temperos).
Foto: Dercílio/SAÚDE é Vital
Remédio se mostra eficaz contra duas doenças das articulações
Já aprovada no Brasil, medicação para espondilite anquilosante e artrite psoriática oferece um bom controle no médio prazo
Por Diogo Sponchiato
Publicado na Abril Online
Um tiro certeiro — e sustentado — contra duas doenças que comprometem as juntas e a qualidade de vida. Eis o feito de um anticorpo monoclonal que foi destaque no último Congresso Europeu de Reumatologia. No encontro recém-ocorrido em Madri, na Espanha, cientistas apresentaram os resultados de estudos de acompanhamento com o medicamento secuquinumabe em pessoas com espondilite anquilosante e artrite psoriática, problemas que, em comum, são marcados por uma inflamação crônica em algumas articulações.
Vamos por partes.
Anticorpos monoclonais como o secuquinumabe, do laboratório Novartis, são medicações injetáveis que funcionam como uma espécie de míssil teleguiado dentro do organismo. Eles miram e inativam uma substância específica, normalmente crucial ao processo inflamatório que fustiga alguma redondeza do corpo. Nesse caso, o secuquinumabe busca neutralizar uma interleucina, a IL-17A, peça-chave na inflamação que acomete as articulações tanto na espondilite anquilosante como na artrite psoriática.
Um dos estudos apresentados no congresso da Liga Europeia de Reumatismo seguiu 290 pessoas com espondilite anquilosante por três anos e constatou sua capacidade de controlar típicas manifestações da doença, que afeta sobretudo a coluna e leva a dor, rigidez e deformação na região. Os médicos comprovaram que o anticorpo monoclonal melhorou os quadros dolorosos à noite, a flexibilidade (principalmente no período da manhã) e a habilidade de realizar tarefas no dia a dia.
No braço de pesquisas direcionadas a pacientes com artrite psoriática, condição que afeta ao redor de 7% das pessoas com psoríase — doença inflamatória da pele marcada pela formação de placas avermelhadas —, o mesmo remédio conseguiu aliviar a dor em três semanas de uso. No acompanhamento por três anos com mais de 400 voluntários, os indivíduos tratados também apresentaram melhoras como a redução do inchaço nas articulações. A artrite psoriática pode afligir tanto as juntas nas extremidades do corpo como trechos da coluna.
A boa notícia para os brasileiros com esses problemas é que o secuquinumabe já está liberado para uso em ambas as condições no país. A mesma medicação também tem aval para ajudar em casos moderados e graves de psoríase.
Ilustração: Rodrigo Damati/SAÚDE é Vital