Relatório divulgado nesta quinta-feira (7) pela Organização Mundial da Saúde mostra ainda que em torno de 10 milhões de pessoas desenvolvem a doença por ano no mundo
Por G1
O número de indivíduos vivendo com demência deve triplicar até 2050, divulga nesta quinta-feira (7) um relatório da Organização Mundial da Saúde sobre a condição. Dos 50 milhões atuais, o mundo terá 152 milhões de pessoas convivendo com a doença nos próximos trinta anos. Hoje, em torno de 10 milhões de pessoas são diagnosticadas com a doença por ano — e a maioria delas vive em países com menos recursos financeiros nos sistemas de saúde. Segundo a OMS, 6 milhões dos novos casos atuais ocorre em regiões de baixa e média renda.
O número de acometidos ainda pode ser maior, diz a OMS, já que os dados divulgados correspondem à contribuição de 21 países. A entidade espera que até o final de 2018 em torno de 50 países contribuam com os dados para um melhor cenário sobre a prevalência global da doença. O relatório aponta ainda que o custo anual com a condição está em torno de US$ 818 bilhões. A estimativa foi calculada levando-se em conta não só os gastos com saúde, mas também a perda de renda de doentes e cuidadores — que muitas vezes deixam o trabalho para cuidar de familiares.
Ainda, segundo o documento, os gastos vão mais que duplicar até 2030 — quando devem alcançar a marca de US$ 2 trilhões — “um custo que poderia prejudicar o desenvolvimento social e econômico e sobrecarregar a saúde e os serviços sociais”, diz nota da entidade. A demência é tida como um “guarda-chuva” para um conjunto de condições que tem como característica comum o fato de terem perda cognitiva, falhas na memória e a progressiva dificuldade de lidar com as tarefas do cotidiano.
O Alzheimer responde por cerca de 70% dos casos, mas há outras causas, como a demência associada ao HIV, a problemas vasculares ou a lesões. Mulheres são mais afetadas que os homens, segundo a OMS.
O problema com o diagnóstico e pesquisa
A OMS informa que apenas 14% dos países informaram o número de pessoas diagnosticadas com a doença e isso pode ser um indicativo de que pode haver um subdiagnóstico. Estudos anteriores já demonstraram que em torno de 90% das pessoas de países com renda baixa e média não sabem que têm a doença. Uma outra questão apontada pela OMS são problemas com a pesquisa para a doença — que não acompanham o número de pessoas que são afetadas pela condição. Segundo a entidade, 7 mil artigos científicos foram publicados sobre a doença em 2016 — contra 15 mil de estudos sobre diabetes e em torno de 99 mil pesquisas sobre o câncer.
Lançamento de plataforma global
Nesta quinta-feira (7), a entidade também lançou o Observatório Global da Demência — que vai acompanhar o progresso na prestação de serviços e de políticas públicas para pessoas com demência e seus cuidadores. O sistema também vai acompanhar o número de casos no globo. “O sistema não só nos permitirá acompanhar o progresso, mas também o mais importante, identificar áreas onde os esforços futuros são mais necessários”, disse Tarun Dua, do Departamento de Saúde Mental da Organização Mundial da Saúde, em nota da entidade.
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