Técnicas e aprimoramentos do Contorno Corporal são apresentados na 31ª Jornada Centro-Oeste de Cirurgia Plástica
Evento patrocinado pela Anadem conta com mesas redondas, casos clínicos e conferências especiais
Neste ano, a 31ª Jornada Centro-Oeste de Cirurgia Plástica da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica) – Regional Mato Grosso do Sul explora técnicas e aprimoramentos do Contorno Corporal. São mesas redondas, casos clínicos, conferências especiais e, ainda, um curso de pós-bariátrica na Jornada, que tem patrocínio da Anadem (Socieade Brasileira de Direito Médico e Bioética). O evento começou ontem (22) no Hotel Deville Prime e vai até amanhã.
Um dos temas palestrados é “Eventos Adversos”, que trata das intercorrências durante os procedimentos. Os números apresentados colaboraram para a visita dos médicos ao estande da Anadem, referência em blindagem jurídica e profissional. No local, estão os colaboradores Arthur Rezende, Ary Motta, Paloma Furtado, Wellington Garcia e Wagner Tome. Saiba mais clicando aqui.
Juiz libera venda de Aedes aegypti transgênico para combate a epidemias
Decisão manda Anvisa suspender análise que barrava comercialização. Parecer de 2014 diz que mosquito é ‘inofensivo’
Por Mateus Rodrigues, G1 DF
Justiça Federal em Brasília liberou, nesta quinta-feira (22), a venda de mosquitos Aedes aegypti geneticamente modificados para o combate de doenças transmitidas pelo inseto – como a dengue, a febre chikungunya e o vírus da zika. A sentença se baseia em um parecer de 2014 que declarou o mosquito transgênico como inofensivo (veja detalhes abaixo).
Na decisão, o juiz substituto da 20ª Vara Federal Renato Borelli determina que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspenda os processos em curso que tratam da regulação e da liberação comercial do Aedes – registrado oficialmente como “OX513A”.
Cabe recurso. Ao G1, a Anvisa informou que não tinha sido notificada da decisão até a tarde desta quinta.
O mosquito geneticamente modificado foi desenvolvido pela unidade da britânica Oxitec em Piracicaba (SP). Segundo a empresa, a alteração genética afeta os mosquitos machos – que não picam –, e faz com que os “filhos” deles morram antes de chegar à fase adulta.
A ideia é que esses mosquitos sejam lançados nas ruas das cidades, de acordo com um cronograma específico, e cruzem com as fêmeas selvagens.
“Os descendentes herdam os genes inseridos e morrem antes de chegar à fase adulta, diminuindo, portanto, a população de Aedes aegypti adultos”, diz o site da empresa.
Sem risco à saúde
O documento de 2014 foi emitido pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CNTBio) – órgão do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação que atua no “estabelecimento de normas técnicas de segurança e pareceres técnicos referentes à proteção da saúde humana, dos organismos vivos e do meio ambiente”.
Segundo a análise do CNTBio, o Aedes aegypti transgênico “não [apresenta] riscos adicionais ao meio ambiente, aos seres humanos e aos animais quando comparado à mesma espécie não geneticamente modificada”.
Quando o parecer foi divulgado, em abril daquele ano, o CNTBio informou que os órgãos de registro e fiscalização teriam 30 dias para se manifestar. Depois, caberia à Anvisa a emissão de registros e autorizações para o uso do mosquito em campanhas de saúde pública.
Quase quatro anos depois, a batalha judicial continua. Em 2016, a Anvisa definiu que esses mosquitos geneticamente modificados são “objeto de regulação sanitária” – ou seja, que exigem uma regulação específica quanto à segurança e à eficácia.
Foto: Eduardo Carvalho/G1
Gastos do Brasil com diabetes podem dobrar na próxima década, diz estudo britânico
País deve enfrentar um dos maiores fardos do mundo com a doença, que avança globalmente; para pesquisadora, impostos e mudanças políticas são cruciais para mudar isso
Por BBC
O avanço da diabetes no Brasil pode fazer com que os custos diretos e indiretos da doença dobrem até 2030, aponta pesquisa divulgada nesta sexta-feira pela universidade britânica King’s College, em parceria com a Universidade de Gottingen (Alemanha).
O estudo, que levantou dados de 180 países, levou em conta tanto despesas com o tratamento médico da diabetes quanto os impactos na atividade econômica – como a perda de produtividade de trabalhadores e as mortes prematuras decorrentes da doença e de males associados, como problemas cardíacos.
Segundo o levantamento, os gastos do Brasil com a diabetes foram de US$ 57,7 bilhões (R$ 190 bilhões, em valores atuais) em 2015.
Até 2030, essas despesas podem subir para US$ 97 bilhões, segundo estimativas mais conservadoras, ou US$ 123 bilhões (R$ 406 bilhões), no pior dos cenários avaliados pelo estudo europeu.
É um dos custos mais altos do mundo em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), diz à BBC Brasil Justine Davies, coautora do estudo e professora do Centro de Saúde Global do King’s College.
“A doença tem sido vista como a próxima epidemia global, tem aumentado na maioria dos países e ninguém tem conseguido enfrentá-la”, acrescenta.
Isso é grave porque a diabetes é uma importante causadora de cegueira, falência renal, problemas cardíacos, derrames e amputações, aponta a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O que fazer?
Davies diz que não estudou especificamente o caso brasileiro, mas aponta que o avanço da diabetes provavelmente está ligado ao sobrepeso da população – segundo dados de 2016 do Ministério da Saúde, 20 em cada 100 brasileiros sofrem de obesidade.
E isso está intimamente ligado ao consumo excessivo de comida pouco saudável, como fast-food e alimentos ultraprocessados – bolachas, refrigerantes, salgadinhos e similares –, a despeito da crescente conscientização acerca do que é uma alimentação saudável.
“É difícil mudar isso”, admite Davies. “As pessoas têm mais conhecimento atualmente. Mas se você coloca um pacote de batatinhas na minha frente, provavelmente vou comê-las. Existe uma tensão entre o que sabemos que nos faz bem ou mal e o que o ambiente nos oferece. E o ambiente tem favorecido as comidas rápidas e os deslocamentos em carros (que estimulam o sedentarismo).”
Outro problema é a associação entre o aumento no padrão de vida da população e o maior consumo de itens processados, em detrimento de comidas in natura. “À medida que as pessoas ganham mais dinheiro, elas querem comer mais, como um sinal de prosperidade.”
Para resolver isso em uma escala nacional e global, Davies acha necessário haver um “compromisso político”.
A pesquisadora cita exemplos bem-sucedidos do México, que elevou a taxação sobre bebidas açucaradas (medida que reduziu o consumo de refrigerantes e similares em 5,5% e 9,7% em 2015 e 2016, primeiros anos em que vigorou), e de Londres. A capital britânica tem estimulado a população a caminhar e andar de bicicleta com a difusão de rotas ciclísticas e a taxação de carros que circulam em áreas centrais da cidade.
Impacto global e na América Latina
A ameaça da diabetes ao Brasil é excepcionalmente grave, mas não é única no mundo: segundo Davies, nenhum dos países estudados tem conseguido resultados particularmente positivos no combate à doença.
“Nos EUA, provavelmente o país mais obeso do mundo, as taxas (de diabetes) estão se estabilizando – um dos poucos países onde isso aconteceu”, diz a pesquisadora. No entanto, o país enfrenta a perspectiva de gastar até US$ 680 bilhões em decorrência da doença em 2030.
Na China, a projeção é de que os gastos relacionados à diabetes praticamente tripliquem na próxima década, passando de US$ 222 bilhões a US$ 631 bilhões.
No mundo inteiro, a perspectiva é de que gaste-se US$ 2,5 trilhões direta e indiretamente com a diabetes, o dobro dos custos atuais. E a América Latina deve ficar com o maior fardo, se analisada a proporção em relação ao tamanho de seu PIB.
Um dos fatores por trás disso, segundo Davies, é a estrutura populacional latino-americana: cresceu a prevalência de diabetes em uma população ainda relativamente jovem, em idade produtiva.
No Brasil, estimativas apontam que entre 7% e 10% da população pode ser diabética – boa parte dela sem nem sequer ter sido diagnosticada. Segundo o estudo de Davies, essa porcentagem pode chegar a 14% em 2030, no pior dos cenários.
Dados da OMS apontam que a prevalência global de diabetes entre adultos acima de 18 anos dobrou entre 1980 e 2014 no mundo – alcançando 422 milhões de pessoas. O maior crescimento tem sido registrado em países de renda baixa e média.
Em 2015, os dados mais recentes disponíveis, 1,6 milhões de mortes foram diretamente causadas pela diabetes no globo.
Foto: Getty Images
Número de abortos cai no mundo, puxado por países desenvolvidos com legalização
Desde os anos 90, os registros da prática caíram de forma significativa nos países ricos; já nas regiões em desenvolvimento não foi observada uma mudança significativa
Por G1
Em 20 anos, entre 1990/1994 e 2010/2014, a taxa anual de aborto nas regiões desenvolvidas caiu significativamente, principalmente em países ricos onde a prática é legalizada – passou de 46 para 27 abortos para cada mil mulheres em idade reprodutiva. O mesmo não ocorreu em países em desenvolvimento: a taxa global se manteve quase estável, passando de 39 para 36 a cada mil mulheres.
Os dados são de relatório publicado nesta semana pelo Instituto Guttmacher, organização dos Estados Unidos parceira da Universidade Columbia e da Federação Internacional de Planejamento Familiar (IPPF). Veja o relatório completo em inglês.
Segundo o documento, o maior declínio nas taxas de aborto foi sentido na Europa Oriental, onde o uso efetivo de contraceptivos aumentou drasticamente. Os índices também caíram de forma significativa no Centro da Ásia – as duas regiões fizeram parte do antigo bloco da União Soviética e passaram a ter acesso aos métodos eficazes de prevenção.
Mais dados do relatório:
Abortos ocorrem com a mesma frequência em duas categorias de países: onde o aborto é proibido ou quando é permitido apenas para salvar a vida da mulher – de 37 a 34 casos por mil mulheres, respectivamente.
Mulheres com idades entre 20 e 24 anos são as que mais abortam.
A maior parte (93%) dos países onde o aborto é proibido ou tem leis restritas à prática estão em desenvolvimento.
O contrário também é observado: os países onde o aborto é liberado são desenvolvidos.
No entanto, países com a prática legalizada estão impondo cada vez mais restrições de acesso à prática, como Estados Unidos e países da Europa Oriental.
Desde 2000, 28 países mudaram suas legislações – quase todos se tornaram mais liberais ao aborto.
De todos os abortos feitos no mundo, 55% são considerados seguros; 31% são menos seguros (atendem a pelo menos um critério); 14% são inseguros (não atendem a nenhum critério médico).
Em 14 países em desenvolvimento onde o aborto inseguro é prevalente, 40% das mulheres que escolheram tirar o bebê apresentaram complicações que necessitaram de cuidados médicos.
Dados regionais
Entre 2000 e 2014, o instituto estimou que 55,9 milhões de abortos foram feitos por ano em todo o mundo. Destes, 49,3 milhões ocorreram em regiões em desenvolvimento e 6,6 milhões em países já desenvolvidos.
Os países com os menores índices de aborto são Suíça (5 a cada mil mulheres), Cingapura (7 a cada mil mulheres) e Eslováquia (8 a cada mil mulheres). Na outra ponta, com as maiores taxas, está o Paquistão (50 a cada mil mulheres), Quênia (48 a cada mil mulheres) e Índia (47 a cada mil mulheres).
Foto: Cris Faga/Fox Press Photo/Estadão Conteúdo