Polícia Federal comemora 74 anos e Sindepol homenageia presidente da Anadem
A comemoração aconteceu nesta quarta-feira (28), em Brasília/DF, e laureou diversas autoridades, como deputados, senador e ministro
ANDREW SIMEK
O diploma e a medalha de reconhecimento ao mérito do Sindepol (Sindicato dos Delegados de Polícia Federal) foram entregues ao presidente da Anadem (Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética), Raul Canal, na noite de ontem (28), durante comemoração dos 74 anos da Polícia Federal (PF) e dos 25 anos do Sindicato.
A festa aconteceu no Espaço da Corte, em Brasília/DF, e também homenageou outras autoridades, como o senador Álvaro Dias (PODE/PR), o deputado João Campos (PRB/GO), o ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Benedito Gonçalves e o presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) João Martins.
EQUILÍBRIO DA JUSTIÇA – Canal elogiou a atuação da PF e a contribuição do Sindicato para melhoria nas condições de trabalho dos delegados, essenciais para o equilíbrio da justiça no Brasil. “Parabéns aos DPF pelos 74 anos e ao Sindepol pelas bodas de prata. Sinto-me honrado com a láurea, e reafirmo meu compromisso de continuar contribuindo com o que for necessário”, afirmou.
A terapia com picadas de abelha que matou uma mulher na Espanha
Esta é aparentemente a primeira morte causada pelo tratamento de alguém que costumava ser tolerante a picadas de abelha, já que a mulher se tratava havia dois anos
Por BBC
Uma mulher espanhola de 55 anos morreu depois de ser tratada com uma terapia que usa picadas de abelha – tratamento alternativo divulgado pela atriz americana Gwyneth Paltrow.
A mulher, cujo nome não foi divulgado, vinha recebendo acupuntura feita com abelhas vivas há dois anos quando desenvolveu uma forte reação.
Ela morreu algumas semanas depois, devido à falência múltipla de órgãos.
Pesquisadores que estudaram o caso dizem que a terapia com abelhas “não é segura nem aconselhável”.
Esta é aparentemente a primeira morte causada pelo tratamento de alguém que costumava ser tolerante a picadas de abelha.
O caso da mulher foi descrito na revista científica “Jornal de Alergologia e Imunologia Clínica Investigativa”, em um artigo escrito pelos médicos da divisão de alergia do Hospital Universitário de Madri.
A paciente vinha recebendo o tratamento cerca de uma vez por mês havia dois anos em uma clínica particular – o objetivo era relaxar os músculos e diminuir o stress.
Em uma sessão, ela começou a sentir falta de ar e desmaiou logo depois de ser picada por uma abelha.
Ela recebeu medicação, mas não havia adrenalina disponível (para reanimação cardiorrespiratória). A ambulância demorou 30 minutos para chegar.
A mulher não tinha histórico de outras doenças, fatores de risco ou reações alérgicas.
Os médicos que revisaram seu caso descobriram que um choque anafilático provocado pelo veneno causou um infarto, coma e falência múltipla de órgãos.
O que é apiterapia?
O tratamento com picada de abelhas é conhecido como apiterapia – ramo da medicina alternativa que também usa mel, própolis e veneno para aliviar sintomas de doenças.
Embora alguns benefícios já tenham sido relatados, se tratavam de casos isolados.
A teoria por trás desse tipo de tratamento é a de que as picadas causariam inflamações que gerariam uma resposta anti-inflamatória no sistema imunológico. Mas cientistas dizem que não há nenhuma pesquisa que mostre que o tratamento é realmente efetivo.
Em uma entrevista ao jornal americano “New York Times” em 2016, Gwyneth Paltrow disse que já havia feito o tratamento, que ela também divulgou em seu site, Goop, que fala sobre saúde.
O ator escocês Gerard Butler também passou pelo tratamento – acabou tendo que ser hospitalizado depois de ser injetado com o veneno de 23 abelhas.
Os médicos que publicaram o caso da mulher espanhola alertaram para a importância de os pacientes estarem muito bem informados sobre os diversos riscos da apiterapia antes de se submeterem a ela.
Eles também dizem que quem aplica o tratamento precisa ter treinamento para lidar com alergias e reações severas, deve ser capaz de identificar pacientes com maiores fatores de risco e que precisa garantir uma estrutura adequada para lidar com um possível caso de choque anafilático.
O paciente também precisa ter rápido acesso a uma unidade de tratamento intensivo.
O problema é que, como o tratamento costuma ser em clínicas alternativas particulares e não em hospitais, essas recomendações nem sempre são seguidas.
Segundo Amena Warner, chefe da área de alergia do serviço de saúde inglês, “o uso pouco ortodoxo de veneno de abelha tem grandes riscos e pode gerar situações sérias, que ameaçam a vida de pessoas com mais susceptibilidade a alergias”.
Foto: Bruno Glätsch/Pixabay
Conceito de envelhecimento bem-sucedido pode se transformar em armadilha
Vamos repensar o que é ter sucesso, especialmente na velhice, ou perpetuaremos visões contaminadas pela desigualdade
Por Mariza Tavares, G1 Rio de Janeiro
Quando alguém fala em “envelhecimento bem-sucedido”, que imagem vem à sua cabeça? Talvez a de um homem mais velho, mas vigoroso, se exercitando ou viajando num navio. Ou a de um casal de idosos rodeado de filhos e netos em volta de uma mesa farta. Quem sabe o rosto de um milionário? Há boas chances de uma dessas opções se aproximar do que você pensou, e essa é a armadilha que habita a expressão: são projeções que remetem a ter riqueza ou poder. Entretanto, se cada trajetória é única em suas experiências – e chegamos ao século XXI valorizando essa diversidade com todas as suas nuances – o mesmo acontece com o envelhecimento. Vai depender do gênero, porque as mulheres continuam recebendo menos que os homens e vivem mais; do fato de pertencer ou não a uma minoria; de viver numa metrópole ou numa cidadezinha; de quantos anos a pessoa estudou e quantos filhos teve; do acesso a moradia, transporte, saúde…
Portanto, vamos repensar o que é ter sucesso, especialmente na velhice, ou perpetuaremos visões contaminadas pela desigualdade. É como se dividíssemos os idosos em cigarras e formigas, culpando quem não pôde fazer um pé-de-meia mesmo que as condições para isso fossem as mais adversas. Quem ainda exerce uma profissão, ajuda a criar os netos ou é cuidador de um amigo ou familiar merece parabéns. Quem se esforça para manter a saúde e ser socialmente ativo tem que ser festejado. No V Fórum Internacional da Longevidade, realizado ano passado, a médica geriatra Karla Giacomin foi contundente: “não podemos dividir os velhos entre vencedores e perdedores. Todos são vencedores, os que precisam de cuidados e os que correm maratonas. É importante lembrar que a grande maioria dos velhos brasileiros nasceu sem que suas mães tivessem acompanhamento pré-natal. São pessoas que não foram vacinadas como deveriam e têm aposentadoria de um salário mínimo”.
Já há quem defenda um novo movimento: o do envelhecimento empoderado. Não gosto do adjetivo, mas me agrada a ideia de, se preciso, lutar para garantir que continuemos sendo donos da própria história à medida que envelhecemos. Autoestima, autonomia e dignidade devem estar na pauta de todo projeto ou discussão envolvendo idosos. No começo do ano, chegou ao mercado americano o livro “Empowered aging”, organizado pela ex-jogadora de vôlei Sharkie Zartman, no qual a autora propõe quebrar paradigmas na cada vez mais longa jornada da longevidade:
1. No lugar de envelhecer é horrível: envelhecer é uma oportunidade para buscar um propósito de vida.
2. Em vez de envelhecer é um período de declínio inevitável: envelhecer é um desafio e um privilégio.
3. Você para de se divertir quando envelhece? Não! Você para de envelhecer quando se diverte.
4. Descarte o “sou muito velho para fazer isso” e substitua por “posso fazer o que quiser, independentemente da minha idade, desde que esteja saudável”.
5. Em hipótese alguma: “meu médico é o responsável pela minha saúde”. A verdade é: “sou responsável pela minha saúde e pelas escolhas que faço, e meu médico faz parte do meu time”.
Foto: YouTube.com/Divulgação
Homem diagnosticado com 'pior caso' de supergonorreia do mundo acende alerta em médicos
Paciente internado em um hospital da Inglaterra teria contraído doença no sudeste da Ásia; serviço de saúde está atrás de pessoas que já fizeram sexo com ele para tentar evitar que doença se espalhe
Por BBC
Organização Mundial da Saúde já havia alertado para a aparição de um perigoso tipo de gonorreia resistente a antibióticos. Agora, um grupo de médicos britânicos anunciou o caso “mais grave” já detectado no mundo dessa doença sexualmente transmissível.
O Serviço de Saúde do Reino Unido (NHS, na sigla em inglês) explicou que o paciente é um homem que vivia uma relação estável com uma parceira, mas se contagiou com a “superbactéria” no início do ano quando teve um caso com uma mulher no sudeste da Ásia.
Ao aplicar o tratamento tradicional contra a doença – uma combinação de azitromicina e ceftriaxona – os especialistas constataram que o homem não respondia aos antibióticos.
Até o momento não foram identificadas outras pessoas com infecções semelhantes, mas há uma investigação em curso do serviço de saúde britânico.
Funcionários de saúde estão tentando rastrear pessoas que tiveram relações sexuais com o paciente para conter a possível propagação da doença.
Testes realizados com o homem sugerem que apenas um tipo de antibiótico é capaz de curá-lo, mas ainda é preciso aguardar algumas semanas para verificar se o remédio realmente terá o efeito esperado.
Sexo oral e abandono do preservativo
Em julho do ano passado, um estudo da OMS revelou que o sexo oral estava produzindo uma perigosa forma de gonorreia, e o declínio no uso da camisinha está ajudando a espalhar a doença.
A entidade alertou que a gonorreia está atualmente muito mais difícil de tratar, porque a infecção sexualmente transmitida (IST) está rapidamente desenvolvendo resistência a antibióticos.
A gonorreia pode infectar os órgãos genitais, o reto e a garganta, mas a forma da doença que mais preocupa agentes de saúde é essa última.
Conforme a OMS, a gonorreia na garganta aumenta as chances de o micro-organismo desenvolver resistência a antibióticos, já que estes medicamentos são frequentemente administrados em menor dosagem para tratar infecções nesta área do corpo repleta de bactérias. Algumas dessas bactérias acabam desenvolvendo resistência às drogas.
O que é a gonorreia
A gonorreia é uma doença sexualmente transmissível causada pela bactéria Neisseria gonorrhoea. A infecção se espalha através do sexo desprotegido, tanto vaginal, quanto oral e anal.
Os sintomas podem incluir uma secreção verde ou amarela a partir dos órgãos sexuais, dor ao urinar e sangramentos esporádicos. Infecções não tratadas podem levar a infertilidade, doença inflamatória pélvica e podem ser transmitidas para o bebê durante a gravidez.
Entre os infectados, uma média de um a cada dez homens heterossexuais e de três em quatros mulheres e homens homossexuais não apresentam sintomas facilmente reconhecíveis.
Supergonorreia
Não é a primeira vez que um tipo de gonorreia resistente a medicamentos causa comoção na comunidade médica.
Também no Reino Unido, em 2015, foi detectado um tipo resistente à azitromicina. Mas os especialistas asseguram que o caso do homem internado atualmente é ainda “mais alarmante”.
Olwen Williams, presidente da Associação Britânica para a Saúde Sexual, disse que a aparição desta nova “supergonorreia” é “muito preocupante” e mostra um “desenvolvimento significativo” da bactéria que causa a doença.
A OMS está cobrando que países monitorem a dispersão da gonorreia resistente e invistam em novas drogas.
E, segundo a OMS, serão necessárias vacinas para interromper a dispersão da gonorreia.
“Desde a introdução da penicilina, que garante uma cura rápida e confiável, a gonorreia desenvolveu resistência a todos os antibióticos”, explicou Richard Stabler, da Escola de Londres de Higiene e Medicina Tropical.
“Nos últimos 15 anos, a terapia precisou ser trocada três vezes por conta do aumento das taxas de resistência no mundo. Estamos agora num ponto em que estamos usando as drogas como último recurso, mas há sinais preocupantes de falha no tratamento devido a cepas resistentes.”
Foto: CNRI/SCIENCE PHOTO LIBRARY