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Falta de combustível limita circulação de ambulâncias e cancela cirurgia em alguns estados; preocupação é nacional, dizem entidades

Associações de saúde alertam que não há estoque de combustível para ambulâncias. Equipamentos em laboratórios também utilizam diesel e não possuem reservas. Confira impacto da greve dos caminhoneiros na saúde

Por Monique Oliveira, Luiza Tenente, G1, e Mariana Garcia, Bem Estar – TV Globo

A paralisação de caminhoneiros chega ao 5º dia e já começa a abalar todos os setores que dependem do transporte de insumos – inclusive o de saúde. De acordo com entidades nacionais do setor procuradas pelo G1, o efeito da greve está começando a ser sentido no abastecimento de medicamentos e também há crises localizadas em alguns estados (confira abaixo). A preocupação mais urgente é com a circulação de ambulâncias: em Minas Gerais e no interior de São Paulo, parte da frota já deixou de circular.

Em Santa Catarina, a secretaria de Saúde anunciou o cancelamento de todas as cirurgias eletivas (não emergenciais) em treze hospitais da rede estadual por falta de material cirúrgico. Já em Santos (SP), houve cancelamento de vacinas por falta de reposição; em Pernambuco, os estoques de oxigênio estão pela metade.

Ambulâncias
Afora algumas situações já instauradas, há a preocupação com o atendimento de ambulância, com a presença de funcionários nos hospitais e com o abastecimento de caldeiras em laboratórios, que funcionam a diesel e não possuem reservas para longos períodos. O consenso é que, por enquanto, não há consequências tão graves, mas a situação precisa ser normalizada nos próximos dias: há reservas de oxigênio pela metade (PE) e o risco de falta de insumos de hemodiálise (RJ).

Tércio Kasten, presidente da presidente da Confederação Nacional de Saúde (CNS), entidade que congrega federações de saúde estaduais, reforça que a principal preocupação é com ambulâncias.

Equipamentos a diesel
Uma outra preocupação são as caldeiras em laboratório que funcionam a diesel. Utilizada em vários setores da indústria, elas são largamente usadas na indústria farmacêutica para a fabricação de insumos. “Grande parte das caldeiras utilizadas no setor utilizam o diesel como combústivel, não dispondo de uma estocagem para longos períodos de carência”, diz Kasten.

Ausência de medicamentos
Entidades também manifestaram preocupação com a ausência de medicamentos. Na quinta-feira (25), a Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias) disse que 6,3 milhões de estabelecimentos em todo o país não estão sendo abastecidos. A rede também manifestou preocupações com terapias que precisam de refrigeração – circunstância difícil de se manter por muito tempo na estrada.

O presidente da Febrafar (Federação Brasileira de Farmácias), Edison Tamascia, disse que o impacto da greve começou a ser sentido na quarta-feira (24).

“Não chegou mercadoria e o movimento está sendo bastante afetado. Existe um sério risco de falta de medicamentos. Nossa expectativa é que a situação se resolva o quanto antes”, diz Tamascia.

Outras entidades que manifestaram preocupação com a continuidade da greve foram a Federação Brasileira de Hospitais e a Associação Nacional de Hospitais Privados. “Estamos preocupados com a situação do desabastecimento de insumos, de materiais hospitalares e, também, de mão de obra, ou seja, a presença física dos funcionários nos hospitais”, disse Luiz Aramicy Pinto, presidente da Federação Brasileira de Hospitais.

A reportagem do G1 entrou em contato com o Ministério da Saúde para verificar se estão sendo pensadas alternativas para o abastecimento de insumos de saúde. Os caminhoneiros estão parados há cinco dias. Há manifestações em 20 estados e no Distrito Federal contra a disparada do preço do diesel, que faz parte da política de preços da Petrobras em vigor desde julho de 2017.

Na quinta-feira (24), um acordo do setor foi feito com o governo, que incluiu a redução de 10% nos preços do diesel pelos próximos 30 dias; a paralisação, no entanto, continua nesta sexta-feira (25). Confira, abaixo, a situação em alguns estados. Leia a reportagem completa clicando aqui.

Foto: Reprodução TV Globo

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