Uma adolescente é infectada pelo HIV a cada três minutos, diz Unicef

Meninas são vítimas de dois terços das infecções em todo o mundo nesta faixa etária, de acordo com dados apresentados na 22ª Conferência Internacional da Aids em Amsterdã

Por France Presse

Uma adolescente de 15 a 19 anos é infectada a cada três minutos com o HIV, informou a Unicef nesta quarta-feira (25), alertando para uma crise de saúde pública esquecida.

As meninas são vítimas de dois terços das infecções em todo o mundo nesta faixa etária, de acordo com dados apresentados na 22ª Conferência Internacional da Aids em Amsterdã.

“Na maioria dos países, mulheres e meninas não têm acesso às informações e serviços necessários, nem têm a oportunidade de recusar sexo desprotegido”, declarou em um comunicado a diretora-geral da Unicef, Henrietta Fore.

“O HIV está se espalhando rapidamente entre os mais vulneráveis e marginalizados, colocando as meninas adolescentes no centro da crise”, acrescentou.

Em 2017, 130.000 mortes de pessoas com menos de 20 anos estavam ligadas à aids e 430.000 novas infecções por HIV ocorreram nessa faixa etária.

Entre os adolescentes de 15 a 19 anos, o número de mortes está estagnado, enquanto em outras faixas etárias vem caindo desde 2010.

A Unicef denuncia em um relatório “relações sexuais precoces, inclusive com homens mais velhos, relações forçadas, a relação de força que não permite dizer não, a pobreza e falta de acesso aos serviços de aconselhamento e exames”.

“Sabemos que isso está ligado ao status de inferioridade conferido às mulheres e meninas em todo o mundo”, declarou a atriz sul-africana Charlize Theron aos delegados da conferência.

“Enquanto não alcançarmos os jovens e impedirmos a epidemia em casa (…), não atingiremos nossos objetivos”, afirmou o diretor de operações da Unitaid (organização internacional de ajuda em medicamentos), Robert Matiru, entrevistado pela AFP.

De acordo com a Sociedade Internacional sobre a Aids (IAS), quatro em cada dez adolescentes africanas já sofreram violência física ou sexual de um homem. Esta ONG denuncia a ausência de uma política de prevenção contra essas violências ou de proteção para a juventude em muitos países.

Ela também trabalha para educar adolescentes. “Os jovens cresceram, são incrivelmente móveis, se movimentam, esqueceram que o HIV é um risco e não podemos deixar de passar esta mensagem”, declarou à AFP sua presidente Linda-Gail Bekker.

Foto: Photo: Jens Kalaene/dpa/AFP/Arquivo

As mentiras que nos contamos para sabotar os esforços de perder peso

Na verdade, não como muito. Não tenho força de vontade. Meu metabolismo é lento. E por aí vai…

Por Mariza Tavares, G1 Rio de Janeiro

Quando se é jovem, podemos achar que temos motivos mais fortes para tentar perder peso, como voltar a entrar nas roupas usadas antes da gravidez ou investir num relacionamento. Embora envelhecer tenha um aspecto libertador, já que não nos preocupamos tanto com o que os outros vão pensar, isso também pode funcionar negativamente na hora de restringir o consumo de calorias. Mesmo que saibamos das vantagens para a saúde, sabotar os próprios planos de emagrecimento e/ou controle do peso é mais regra que exceção.

Pesquisadores estudam inclusive o cérebro das pessoas em busca de elementos que prevejam que tipo de indivíduo terá mais sucesso quando decidir fazer um regime. Recentemente o “Journal of Neuroscience” publicou estudo mostrando que diferenças na estrutura do córtex pré-frontral estão relacionadas com a capacidade de escolher comidas mais saudáveis. De acordo com Shari Broder, colunista do site SixtyandMe, as mentiras que (nos) pregamos são como “diabinhos” sussurrando em nossos ouvidos, mas há como detê-los.

1) Gosto muito de comida para ser magro/magra.

Sério? A maioria das pessoas compartilha desse prazer, e afinal comer também é uma necessidade básica. Mas uma coisa é se alimentar, e outra é comer demais – é isso que faz a balança disparar.

2) Na verdade, não como muito.

Essa é a manifestação de autoengano mais frequente que existe, mas não resiste a uma investigação mais profunda. Que tal fazer o seguinte: comer apenas quando se tem fome e parar antes de se sentir cheio? Estudos têm demonstrado que as pessoas que comem além da conta estimam para baixo o volume de comida ingerido: algo em torno de 30%. Durante uma semana, anote tudo o que comeu para comprovar isso. Não esqueça de incluir os biscoitinhos que acompanham o cafezinho e as rodelas de pão antes das refeições.

3) Não tenho força de vontade para dietas e detesto me exercitar.

Força de vontade é o tipo de coisa que vai diminuindo ao longo do dia. Portanto, aferre-se a seus planos de bons hábitos alimentares de manhã e vá renovando esses votos ao longo do dia. Quando mudamos a forma como comemos, o desejo de se empanturrar vai diminuindo. Sobre a atividade física, na verdade é possível perder peso sem se exercitar, mas a prática só vai trazer benefícios para a saúde, além de disposição e energia.

4) Perder peso depois dos 60 é difícil, meu metabolismo é lento.

Se o metabolismo se altera com a idade, mais um motivo para respeitar o ritmo do seu corpo e ingerir menos calorias, porque você não precisa tanto delas. Trata-se de uma das desculpas mais populares, porque transfere a responsabilidade da perda de peso para um fator externo.

5) É genético, minha família toda tem sobrepeso.

Provavelmente, o quadro de sobrepeso se deve mais aos hábitos alimentares familiares (massas, churrascos e alimentos ultraprocessados em doses maciças) do que a fatores genéticos. Um estilo de vida saudável é capaz de alterar o “destino” até da minoria que carrega uma carga genética de obesidade.

Foto: https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Peasant_salad#/media/File:Georgian_salad_ingredients.jpg