Paciente que vive há mais de 40 anos em hospital com pólio alerta: 'vacinem seus filhos'
Eliana Zagui, de 44 anos, chegou ao HC com 1 ano e 9 meses. Infecção causou problemas respiratórios e paralisou corpo do pescoço para baixo
Por Carolina Dantas, G1
Erradicada no Brasil desde 1990, a poliomielite era tratada como assunto resolvido. A doença tem vacina disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e último caso registrado foi há quase 30 anos.
Talvez por desconhecer a gravidade da doença, ou também por falsas informações sobre a vacinação, uma parte dos pais não chegou a vacinar seus filhos. Mais de 300 cidades brasileiras estão com uma baixa cobertura para a polio.
Mas o que causa a pólio?
Eliana Zagui confunde a própria trajetória com a história da doença (assista ao vídeo acima). Ela já foi ao Jô Soares contar como é ter polio, já deu entrevista para diferentes jornais do país, mas continua morando em um quarto do Instituto de Ortopedia do Hospital da Clínicas, em São Paulo.
Ela não consegue respirar sem a ajuda de um aparelho. Nem se mexer sem a ajuda dos enfermeiros do hospital. Mesmo assim, aprendeu a pintar com a boca, escreveu um livro e conseguiu inventar uma forma de acessar a internet pelo celular.
Ela hoje tem 44 anos e chegou ao lugar com 1 ano e 9 meses de idade. Foi por falta de informação que foi parar lá no HC: os médicos diziam que criança com dor de garganta não podia tomar a vacina da polio. E já era a infecção.
O quadro foi se agravando e ela foi obrigada a morar no hospital. Hoje, tem planos de sair e para viver em outro lugar, chegou a tentar uma vaquinha para pagar as despesas. Até o final do ano quer arranjar um meio de ir para Sumaré, município no interior de São Paulo.
De acordo com o diretor do instituto onde está Eliana, Jorge dos Santos Silva, os “avós e avôs de hoje fizeram a sua parte”. Uma geração inteira não foi afetada pela doença. Os pais de hoje precisam ter a mesma noção.
A vacina
Não há novos casos de poliomielite no Brasil. No entanto, os casos da doença aumentaram em outros países, como alertou a Organização Mundial da Saúde.
A única forma de evitar a infecção é vacinando. A partir do dia 6 de agosto uma nova campanha vai começar no Brasil – a ideia é aumentar a divulgação sobre os riscos da doença. Todas as crianças com menos de cinco anos precisam ser vacinadas.
A volta de outras doenças
Além da preocupação com o risco de poliomelite, o Brasil sofre com um surto de sarampo no Amazonas e Roraima. O Brasil recebeu certificado de erradicação do sarampo em 2016, mas registra 822 casos da doença em 2018.
Além disso, com baixa cobertura vacinal da tríplice viral e da pentavalente, outras doenças cobertas por estas vacinas podem voltar a circular.
“É o caso da difteria. Estamos acompanhando os casos na Venezuela porque a pentavalente também está com baixas coberturas vacinais. Há uma necessidade que se olhe para as questões de baixa cobertura vacinal porque temos doenças erradicadas e outras doenças que tem a situação controlada e podem voltar”, explica Carla Domingues, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde.
Foto: Eliana Zaguie/Arquivo Pessoal
A tocante amizade entre um menino de 4 anos e um idoso de 91, que sofre de demência
Mãe queria que filho aprendesse a conviver com idosos e o levou a uma casa de repouso
Por BBC
A vida de Stuart Gulliver, 91, ficou um pouco mais divertida nos últimos dois anos e meio. Foi nesse período que ele fez um novo amigo: Daniel, atualmente com 4 anos. (Assista ao vídeo)
Gulliver tem demência em estágio inicial e vive em uma casa de repouso em Nottingham, na Inglaterra.
É lá que ele recebe semanalmente a visita de Daniel desde que o menino tinha 1 ano e meio.
Daniel passou a frequentar o local porque sua mãe, Natalie Holmes, queria que ele aprendesse a conviver com idosos.
Foi assim que os dois se conheceram e se tornaram amigos.
Gulliver diz que Daniel é muito inteligente para a idade dele e que se diverte quando os dois brincam de carrinho.
Holmes conta que a convivência dos dois fez com o que o menino ganhasse mais confiança e aprendesse novas palavras. E ela diz que é notável a melhora de Gulliver, mesmo sabendo que a doença não tem cura.
Foto: BBC
Reino Unido libera uso de maconha medicinal, mas exige prescrição médica
Decisão ocorreu após menino com epilepsia ter medicamentos confiscados por autoridades no aeroporto de Londres
Por Agencia EFE
O governo britânico anunciou nesta quinta-feira (26) que, a partir de março do ano que vem (outono no hemisfério Norte), será permitida a prescrição de remédios derivados de cannabis no Reino Unido.
A informação foi divulgada pelo ministro do Interior do país, Sajid Javid. A mudança na legislação britânica foi oficializada após o sinal verde da chefe médica do governo, Sally Davies, e do Conselho Assessor sobre o Abuso de Drogas.
Estes medicamentos, que deverão “cumprir padrões de segurança e qualidade”, serão legais para pacientes “com uma necessidade clínica excepcional”.
A modificação das normas do uso deste tipo de substância ocorreu depois de uma polêmica que surgiu em junho deste ano. Billy Caldwell, um menino com epilepsia, precisou ser hospitalizado depois que as autoridades confiscaram sua medicação à base de óleo de cannabis, adquirida no Canadá, no aeroporto de Heathrow, em Londres.
Dias depois, o ministro do Interior concordou em devolver a medicação à criança e anunciou que revisaria a legislação para que fatos assim não voltassem a acontecer.
Javid disse que o caso mostrou que a posição do governo britânico sobre os produtos medicinais derivados de maconha não era “satisfatória”.
“Por isso, lançamos uma revisão e criamos um painel de especialistas para assessorar sobre as solicitações de licença em circunstâncias excepcionais”, explicou nesta quinta-feira.
A decisão de permitir o uso de remédios derivados ca cannabis ocorreu após consultar especialistas, mas ocorrerá apenas com prescrição médica.
“Isto ajudará pacientes com necessidades clínicas excepcionais” mas, disse, “em nenhum caso trata-se de um primeiro passo para a legalização de maconha para uso recreativo “.
Até agora, a cannabis tinha categoria 1 dentro das regulações sobre o abuso de drogas no Reino Unido, o que significa que não tem valor terapêutico e que sua distribuição ou posse eram ilegais.
O Departamento de Saúde e Assistência Social e a Agência Reguladora de Remédios e Produtos Sanitários (MHRA, por sua sigla em inglês) desenvolverão agora uma definição clara do que constitui um fármaco derivado de cannabis para que possam ser receitados, esclareceu o Ministério do Interior.
Foto: Reuters