Ministério pede imunização contra febre amarela antes do verão
Alerta vale para áreas de risco, incluindo estados do RJ, MG e SP
Por Agência Brasil
Diante da proximidade do verão, o Ministério da Saúde emitiu na segunda (12) um alerta para que populações que moram em áreas onde há recomendação da vacina contra a febre amarela busquem a dose de forma antecipada, antes do período de maior transmissão da doença – entre dezembro e março.
Localidades recém-afetadas pelo vírus e de grande contingente populacional, como as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e de São Paulo, permanecem com um quantitativo elevado de pessoas não imunizadas e em risco de adoecer.
“A doença tem alta letalidade, em torno de 40%, o que torna a situação mais grave”, destacou o ministério, em nota.
O objetivo do alerta, segundo a própria pasta, é evitar correria e longas filas em busca da imunização. A cobertura vacinal para a febre amarela deve ser de, no mínimo, 95% da população.
Vacinação ampliada
Desde o surto registrado em dezembro do ano passado, a vacinação contra a doença foi ampliada e alcança 4.469 municípios – incluindo 940 cidades localizadas nas proximidades das capitais e áreas metropolitanas das regiões Sudeste e Sul, onde houve evidência da circulação viral.
A vacina é ofertada no Calendário Nacional de Vacinação e distribuída mensalmente aos estados. Em 2018, foram enviadas, de acordo com o ministério, 30 milhões de doses a todo o país. “Apesar dessa disponibilidade, há uma baixa procura da população pela vacinação. As pessoas devem tomar a dose pelo menos dez dias antes do deslocamento para as áreas recomendadas”, reforçou o ministério.
Público-alvo
O público-alvo para vacinação contra febre amarela inclui pessoas a partir dos 9 meses de vida e que não tenham comprovação de vacinação. Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema de dose única da vacina, conforme recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), respaldada em estudos que asseguram proteção por toda a vida.
Números
Dados da pasta apontam que, entre 1º de julho e 8 de novembro, foram notificados 271 casos suspeitos de febre amarela em humanos, dos quais 150 foram descartados, 120 permanecem em investigação e um foi confirmado. No mesmo período, foram notificadas 1.079 epizootias – morte de primatas não humanos.
“Os dados evidenciam a manutenção da circulação viral no período de baixa ocorrência (junho a setembro), quando as baixas temperaturas e pluviosidade geralmente implicam em condições menos favoráveis à transmissão”, informou o ministério.
O boletim traz ainda a confirmação da primeira morte por febre amarela no segundo semestre deste ano. O caso foi registrado em São Paulo, com local provável de infecção no município de Caraguatatuba, onde casos em macacos haviam sido detectados meses antes da ocorrência. Também foram registradas epizootias nos estados do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e do Mato Grosso.
Entre 1º de julho de 2017 e 30 de junho deste ano, foram confirmados 1.376 casos de febre amarela no país e 483 óbitos. Ao todo, foram notificados 7.518 casos suspeitos, sendo que 5.364 foram descartados e 778 continuam em investigação. Desde o início do ano (de 1º de janeiro a 8 de novembro), foram confirmados 1.311 casos de febre amarela no país e 450 óbitos. No mesmo período do ano passado, foram notificados 795 casos e 262 mortes.
Ilustração: Ministério da Saúde
Estudo indica que 90% das cirurgias de retirada as amígdalas são desnecessárias
Pacientes que se submetem a cirurgia correm mais risco de ser prejudicados do que beneficiados
Por Minha Vida
Você conhece alguém que já fez a cirurgia para retirada das amígdalas? Esse é um dos procedimentos mais realizados em todo o mundo, especialmente em crianças e adolescentes. No entanto, de acordo com um recente estudo, 9 em cada 10 operações para remoção das amígdalas das crianças podem ser desnecessárias.
As amígdalas são uma espécie de gânglios linfáticos localizados na parte lateral da garganta e na parte de trás da boca. Elas ajudam a manter bactérias e outros germes longe de locais em que possam causar infecções. Na infância, quando o sistema imunológico ainda está em desenvolvimento, esse órgão é essencial no combate de doenças.
Para pesquisa, especialistas da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, analisaram um banco de dados com registros médicos de todo o Reino Unido entre 2005 e 2016 a respeito de pessoas com até 15 anos. No total, foram considerados dados de mais de 1,6 milhão de pacientes.
As principais indicações para cirurgia de retirada das amígdalas são: uma condição rara chamada PFAPA (que inclui não só inflamação nas amígdalas, mas também febre periódica, estomatite aftosa, faringite e adenite cervical) ou um padrão de episódios graves e frequentes de dores na garganta por causa das amígdalas.
Contudo, a equipe descobriu que poucos dos casos analisados tiveram evidências claras de que a operação era necessária. Os resultados da investigação mostraram que apenas 11% das crianças apresentavam os sintomas realmente necessários para realizar a cirurgia de retirada das amígdalas.
Segundo o autor do estudo, Tom Marshall, o procedimento é realizado em excesso pois “não há realmente uma base de evidências que diga que eles vão ver um benefício. Os pacientes correm mais risco de ser prejudicados do que beneficiados”.
Foto: Pixbay
Pesquisadores descobrem associação entre trauma na infância e problemas psicológicos após câncer
Trabalho da Unesp de Araçatuba pode ajudar no tratamento da doença. De acordo com o trabalho, quem sofreu trauma na infância teve 12 vezes mais chances de desenvolver problema psicológico após diagnóstico de câncer
Por G1
Uma pesquisa feita na Unesp em Araçatuba (SP) pode ajudar o trabalho das equipes que acompanham os pacientes que estão em tratamento do câncer. A pesquisa foi feita em pacientes com câncer de boca e pescoço ao longo de cinco anos.
Os pesquisadores descobriram que quem sofreu algum trauma na infância teve 12 vezes mais chances de desenvolver um problema psicológico depois de receberem o diagnóstico de câncer.
Bruna Amélia Moreira Sarafim é psicóloga e aluna de mestrado da Unesp de Araçatuba. Ela analisou a relação dos traumas na infância como fator de risco para desencadear problemas psicológicos em pacientes que descobriram o câncer.
Segundo ela, esse estudo é o primeiro no mundo a relacionar traumas da infância com dados clínicos, comportamentais como o consumo do álcool e cigarro e psicológicos de pacientes com câncer de cabeça e pescoço.
A pesquisa, que foi publicada na principal revista científica de câncer dos Estados Unidos, mostra que pacientes que sofreram traumas na infância tiveram 12 vezes mais chances de ter problemas psicológicos depois de descobrirem o câncer.
Esse é o caso do marceneiro Edson Arlindo de Moraes. Abandonado pelo pai na infância, o marceneiro teve depressão após o diagnóstico de câncer de boca. “Choca muito porque você leva um impacto muito grande que não sabe a gravidade. O bom ou ruim eu não filtro muito”, diz.
Edson foi um dos 110 pacientes acompanhados pela psicóloga durante a pesquisa, que já tem mudado o tratamento oferecido no Centro de Oncologia da Unesp da cidade.
“A gente sabe que o diagnóstico do câncer pode trazer ou agravar um quadro depressivo ou de ansiedade, e a gente, muitas vezes, foca no sentimento que tem agora, em decorrência do diagnóstico, com os medos, porém o nosso olhar tem de ser ampliado”, diz a psicóloga do centro Gabrielle Dias Duarte.
Daniel Galera Bernabé é o orientador da pesquisa e acredita que o estudo pioneiro é um avanço para a comunidade oncológica do mundo inteiro.
“Vamos compreender com maior profundidade como um paciente desenvolve sintomas de depressão e ansiedade e isso tem a ver com o que ele passou na infância. O trauma na infância pode ser fator importante que deve ser trabalhado pelas equipes”, diz.
Foto: Reprodução/TV TEM
Consumo moderado de café está associado a menor risco de diabetes tipo 2, diz estudo
Pesquisadores revisaram mais de 30 estudos sobre a associação do consumo de café e o diabetes tipo 2. Cientistas sugerem consumo de 3 a 4 xícaras de café por dia.
Por G1
Um relatório do Instituto de Informação Científica sobre o Café (ISIC) intitulado ‘Café e diabetes tipo 2: Uma revisão das pesquisas mais recentes’ destaca o papel potencial do consumo de café sobre o risco reduzido de desenvolver diabetes tipo 2 e os mecanismos potenciais envolvidos.
Diabetes Mellitus Tipo 2 é uma doença crônica que altera a forma como o organismo controla a glicose (açúcar) no sangue, que é a sua principal fonte de energia. Caracterizada por uma deficiência na ação e secreção da insulina, isto acontece porque a pessoas com diabetes tipo 2 podem ter resistência à insulina.
Os pesquisadores revisaram mais de 30 estudos sobre a associação do consumo de café e o diabetes tipo 2 com mais de um milhão de participantes quando somados.
O professor Kjeld Hermansen explorou as potenciais perspectivas por trás da associação inversa entre o consumo de café e o diabetes tipo 2, apresentando um resumo das pesquisas que foram realizadas nessa área.
A pesquisa sugere que vários fatores podem estar envolvidos, incluindo um efeito antioxidante, um efeito antiinflamatório, efeitos termogênicos ou a modulação da diversidade do microbioma. A apresentação do professor Hermansen também se baseou em sua própria pesquisa sobre compostos de café, como o ácido caféico e cafestol.
As principais conclusões da pesquisa destacadas no relatório incluem:
- Meta-análises sugerem que beber de 3 a 4 xícaras de café por dia está associado a um risco 25% menor de desenvolver diabetes tipo 2;
- A associação inversa entre o consumo de café e diabetes tipo 2 foi demonstrada em homens e mulheres;
- Meta-análises sugerem que tanto o café cafeinado quanto o descafeinado estão associados a um risco reduzido de diabetes tipo 2;
- Um número de compostos clinicamente relevantes estão presentes no café, incluindo: cafeína, ácidos hidroxicinâmicos, trigonelina, diterpenos, por exemplo, cafestol e kahweol, e ácido cafeico.
A meta-análise é uma técnica estatística que integra os resultados de dois ou mais estudos independentes, sobre uma mesma questão de pesquisa, combinando, em uma medida resumo, os resultados de tais estudos.
Foto: Pixabay