Diretores e conselheiros jurídicos da Anadem participam da conferência anual da ICMIF

Os desafios do mercado segurador mutualista mundial para os próximos 25 anos foram abordados no evento, realizado em Cartagena (Colômbia)

A 26ª Conferência Anual da ICMIF/Américas (International Cooperative and Mutual Insurance Federation – Regional das Américas) foi realizada de 19 a 21 de novembro em Cartagena de Las Indias (Colômbia). O presidente da Anadem (Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética) Raul Canal, o diretor comercial Alexandre Lemos e os conselheiros jurídicos Renato Assis e Ricardo Saldanha participaram do evento, que teve a presença de mais de 100 delegados de 20 países das Américas, do Reino Unido e da Bélgica.

Além da Anadem, o Brasil também foi representado pela Seguros Unimed e pela AAAPV (Agência de Autorregulamentação das Entidades de Autogestão de Planos de Proteção Contra Riscos Patrimoniais). No local, foram discutidas importantes questões do mercado segurador mutualista mundial e abordados os desafios para os próximos 25 anos, sobretudo os riscos cibernéticos e aqueles provocados por fenômenos naturais.

“Impressiona-nos o quanto o Brasil está atrasado em relação ao mercado mutualista, face à realidade dos outros países da América Latina, à exceção do Panamá, que, como nós, só admite sociedades anônimas no mercado segurador”, desabafou o presidente da Anadem.

Ciência tem de avaliar impactos do Zika, advertem pesquisadores

A professora Soraya Fleischer, do Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília (UnB) ressalta que foi colhido muito material genético das crianças desde o início do surto.

Por Agência Brasil

Nos últimos três anos, o mundo da ciência entrou no cotidiano e na casa de mães de bebês que nasceram com a Síndrome Congênita do Zika. A epidemia mobilizou recursos e estudiosos, que fizeram uma infinidade de pesquisas e estudos para entender a doença ainda desconhecida.

Enquanto a academia, de uma forma geral, se dedicou inicialmente às questões relacionadas à epidemiologia, algumas pesquisas focaram suas análises no aspecto social da epidemia. A professora Soraya Fleischer, do Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília (UnB), que coordena um trabalho de acompanhamento da rotina dessas mulheres, ressalta que foi colhido muito material genético das crianças desde o início do surto.

“Os cientistas precisaram do material biológico dessas crianças, dessas mães e dos seus companheiros. Então, muito sangue, unha, pedaço de cabelo, pele, saliva, urina, tudo foi muito coletado para alimentar a máquina científica. E essas mulheres submeteram seus filhos a muita pesquisa biológica, de bancada, muita coisa experimental pra saber se resultava em alguma coisa, se conseguiam avançar e entender melhor o fenômeno.”

A professora ouviu queixas das mulheres a respeito da falta de explicações imediatas e dos resultados das pesquisas. A ausência de respostas e de diagnósticos precisos dificultou a comprovação da associação entre o vírus e a deficiência das crianças, e muitas delas foram impedidas de pleitear benefícios e direitos.

“Nessa relação muito nova que elas tiveram com a ciência, por um lado abriu portas, elas tiveram acesso a acompanhamento médico, a exames, por outro lado criou uma desconfiança e uma decepção muito grande com a ciência. E agora elas estão num momento de rebelião, refratárias, negando a relação com a ciência, elas não querem mais participar de nenhuma pesquisa.”

Incertezas

O Instituto Ageu Magalhães, vinculado à Fundação Oswaldo Cruz, em Pernambuco, coordenou uma pesquisa em parceria com a London School e o Instituto Fernando Figueira, do Rio de Janeiro, em busca da identificação do impacto humano da epidemia sobre as famílias.

Por meio de entrevistas e questionários aplicados a mais de 480 pessoas, entre mães, cuidadores, mulheres grávidas, profissionais de saúde (ginecologistas, obstetras, neurologistas, oftalmologistas, fisioterapeutas), os pesquisadores buscaram fazer um inventário sobre a qualidade de vida daqueles que cuidam das crianças e analisar também a saúde reprodutiva das mulheres.

Os resultados completos da pesquisa serão apresentados às mães no próximo dia 30 de novembro, em um seminário que será realizado no Instituto Ageu Magalhães. A instituição também faz paralelamente um estudo para verificar quantas pessoas tiveram zika, dengue e chicungunya.

A doutora em saúde pública e integrante do Departamento de Saúde Coletiva da Fiocruz em Pernambuco, Tereza Lyra, conta que uma das questões que chamam a atenção no estudo é o ônus emocional e financeiro que recaiu sobre as mulheres, que em sua maioria vivem em contextos de maior vulnerabilidade social e bairros precários, com problemas de saneamento ambiental.

“Essas mulheres têm gastos enormes, pois além dos deslocamentos, a alimentação dessas crianças é caríssima, muitas são alimentadas por sonda, então, há produtos que são de alto custo. “Foram as mulheres que tiveram que abandonar seus empregos para poder criar e cuidar das crianças. Isso significou uma queda da renda familiar. Por outro lado, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) só é concedido para famílias em condições de miserabilidade.”

Benefícios

Para receber o benefício, é necessário que o total da renda do portador da deficiência e sua família seja menor que um quarto do salário mínimo vigente. Considerando o salário mínimo atual, que é de R$ 954, a família não deve receber mais do que R$ 238,50 para ter direito ao BPC.

Segundo o Ministério de Desenvolvimento Social, 2,8 mil crianças com microcefalia receberam o BPC entre novembro de 2015 e agosto de 2018. A pasta informou à Agência Brasil que os números referentes aos meses de setembro e outubro de 2018 ainda estão sendo consolidados.

Foto: Sumaia Villela/Arquivo Agência Brasil

Brasil tem mais de 9 mil casos de sarampo confirmados em 2018

Força-tarefa encerrou casos em investigação no Amazonas. Ministério da Saúde diz que número de novos casos está diminuindo

Por G1

O Brasil teve 9.898 casos de sarampo confirmados até o dia 21 de novembro. Os dados foram divulgados no balanço mais recente do Ministério da Saúde.

Mais de 9 mil casos confirmados se concentram no estado do Amazonas, que vive um surto da doença. Durante meses, mais de 7 mil casos no estado ficaram sob investigação até que uma força-tarefa do Ministério da Saúde ajudou a confirmar os casos resultando em um salto do número de casos confirmados da doença no país.

Roraima também vive um surto da doença, mas com um número bem inferior: são 347 casos confirmados. A maior concentração de casos aconteceu entre fevereiro e abril e agora o número de novos casos está caindo.

No Amazonas, o número de casos também está caindo e a alta dos casos confirmados se deve ao acumulado de casos sob investigação dos meses de julho e agosto.

Ainda segundo o boletim do ministério, três estados apresentaram mortes pela doença: quatro em Roraima, seis no Amazonas e três no Pará.

Segundo o ministério, os surtos de sarampo que o Brasil enfrenta nos dois estados estão relacionados à importação do vírus de genótipo D8 da Venezuela — país que enfrenta um surto da doença desde 2017.

Casos isolados também relacionados à importação foram identificados nos estados de São Paulo (3), Rio de Janeiro (19); Rio Grande do Sul (45); Rondônia (2), Pernambuco (4), Pará (26), Distrito Federal (1) e Sergipe (4).

País atinge meta de vacinação

O Brasil atingiu a meta geral de vacinação de crianças contra sarampo e poliomelite estabelecida pelo Ministério da Saúde. A meta do governo era vacinar 95% do público-alvo (crianças de 1 a cinco anos).

Segundo o balanço final, a cobertura vacinal ficou em 95,4% para a pólio e 95,3% para sarampo, totalizando 10,7 milhões de crianças vacinadas.

Porém, 516 mil crianças não receberam as doses recomendadas. A única faixa etária que não chegou ao índice de 95% foi a de um ano de idade, cuja cobertura está em 88%. Apesar do fim da campanha, a vacina continua disponível o ano inteiro nos postos de saúde.

Região das Américas tem mais de 8 mil casos confirmados, diz OMS
A região das Américas tem mais de 8 mil casos confirmados de sarampo, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quinta-feira (25). Segundo o boletim, os números causam preocupação já que o vírus causador da doença se espalha facilmente.

Ao todo, onze países da região tem casos confirmados da doença em 2018. A Venezuela é a responsável pelo maior número de registros com 5.525 casos e 73 mortes.

O Brasil é o país com o segundo maior número de casos registrados.

Antígua e Barbuda (1), Argentina (14), Canadá (25), Colômbia (129), Equador (19), Estados Unidos (142), Guatemala (1), México (5) e Peru (38) também notificaram casos.

Foto: Divulgação/SEMUS