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Estudo revela que casos graves de gripe no Paraná têm sido causados pelo tipo B

Dados mostram a influência da cepa B nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Estado. Mulheres foram as mais afetadas pela doença

Por Tribuna do Vale

Conhecida por seu potencial de gerar epidemias e pandemias, a gripe é uma infecção aguda causada pelo vírus influenza, que afeta o sistema respiratório e pode provocar complicações graves. Existem três tipos de vírus influenza em circulação: A, B e C. Os vírus A e B são responsáveis por epidemias sazonais e o tipo C causa apenas infecções respiratórias leves, não impactando na saúde pública e não estando relacionado com epidemias.

Apesar de o influenza A ser o responsável pelas recentes pandemias, um estudo feito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em parceria com a Sanofi Pasteur, que coletou dados entre 2013 e 2016, revelou que, no estado do Paraná, o influenza B tem influenciado nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) – quando a gripe se torna grave e os pacientes apresentam dificuldade respiratória e necessidade de hospitalização – e nas taxas de mortalidade na região. Das 379 amostras selecionadas no estudo, 98% das linhagens foram caracterizadas como Yamagata e Victoria (subtipos da cepa B). Os anos com mais registros de gripe B foram 2013 e 2015, o primeiro com mais casos de SARG nos últimos 10 anos, e os grupos mais afetados foram mulheres e jovens adultos, sem diferença entre os grupos étnicos, independentemente da sua condição de risco.

Ainda segundo o estudo, no período em questão, as taxas de infecção da gripe B foram, no geral, maiores entre as mulheres. Comparando-se as duas linhagens da cepa B, houve predominância do subtipo Victoria (71%) no sexo feminino, enquanto Yamagata exibiu a mesma prevalência em ambos os sexos. A faixa etária entre 3 e 29 anos foi a mais infectada por gripe B (53%) e não houve nenhum caso de infecção em crianças menores de 1 ano de idade.

Na temporada 2017 de gripe, o vírus influenza B também chamou atenção: segundo dados do Ministério da Saúde, de 2016 para 2017, o número absoluto de mortes por SRAG decorrentes do vírus B aumentou mais de duas vezes, passando de 59 casos para 154. Já o percentual de casos de SRAG pela cepa B aumentou 48%, com 757 registros em 2016 contra 1.127 registros no ano retrasado.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (SES-PR), até setembro de 2018, foram confirmados 4075 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave, sendo 638 (15,7%) causados pelo vírus Influenza e 3,6% destes devido ao subtipo B.

Para evitar a SRAG, é preciso prevenir-se, e a vacinação contra a gripe é a maneira mais eficiente de se precaver contra as complicações do vírus influenza, como afirma Kelem Chagas, gerente médica da Sanofi Pasteur: “Além da proteção individual, a prevenção por meio da vacina é importante para evitar a transmissão do vírus da gripe entre as pessoas. No caso da Síndrome Respiratória Aguda Grave, falamos de uma situação comum para o vírus influenza, independente da cepa, portanto proteger-se é fundamental”.

Atualmente o Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, realiza uma campanha de vacinação pública contra gripe que utiliza a vacina trivalente. O produto imuniza contra três tipos do vírus influenza. Já a vacina quadrivalente oferece uma proteção ampliada, pois contém uma cepa B adicional, (duas A e duas B), imunizando contra quatro tipos do vírus. A definição dos vírus que farão parte da vacina é feita a partir de uma indicação da Organização Mundial da Saúde (OMS). A circulação dos vírus da gripe pode mudar a cada ano. Por isso, duas vezes ao ano, a OMS atualiza as recomendações sobre a composição da vacina contra os quatro tipos mais representativos em circulação.

É importante lembrar que a vacina demora de duas a três semanas para proteger quem foi imunizado e que, caso não seja tratada a tempo, a gripe pode, inclusive, levar à morte, principalmente populações consideradas de risco para as complicações dessa infecção.

 

Foto: Freepik

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