Plano de Cargos e Salários é implementado na Anadem
Anúncio da nova política, que segue os parâmetros da certificação ISO 9001:2015, foi realizado na manhã de hoje
Seguindo os parâmetros da certificação ISO 9001:2015, adquirida em 2019, a Anadem (Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética) implementou o Plano de Cargos e Salários nesta sexta-feira (28). O objetivo é fazer com que as remunerações e oportunidades de crescimento sejam padronizadas, de forma que as lideranças, juntamente com o setor de Recursos Humanos, possam obter um aprimoramento dos serviços.
Dentro do plano foi criada uma política de cargos e salários, um mecanismo feito para ordenar e hierarquizar os cargos de acordo com a importância e valores de remunerações atribuídas. Dentre as vantagens de adquirir uma política como esta estão a padronização das linguagens sobre cargos e salários, manutenção de remunerações equivalentes as pagas pelo mercado e a possibilidade de pagamento por desempenho.
Além desta política foram criados novos métodos de contratações e aprovações de funcionários, reajuste e provisões nos salários, um novo procedimento para mudança de cargo ou função e procedimento de avaliação de desempenho para uma mudança de nível.
“Nos últimos anos tivemos um grande crescimento, o que fez com que as oportunidades para nossos colaboradores também sejam ampliadas. Estamos muito satisfeitos com o resultado do documento”, disse o presidente da Anadem, Raul Canal.
ISO 9001:2015
Baseada no sistema de gestão de qualidade (SGQ), reconhecida internacionalmente, a ISO 9001:2015 é a comprovação de que a organização é capaz de fornecer produtos e serviços que atendem as necessidades dos clientes, dentro da legalidade e regulamentos aplicáveis, sempre aumentando a satisfação do associado por meio de melhorias de processo e avaliação da conformidade.
Ficar estressado pode fazer mal até para seus dentes, sugere estudo
Problemas de saúde mental podem baixar imunidade e favorecer o aparecimento de doenças bucais
Por Colgate
Controlar o estresse pode ser uma tarefa difícil em alguns momentos, mas a ciência já comprovou que manter a mente em dia faz muito bem para a saúde. O benefício é tanto que até seus dentes podem sair ganhando, de acordo com uma pesquisa realizada no Brasil.
Cientistas revisaram mais de 20 estudos conduzidos entre 1990 e 2006 para determinar se eventos negativos da vida e fatores psicológicos podem contribuir para um aumento na incidência de doença periodontal. Eles constataram que 57% dos estudos revisados mostravam uma ligação entre estresse, angústia, ansiedade, depressão e solidão e doença periodontal, também conhecida como doença gengival. Níveis aumentados de cortisol — hormônio produzido pelo corpo em níveis mais elevados durante momentos de estresse — podem contribuir para a redução da imunidade do organismo, tornando-o mais suscetível a doença da gengiva, concluíram os pesquisadores.
Eles também observaram que pessoas estressadas têm maior probabilidade de adotar hábitos que promovem a doença periodontal, como fumar, não seguir uma dieta balanceada, não cuidar dos dentes e gengivas ou adiar consultas ao dentista. A recomendação dos pesquisadores de reduzir ao máximo o nível de estresse para proteger a saúde da boca.
O site da Associação Dental Americana (ADA) explica que a doença periodontal é uma infecção dos tecidos que envolvem e sustentam os dentes e costuma ser uma causa comum de perda dental entre adultos. É bastante comum o problema não gerar dor, fazendo com que muitas pessoas não o percebam facilmente. A recomendação, portanto, é ficar atento a outros sintomas que costumam aparecer: gengiva vermelha, inchada, sensível ou com sangramento, mau hálito persistente ou gosto ruim na boca, mobilidade dos dentes e alterações no encaixe dos dentes ou de próteses ao morder. Se você perceber qualquer um desses sinais, procure o seu dentista.
Outros fatores de risco
Ainda de acordo com a ADA, há uma variedade de fatores que aumentam o risco de doença periodontal. Entre eles estão tabagismo, doenças como diabetes, alguns medicamentos (esteróides, certas drogas contra epilepsia, drogas para tratamento do câncer, alguns bloqueadores de canais de cálcio e contraceptivos orais), dentes desalinhados (mais difíceis de limpar), gravidez e próteses que não se adaptam corretamente.
A doença periodontal começa com a gengivite, seu primeiro estágio. A gengiva fica mais vermelha, inchada e sangra facilmente. Nessa fase, o problema ainda é reversível e pode ser eliminado com uma limpeza profissional no consultório do dentista, acompanhada de escovação e uso de fio dental diários. O segundo estágio é chamado de periodontite e ocorre quando há perda de tecido e osso que sustentam os dentes. Se não tratado, o quadro pode evoluir para uma periodontite avançada, em que o dente fica mole, pode se mover e até cair.
Para evitar o problema, a chave está na manutenção de uma boa higiene bucal. A ADA recomenda escovar os dentes duas vezes ao dia, usar do fio dental diariamente, seguir uma dieta balanceada e consultar regularmente o dentista.
A remoção da placa por meio da escovação e do uso do fio dental é fundamental para evitar a doença periodontal. Os cremes dentais da Colgate são feitos para reduzir o novo crescimento de placa e ajudar a prevenir as doenças na gengiva.
Foto: Shutterstock
Contagem vai reforçar orientação contra febre maculosa após análise do Ministério da Saúde
O número de notificações na cidade já chega a 85, sendo quatro mortes confirmadas e dois pacientes infectados. Ainda há 79 casos suspeitos sendo investigados
Por EM
Representantes do Ministério da Saúde apresentaram ontem um estudo feito em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, sobre a febre maculosa. A cidade passa por um surto da doença, que é transmitida pelo carrapato-estrela. Neste ano, já são 85 notificações. Quatro mortes pela doença e dois casos da enfermidade foram confirmados. O restante dos registros está sendo investigado. A análise do ministério apontou que é preciso reforçar a orientação aos moradores sobre a enfermidade. A Prefeitura informou que a recomendação será adotada e que vai manter o monitoramento das áreas de risco e banhos de carrapaticidas em animais de grande porte.
Equipes do Ministério da Saúde chegaram à cidade no início do mês para realizar um estudo sobre as ações que devem ser implementadas na cidade com o objetivo de conter o surto de febre maculosa. “A partir desse diagnóstico, os técnicos montaram questionários que visam não só traçar ações práticas, mas ao conhecimento e ao controle da doença. Além de mapear a percepção da população sobre os possíveis casos que ocorreram na região”, explicou José Renato Rezende, superintendente de vigilância e saúde de Contagem.
Segundo ele, a orientação da população sobre a moléstia será reforçada. “Fica cada vez mais evidente para nós que é preciso melhorar as estratégias de controle de modo geral, com ênfase na informação e na educação”, disse. Ele traçou um paralelo com a dengue, lembrando que todo mundo já conhece a forma de eliminar o Aedes aegypti, mas que ainda assim as campanhas de educação devem continuar. “Precisamos imbuir nas pessoas o conhecimento sobre as formas de evitar o contato com os carrapatos em áreas abertas e eliminá-los da residência”, disse José Rezende.
Notificações aumentam
As notificações de febre maculosa continuam aumentando em Contagem. Já são 85 registros, sendo que seis foram confirmados, quatro deles com óbitos. Outros 79 casos suspeitos seguem em análise. As investigações para detectar a contaminação dos moradores, principalmente do Bairro Nacional, onde o principal foco do surto foi detectado, continuam. Na terça-feira, a Funed enviou o resultado das análises feitas em carrapatos coletados na regional, os resultados deram negativo para a bactéria causadora da febre maculosa, a Rickettsia rickettsii, transmitida aos humanos pela picada do parasita.
De acordo com o superintendente de vigilância e saúde de Contagem, outras ações, como monitoramento dos terrenos em áreas de risco para a doença, mapeamento de córregos e das capivaras vão continuar. Assim como os banhos carrapaticidas nos cavalos. “Vamos continuar, especialmente, com os animais de grande porte até agosto. Serão banhos quinzenais nos ecopontos. Já em relação aos animais de pequenos porte, como cães, gatos e outros, temos orientado neste momento que as pessoas procurem o médico veterinário de sua confiança para que, então, indiquem o melhor carrapaticida a ser utilizado nos bichos”, disse.
Bactéria em BH
Um dos principais pontos turísticos de Belo Horizonte, a Lagoa da Pampulha, volta a ser foco de preocupação para o risco de transmissão da febre maculosa. Depois de seis anos de novela para o manejo das capivaras, roedor que é um dos hospedeiros do carrapato-estrela, vetor da doença, a bactéria que provoca a enfermidade voltou a ser encontrada em parasitas na orla do cartão-postal. Pelo mesmo motivo, o risco se estende à Cidade Administrativa, sede do Governo de Minas, na Região de Venda.
Foto: Raquel Portugal/Fiocruz Imagens
Mal de Parkinson começa no intestino, diz estudo
Estudo em roedores comprova hipótese levantada há 16 anos e muda a compreensão sobre a origem da doença neurodegenerativa. As proteínas danificadas que destroem os neurônios produtores de dopamina se acumulam primeiro nas vísceras e sobem para o cérebro
Por Correio Braziliense
Centro do controle motor do corpo, o cérebro é o órgão que se associa ao Parkinson, uma enfermidade neurodegenerativa que provoca, entre outros sintomas, tremores, desorientação e rigidez muscular. Porém, um artigo publicado na revista Neuron reforça uma teoria levantada ainda em 2003, mas só agora demonstrada em modelo animal: a de que as alterações patológicas que caracterizam a doença começam, na realidade, no trato gastrointestinal. Segundo os cientistas que participaram da pesquisa, a constatação poderá “revolucionar” o estudo sobre um mal para o qual não há cura nem tratamento totalmente eficaz.
O fio condutor da proteína que, modificada, destrói os neurônios e provoca os sintomas típicos da doença é o nervo vagal, o maior do crânio, que começa no bulbo raquidiano, passa por pescoço, tórax e se ramifica até o intestino. Há 16 anos, o neuroanatomista alemão Heiko Braak demonstrou que os pacientes de Parkinson acumulavam a substância alfa-sinucleína danificada em regiões do sistema nervoso central responsáveis pelo controle visceral. O agrupamento dessa proteína é uma das principais características da doença. Quando alterada, ela forma placas que vão destruindo as células cerebrais.
“Isso é consistente com alguns dos primeiros sintomas da doença de Parkinson, que incluem constipação”, diz Hanseok Ko, professor de neurologia na Universidade de Johns Hokpins e um dos autores do estudo publicado agora na Neuron. “Em 2003, Braak hipotetizou que a doença avançava até os nervos, conectando os intestinos e o cérebro, como se fosse subindo uma escada”, compara.
O neurologista finlandês Filip Scheperjans, editor-chefe da revista científica Journal of Parkinson’s Disease, complementa: “Múltiplos estudos, em diversas populações, mostraram alterações na microbiota intestinal nos pacientes de Parkinson. É crucial determinar os mecanismos que conectam a microbiota e a doença em estudos maiores e modelos animais”, opina o médico, que não participou da pesquisa publicada agora.
Foi o que fez a equipe de Johns Hopkins, que investigou essa associação em camundongos. Em laboratório, os cientistas injetaram proteína alfa-sinucleína defeituosa, tal como a que caracteriza o mal de Parkinson, em músculos intestinais dos roedores, densamente inervados pelo nervo vago. Como inseriram uma grande quantidade da substância, ela se acumulou, mimetizando o que ocorre nos pacientes da doença.
O que se viu foi consistente com a teoria de Heiko Braak. Ao fim de um mês, já havia danos cerebrais no núcleo dorsal motor do nervo vago. Dentro de três meses, a proteína danificada estava espalhada pelo tronco e chegou a atingir regiões importantes do órgão, como amígdala, hipotálamo e córtex pré-frontal. Sete meses depois, boa parte do cérebro estava tomada pela alfa-sinucleína patológica. “A essa altura, havia também perda significativa de neurônios produtores de dopamina no sistema nervoso central e no striatum”, relata Ted Dawson, pesquisador de Johns Hopkins e também autor do estudo.
A falta desse neurotransmissor, ocasionada pela perda das células que o fabricam, associa-se a sintomas como depressão, ansiedade, disfunção olfativa e deficits que afetam a memória e o aprendizado espacial, entre outros. Testes cognitivos e comportamentais com os animais comprovaram que todas essas funções foram afetadas, diz Dawson.
Corte
Para confirmar as descobertas, os pesquisadores injetaram a mesma quantidade de alfa-sinucleína deficiente em outro grupo de roedores. Dessa vez, contudo, cortaram o nervo vago, impedindo a ligação do trato gastrointestinal com o cérebro. Os animais exibiam acúmulo da proteína nas vísceras, mas o exame dos tecidos cerebrais mostrou que, mesmo 10 meses depois, a substância não havia atingido nenhuma região cerebral, comprovando que o nervo é necessário para fazer o transporte das placas.
“Há, ao menos, três importantes implicações desse estudo”, diz Dawson. “Uma é que nos dá mais informações sobre a conexão sobre intestinos e cérebro. Depois, ele pode estimular investigações focadas em fatores, moléculas ou infecções que podem iniciar a destruição e a propagação da alfa-sinucleína. Por fim, a descoberta sugere que podemos buscar tratamentos que previnam o espalhamento da substância patológica do intestino para o cérebro. Agora temos um modelo que nos permite testar novas terapias para todas ou, ao menos, a maioria dos sintomas da doença de Parkinson. Acho que isso realmente vai revolucionar o que fazemos e estudamos sobre essa enfermidade”, assinala.
O médico ressalta que, embora o estudo tenha sido feito em camundongos, evidências anteriores apontam que pessoas que passam por um procedimento chamado vagotomia, no qual se retira uma porção do nervo vago para tratamento de úlceras, têm menos risco de desenvolver Parkinson. Dawson esclarece que não está sugerindo a cirurgia como forma de prevenir a doença neurodegenerativa, mas afirma que, para estudos futuros, seria importante testar se esse método poderia proteger pacientes que já têm uma grande quantidade de proteína defeituosa no trato gastrointestinal.
Foto: Johns Hopkins University/Divulgação
Café ajuda a queimar gordura, revela estudo
Pesquisadores apontam que a bebida é capaz de estimular as reservas de ‘gordura boa’, responsável pela queima de calorias do corpo
Por Veja
O café é uma das bebidas favoritas dos brasileiros. Não apenas pelo sabor, mas pelos benefícios proporcionados à saúde, como a redução do risco de Parkinson e Alzheimer, além de fortalecimento do coração. Agora, cientistas descobriram que o consumo de uma a três xícaras de café por dia pode ajudar no combate à obesidade. O estudo, publicado na revista científica Scientific Reports, revela que a bebida é capaz de estimular as reservas de ‘gordura marrom’, responsável pela queima de calorias e produção de calor.
“A gordura marrom produz calor através da queima de açúcar e gordura, muitas vezes em resposta ao frio. Aumentar sua atividade melhora o controle do açúcar e os níveis de lipídios no sangue, e a queima extra de calorias ajuda na perda de peso”, explicou Michael Symonds, da Universidade de Nottingham, na Inglaterra, à CNN.
Os pesquisadores ainda confirmaram um fato já conhecido sobre o café: seu potencial de prevenção do diabetes.
Gordura marrom
Tecido adiposo marrom. Gordura boa. Esses são alguns dos nomes dados à gordura marrom, cuja principal função é gerar calor e metabolizar macronutrientes por meio da queima de calorias. Segundo a equipe, a geração de calor altera o metabolismo e, consequentemente, os níveis de colesterol e gordura no sangue. Esse é o papel oposto da gordura branca (ou tecido adiposo branco), que é responsável por armazenar as calorias — que podem ser liberadas conforme necessidade.
Na infância, os níveis da gordura marrom são mais altos uma vez que crianças não conseguem se aquecer por conta própria e, portanto, precisam queimar mais gordura marrom para se manterem aquecidas. Especialistas ainda indicam que pessoas com índice de massa corporal (IMC) mais baixo têm mais gordura marrom do que aquelas com IMC maior.
“Adultos têm entre 50 e 100 gramas de gordura marrom no corpo. Quando ativada, ela é capaz de produzir 300 vezes mais calor do que qualquer outro órgão. Em seu máximo, tem o potencial de produzir até 10% de todo o calor diário do corpo”, explicou Symonds à USA Today.
De acordo com David Agus, professor da Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, diversas atividades do dia a dia estimulam a gordura marrom, inclusive dormir bem e se exercitar.
O estudo
O primeiro passo dos pesquisadores foi analisar os efeitos do café em camundongos e células-tronco. Ao encontrar a dose certa para estimular a gordura marrom, ele testaram a hipótese em humanos. De pequena proporção, a pesquisa envolveu nove participantes (quatro homens e cinco mulheres). Para rastrearem as reservas de gordura marrom e a produção de calor, os pesquisadores utilizaram uma técnica de geração de imagens térmicas.
“Do nosso trabalho anterior, sabíamos que a gordura marrom está localizada principalmente na região do pescoço, então fomos capazes de observar os participantes logo depois de tomar a bebida para ver se a gordura marrom ficou mais quente”, Symonds contou à CNN.
Os resultados mostraram-se promissores: uma simples xícara de café é capaz de estimular a gordura marrom para produzir calor e, portanto, queimar calorias. A ativação do tecido adiposo marrom também ajuda a melhorar os níveis de glicose, ou seja. Além da obesidade, a bebida pode combater o diabetes. “Todos nós temos essa sensação de calor depois de bebermos uma xícara de café. [Isso acontece] porque estamos estimulando essa gordura marrom”, explicou Agus à CBS. Ele não esteve envolvido no estudo.
Apesar da descoberta, a equipe ressaltou que as investigações estão no começo e precisam ser replicadas em estudos maiores para confirmar os achados. Além disso, eles ainda não conseguiram determinar quais substâncias presentes no café produzem esse efeito. Mesmo assim, os pesquisadores acreditam que o café pode ser um caminho para o controle do peso e da glicose no sangue.
Foto: Daniele Jesus/EyeEm/Getty Images
Mulher vem de Israel para procedimento e após operação nos glúteos acusa médico associado de erro médico
Paciente pediu indenização no valor de R$ 304 mil, que foi negada. Escritório de advocacia credenciado a Anadem defendeu o médico e saiu vitorioso
Uma mulher saiu de Israel e veio para o Brasil com o intuito de realizar uma cirurgia plástica de glúteos. N.R.L. procurou um médico e clínica associados a Anadem (Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética) e, após a efetivação do procedimento, ficou insatisfeita com o resultado, pois teve uma vasoconstrição periférica dos tecidos. Ela decidiu, então, entrar com um pedido de indenização por danos materiais, morais e estéticos para a clínica e médico, por suposto erro médico.
A paciente afirmou que não foi bem informada quanto aos riscos do procedimento e que precisaria parar de fumar antes da cirurgia. Disse ainda que foi supostamente autorizada a fumar cigarro eletrônico no pós-operatório. N.R.L. alegou que o médico teria consciência das doenças psiquiátricas que ela tinha e da condição de fumante.
Após a cirurgia ela alegou que foi submetida a procedimentos dolorosos, aplicados supostamente sem critério específico, somente na tentativa de curar as feridas decorrentes da cirurgia, e que a clínica não tinha condições mínimas de higiene, com a inadequada assepsia dos ferimentos. A paciente disse, também, que o único motivo de não ter tido uma recuperação adequada foi em decorrência do uso do cigarro eletrônico, sendo o médico culpado por enorme sofrimento, dor, angústia e humilhação.
N.R.L. pediu o pagamento de R$ 304 mil reais como devolução dos valores pagos, juros decorrentes do empréstimo bancário obtido para custear o procedimento, despesas com alimentação, medicamentos, acomodação e deslocamento de Israel para o Brasil, além de danos estéticos e morais para a clínica e médico.
DEFESA
Na defesa, feita pelo escritório de advocacia credenciado a Anadem, Attié & Lucidos Advogados, afirmou que nos contatos feitos com a paciente, seis meses antes da cirurgia, foram prestados todos os esclarecimentos, inclusive advertindo a necessidade de parar de fumar no pós-operatório.
Ressaltaram também que foi realizada uma consulta pré-operatória para informar a paciente sobre a cirurgia, extensão e posição das cicatrizes, tipo de anestesia, tempo cirúrgico e cuidados após o procedimento. Ainda foi dito que a paciente, ao ser questionada sobre a situação da doença psiquiátrica, afirmou não ter sinal de transtorno.
O médico alertou sobre a proibição completa do fumo durante a recuperação e também sobre o cuidado em manter o corpo sem flexão do tronco sobre as coxas. Os advogados contam, ainda, que no dia da cirurgia a autora fez uso do cigarro eletrônico, bem como nos dias posteriores.
Na perícia, foram apresentadas cópias dos e-mails trocados entre paciente e médico, os exames por ela feitos e os pedidos solicitados, não sendo corretas as alegações da paciente de que não foram pedidos exames e trocados e-mails sem informações básicas. Nenhuma das provas apresentadas pela paciente confirma deficiência de informação em relação ao procedimento e não tenha consentido com a realização da cirurgia.
Em relação aos problemas psicológicos da paciente, não existe contraindicação cirúrgica sobre operar pessoas esquizofrênicas ou que fazem uso de medicamentos controlados. Ela ainda informou ao médico antes da cirurgia que estava tudo bem em relação aos seus transtornos.
Não existem provas que no procedimento foram cometidas falhas na conduta médica, pois o método utilizado pelo médico foi correto e ele empregou técnicas universalmente consagradas na comunidade de cirurgiões plásticos. Foi comprovado, também, que o médico teria orientado a necessidade de parar de fumar no pós-operatório e as consequências da não obediência à orientação médica.
Testemunhas afirmaram que N.R.L. insistiu no uso de cigarro eletrônico, se escondendo para fumar, mesmo com as indicações. Se ela não tivesse sido informada como a mesma diz, não veria necessidade de se esconder para fumar sem ser interrompida.
O perito ressaltou que quando constatado sofrimento vascular dos retalhos cirúrgicos, o local foi tratado com vasodilatadores sistêmicos, calor, massageamento local e câmara hiperbárica. Apenas alguns dias depois ela retornou a Israel, se deslocando por conta própria, não sendo a causa da perda parcial dos retalhos glúteos uma infecção hospitalar. A paciente também não mostrou nenhum sintoma decorrente de infecção hospitalar, não sendo o ambiente da clínica sujo ou mal higienizado.
A juíza da 19ª vara cível de São Paulo (SP) julgou improcedente os pedidos, condenando a autora ao pagamento das custas e despesas processuais e honorários advocatícios fixados em 15% do valor da causa.