WhatsApp faz bem à saúde, revela estudo

Segundo pesquisadores, trocar mensagens na rede social, incluindo em grupos, traz benefícios psicológicos, como maior bem-estar

Por Veja

Há alguns anos, muitos estudos têm associado as redes sociais, como Facebook, Instagram e WhatsApp, a problemas de saúde mental, como dismorfia corporal, ansiedade e depressão. Entretanto, novo estudo indica que aplicativos de mensagens, como o WhatsApp, podem, na verdade, ter impacto positivo no bem-estar psicológico. Os resultados mostram que quanto mais tempo as pessoas utilizam a ferramenta menos solitárias elas se sentem.

“Há muito debate sobre como o tempo gasto nas redes sociais é ruim para o nosso bem-estar, mas descobrimos que pode não ser tão ruim quanto pensamos. A quantidade de tempo no WhatsApp indica que as pessoas estão se sentido próximas de amigos e familiares e isso ajuda a perceber como essas relações são de boa qualidade”, explicou Linda Kaye, principal autora do estudo e pesquisadora da Universidade Edge Hill, no Reino Unido.

O trabalho, publicado na revista International Journal of Human-Computer Interaction, ainda revelou que indivíduos que têm participação ativa em grupos se sentem menos solitários, o que beneficia a autoestima e as competências sociais (capacidade de estabelecer relações sociais saudáveis e duradouras). Para os pesquisadores, isso significa o WhatsApp ajuda as pessoas a se conectarem com os amigos próximos, favorecendo diversos aspectos de bem estar.

Proximidade

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores da Universidade Edge Hill, na Inglaterra, analisaram a utilização do aplicativo de mensagens por quase 200 pessoas (158 mulheres e 41 homens). A equipe descobriu que a média diária de uso dos participantes era cerca de 55 minutos. Apesar de ser muito utilizado no Brasil, em outros países, esse aplicativo não é tão popular. Mas os participantes revelaram que tinham preferência por utilizá-lo devido à possibilidade de criar grupos de conversa.

Os resultados revelaram que os usuários do aplicativo demonstravam maior autoestima de acordo com o tempo de utilização. Ou seja, quanto mais tempo eles passavam no WhatsApp melhor era a sensação de bem estar. De acordo a equipe, isso acontece porque o tempo de utilização está diretamente ligado a quantidade de conversas através do aplicativo, portanto, aqueles que conversavam mais estavam mais próximos de amigos e familiares. Essa relação de proximidade ajuda a diminuir a sensação de solidão do dia a dia.

“Isso dá origem à noção de que a tecnologia social, como o WhatsApp, pode estimular os relacionamentos existentes e as oportunidades de comunicação, reforçando assim aspectos positivo do bem-estar dos usuários”, explicou Linda. Para a especialista, os achados reforçam a necessidade de compreender como os fatores sociais influenciam na utilização das tecnologias de comunicação.

 

Foto: Thomas White/Reuters

Gordura localizada na perna é mais saudável do que na barriga em mulheres, diz estudo

Acumular mais gordura nas pernas do que na barriga protege as mulheres de doenças cardíacas após a menopausa. É o que diz uma pesquisa publicada no European Heart Journal

Por BBC

Mulheres mais velhas com mais gordura na região abdominal, mesmo dentro do peso, apresentam um risco maior de derrame ou doença cardíaca em comparação com aquelas que acumulam mais gordura no quadril e nas coxas, de acordo com os cientistas.

Sendo assim, mulheres que têm o corpo “em forma de maçã”, com maior concentração de gordura na barriga, deveriam tentar perder a gordura abdominal para adquirir uma silhueta em “formato de pera”, com mais adiposidade do quadril para baixo.

Mas, segundo especialistas, pesquisas mais aprofundadas são necessárias para descobrir o porquê desta associação.

O que os pesquisadores fizeram?

A pesquisa acompanhou 2,6 mil mulheres com peso saudável – que apresentavam índice de massa corporal (IMC) entre 18 e 25 – com mais de 18 anos.

Todas estavam participando de um grande estudo nos Estados Unidos, o Women’s Health Initiative, que começou em meados da década de 1990, sendo submetidas a exames periódicos para verificar a densidade de gordura, músculos e ossos do corpo.

O estudo constatou que mulheres “em forma de maçã” apresentavam um risco mais de três vezes maior de desenvolver doenças cardiovasculares em comparação com aquelas que tinham o corpo em “formato de pera”.

É novidade que a ‘forma de maçã’ não é saudável?

Os cientistas já sabem que o tipo de gordura localizada em torno dos órgãos abdominais, a chamada gordura visceral, aumenta o risco de problemas metabólicos, como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.

Doenças cardíacas e circulatórias são responsáveis ​​por uma em cada quatro mortes no Reino Unido.

Não está claro, no entanto, a razão pela qual a gordura acumulada nas pernas pode ser protetora, sem causar problemas em outras partes do corpo.

Infelizmente, a adoção de um estilo de vida pouco saudável na meia-idade pode aumentar a gordura abdominal.

Qibin Qi, professor do Albert Einstein College of Medicine, em Nova York, que conduziu o estudo, explica que as pesquisas anteriores se concentraram em pessoas com sobrepeso ou obesas.

“As participantes do nosso estudo eram todas mulheres com peso normal. Portanto, esta mensagem é muito importante: mesmo para as mulheres com um peso corporal saudável, a ‘forma de maçã’ ou ‘forma de pera’ ainda é importante”, destaca.

O que as mulheres devem fazer?

Qi diz que é tudo uma questão de tentar reduzir a gordura abdominal, para melhorar a proporção entre a adiposidade localizada na barriga e na perna.

“Não sabemos se pode haver alguma dieta ou exercício em particular que possa ajudar a realocar a gordura. Nossa equipe está trabalhando nesta questão e esperamos ter uma resposta em breve”, acrescenta.

Enquanto isso, ele diz que as recomendações usuais sobre alimentação saudável e prática de exercícios físicos devem ser aplicadas.

Sonya Babu-Narayan, diretora médica associada da British Heart Foundation, chama a atenção para a necessidade de aprofundar o estudo:

“Este estudo revela uma relação interessante entre onde a gordura está armazenada e o risco de ataque cardíaco e derrame, mas não é capaz de nos dizer por que (essa associação) existe.”

“Pesquisas futuras para descobrir como a distribuição de gordura corporal está relacionada a essas doenças podem revelar novas maneiras importantes de prevenir e tratar a maior causa de morte do mundo”.

 

Foto: TOM FOLDES/GETTY