Instituto São Pellegrino fala sobre incidência de câncer em Rondônia e importância do VIII Encontro de Direito Médico
Porto Velho – Rondônia não é um estado onde a incidência de câncer é maior do que em outras unidades da federação. E nem está sujeito a todos os fatores tidos como pré disponentes ao câncer, que existem em lugares mais industrializados, sujeitos a maior índice de poluição. A afirmação é do médico oncologista Carlos Manoel Mendonça de Araújo, do Instituto de Oncologia e Radioterapia São Pellegrino, instituição que atua há mais de vinte anos no estado e que apoia o VIII Encontro de Direito Médico de Rondônia por entender que toda iniciativa que oferece mais informações à sociedade deve ser incentivada.
O doutor Carlos Manoel explica que os hábitos saudáveis ajudam a reduzir o número de diagnóstico de câncer. “Em alguns lugares as pessoas bebem e fumam mais, e isso pode levar a um aumento da incidência. Não existe nenhum dado na literatura médica nacional, no que é publicado pelo Ministério da Saúde, mostrando que Rondônia tem maior incidência de câncer do que outros locais do país”, ressalta o especialista.
Sobre o apoio ao VIII Encontro de Direito Médico de Rondônia, realizado pelo escritório Cândido Ocampo Advogados Associados, o médico destaca que a iniciativa é salutar e disponibiliza informações à população sobre seus direitos em relação à saúde. “Principalmente na área onde atuo. As pessoas têm muitas dúvidas, pois existem legislações especificas com relação aos direitos de que tem câncer, que na maioria das vezes desconhecem”, disse.
Médico desde 1979, Manoel Carlos trabalhou a vida toda no Instituto Nacional do Câncer. Em sua análise, nada melhor que eventos como o VIII Encontro de Direito Médico de Rondônia para tornar a população ciente de seus direitos.
Instituto São Pellegrino
Em Rondônia, o Instituto São Pellegrino presta serviços à população tanto pelo SUS como particular. O Instituto faz radioterapia, quimioterapia e conta com equipes de apoio aos seus pacientes, disponibilizando odontólogos, nutricionistas, assistentes sociais, psicólogos, tudo com o intuito de ajudar os enfermos não apenas fisicamente, mas em todas as suas dimensões, além de prestar as informações necessárias àqueles que enfrentam esse grave problema.
A Instituição, fundada em 1995, tem em seus quadros equipe multidisciplinar de excelência, todos especialistas na área de oncologia e se encontra credenciada junto ao Ministério da Saúde para prestar serviços de oncologia nos ramos de radioterapia e quimioterapia, tendo atendido mais de dez mil pacientes, sempre em consonância com as recomendações nacionais e internacionais de boa prática médica.
De acordo com o coordenador do evento, advogado Cândido Ocampo, o objetivo do Encontro é continuar contribuindo para o crescimento, com qualidade, dos serviços de saúde em Rondônia, trazendo à pauta informações pertinentes e esclarecimentos a todos os envolvidos.
Temas como negligência informacional, acesso ao Judiciário, segurança procedimental, dentre outros, serão debatidos no VIII Encontro de Direito Médico de Rondônia, cuja programação inclui debates sobre a má formação profissional e a perda da intangibilidade do médico.
O evento acontece dia 16 de agosto no auditório do Tribunal de Justiça, em Porto Velho, e vai contar com a participação da ministra do Superior Tribunal de Justiça, Nancy Andrighi, do presidente da Anadem (Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética), Dr. Raul Canal. Como palestrantes locais, o desembargador do Tribunal de Justiça de Rondônia, Raduan Miguel Filho, e o presidente do Cremero (Conselho Regional de Medicina), Spencer Vaiciunas.
O VIII Encontro de Direito Médico de Rondônia, realizado pelo escritório Cândido Ocampo Advogados Associados, conta com o patrocínio do Hospital Central de Porto Velho, Instituto São Pelegrino, Hospcor e Unimed Porto Velho; e o apoio do Tribunal de Justiça de Rondônia, da Anadem (Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética), do Cremero (Conselho Regional de Medicina de Rondônia) e da Ordem dos Advogados do Brasil-Seccional Rondônia.
Mais informações e inscrição: www.direitomedicorondonia.com
Saião, flor de mamão, pata-de-vaca: os riscos dos tratamentos caseiros contra a diabetes
Especialistas alertam para o uso de chás, sucos e farinhas de plantas como substitutos para controlar a doença e recomendam evitar soluções caseiras e procurar um médico
Por BBC
No mundo, estima-se que 500 milhões de pessoas tenham diabetes. Em 2040, segundo a International Diabetes Federation (IDF), serão 642 milhões.
O Brasil é o quarto país com mais portadores da doença: são cerca de 13 milhões – daqui 21 anos, deverão ser 23,2 milhões de brasileiros diabéticos-, sendo que metade não sabem disso e, dentre quem sabe, mais de 70% não têm os níveis de glicose controlados.
Além da falta de adesão ao tratamento, que exige uma série de mudanças nos hábitos de vida e atenção total com a medicação, uma questão preocupante é que os pacientes, não raramente, optan por soluções caseiras e receitas encontradas na internet como opções de tratamento para combater a enfermidade.
Pela internet, o que muitos recomendam é que é possível controlar a glicemia no sangue por meio do consumo regular de chás, sucos e farinhas de plantas, como a chamada ‘insulina vegetal’ (Cissus sicyoides L.), flor de mamão, jambolão (Syzygium cumini), saião ou folha-da-fortuna (Kalanchoe brasiliensis Camb.), Noni (Morinda citrifoli), pata-de-vaca (Bauhinia variegata) e moringa (Moringa oleifera).
Mas será que isso é verdade?
De acordo com Marlice Marques, nutricionista do Departamento de Nutrição da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a resposta é não. A recomendação dos especialistas consultados pela BBC News Brasil é evitar as soluções caseiras, para não agravar a enfermidade, e sempre buscar a orientação de um endocrinologista ou clínico geral para fazer o tratamento correto.
“Temos uma forte cultura popular no Brasil em relação ao uso de substâncias naturais para tratar doenças, só que não existem evidências científicas que comprovem seus benefícios em relação ao diabetes”, afirma.
A especialista pontua que, até agora, poucos estudos foram realizados sobre o tema, e a maioria em animais. “Os raros testes em humanos foram feitos com poucas pessoas e em poucos dias. Eles ainda são inconclusivos e apresentam metodologias e resultados controversos”, acrescenta.
Um exemplo que ela cita é a da planta moringa, alvo de proibição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em decisão anunciada em junho.
“Em pesquisas feitas com ratos, há a hipótese de que a planta, por possuir antioxidantes e compostos bioativos que influenciam na imunidade e na atividade anti-inflamatória, pode melhorar a resistência à insulina, a tolerância à glicose e prevenir algumas complicações do diabetes, porém, os benefícios reais em humanos não foram constatados”, disse a agência.
A Anvisa suspendeu no dia 4 de junho deste ano a comercialização, a distribuição, a fabricação, a importação e a propaganda de produtos contendo a moringa em todo o país, em quaisquer formas de apresentação, como chás e cápsulas, e também do próprio insumo.
A farinha de moringa costuma ser informalmente recomendada, além da diabetes, para o tratamento de colesterol elevado, pressão arterial elevada, aterosclerose e envelhecimento precoce.
Falta pesquisa sobre perigos e eficácia do uso de plantas
De acordo com Rodrigo Moreira, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), todas as entidades médicas nacionais e internacionais são radicalmente contra tratamentos naturais ou caseiros no combate ao diabetes.
“Algumas plantas até parecem apresentar substâncias que podem ajudar no controle da doença, como a pata-de-vaca, que sugere efeitos benéficos sobre os níveis de glicose. Mas isso não significa que ela ou qualquer outra deva ser utilizada, isoladamente ou combinada, como medicamento para tratamento do diabetes”, analisa.
O problema, ele acrescenta, é que ainda não se tem conhecimento de todos os elementos presentes nas espécies, se são mesmo eficazes e como são metabolizados pelo organismo, bem como o risco de efeitos colaterais.
“Também não sabemos quais partes das plantas devem ser usadas, como fazer os preparos, as doses mínimas e máximas seguras, os efeitos colaterais e a inte-relação com outros medicamentos que a pessoa utiliza”, pondera. “Precisamos que mais pesquisas sejam feitas, principalmente em humanos, para que possamos conhecer todos esses detalhes”, acrescenta.
O que é o diabetes?
Como explica a SBD, o diabetes é uma doença crônica, na qual o pâncreas não produz insulina (hormônio que controla a quantidade de glicose no sangue) ou o corpo não consegue empregar adequadamente a insulina produzida.
Com isso, o nível de açúcar fica alto – o normal, para uma pessoa saudável, é abaixo de 100 mg/dl, em jejum – e esse quadro, quando permanece por longos períodos, pode causar danos graves em órgãos, vasos sanguíneos e nervos.
Na lista das complicações importantes estão doenças cardiovasculares, diálise por insuficiência renal crônica, cirurgias para amputações dos membros inferiores, problemas na visão (retinopatia diabética e glaucoma são alguns), levando até a cegueira, e acometimento dos nervos (neuropatia periférica).
Os riscos de morte também são grandes. Para se ter uma ideia, dados da última pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, indicaram que, entre 2010 e 2016, 406.452 pessoas perderam a vida por conta do diabetes.
É preciso salientar que o diabetes é uma enfermidade silenciosa, o que dificulta o diagnóstico. “Os sintomas só aparecem quando os níveis de glicose estão muito altos, acima de 300 mg/dl normalmente. Aí o paciente vai apresentar boca seca, sede excessiva e urinar mais do que o normal”, diz o presidente da SBEM.
Tipos de diabetes
São quatro os tipos de diabetes: Tipo 1, Tipo 2, Latente Autoimune do Adulto (LADA) e gestacional.
O Tipo 1, de acordo com a SBD, se dá quando o sistema imunológico ataca equivocadamente as células do pâncreas que produzem insulina, fazendo com que pouca ou nenhuma quantidade do hormônio seja liberada para o corpo. Como resultado, a glicose fica no sangue ao invés de ser usada como energia.
Essa variedade, causada por fatores genéticos e outros ainda desconhecidos, se manifesta geralmente na infância ou na adolescência – mas pode atingir os adultos. Seu tratamento é feito com insulina, medicamentos, planejamento alimentar e atividades físicas.
Mais comum, o diabetes Tipo 2 acomete cerca de 90% dos pacientes e se manifesta com mais frequência em adultos. Diretamente relacionado ao sobrepeso, sedentarismo e dieta inadequada, surge quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz ou não produz insulina suficiente para controlar a taxa de glicemia.
O tratamento inclui mudança dos hábitos de vida, com a inclusão de atividade física e dieta equilibrada. Em alguns casos ainda é necessário o uso de insulina e/ou outros medicamentos para controlar a glicose.
Menos conhecido, o Latente Autoimune do Adulto (LADA) é um agravamento do diabetes Tipo 2. Ele ocorre quando o paciente desenvolve um processo autoimune que ataca as células do pâncreas.
Nesta situação, o controle da glicemia é feito como nos demais tipos, ou seja, com insulina e/ou medicamentos orais, planejamento alimentar e atividade física.
Por fim, o diabetes gestacional é uma condição temporária que acontece durante a gravidez por conta das alterações hormonais – acredita-se que entre 2 e 4% das gestantes sejam afetadas.
Ele pode trazer riscos tanto para as mães quanto para os bebês, como crescimento excessivo (macrossomia fetal), partos traumáticos e prematuros, hipoglicemia neonatal e obesidade e diabetes na vida adulta.
O controle desta variedade de diabetes é feito, na maioria das vezes, com a orientação nutricional adequada. Mas também pode ser indicada a prática de atividade física e o uso de insulina.
Foto: Pixabay
Risco de morte por febre amarela pode ser identificado mais cedo
É o que revela pesquisa feita pela Universidade de São Paulo
Por Agência Brasil
Pesquisa desenvolvida pela Universidade de São Paulo (USP) e Instituto Emílio Ribas identificou quatro fatores que indicam risco de morte em pacientes com febre amarela.
Idade avançada, contagem de neutrófilos elevados (células sanguíneas que fazem parte do sistema imune inato), aumento da enzima hepática AST e maior carga viral são os marcadores que apontam o risco de uma evolução grave da doença. O estudo destaca que, de cada 100 pessoas que são picadas por mosquitos infectados com o vírus da febre amarela, 10% desenvolverão sintomas da doença, e 30% podem morrer.
“O que mais nos deixava perplexos é que a maioria dos pacientes chegava bem, apenas se queixando de mal-estar, dor pelo corpo e febre, e, dias depois, alguns deles morriam. É uma doença de evolução muito rápida. Era um desafio determinar, na entrada do paciente, qual seria aquele que evoluiria muito mal da doença e qual seria aquele que teria uma evolução mais favorável. Foi isso que a gente abordou nesse trabalho”, explicou Esper Georges Kallás, professor do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da USP.
Outros 19 pesquisadores, apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), assinam o estudo, publicado na revista científica Lancet.
Kallás aponta que amostras para análises foram coletadas em pacientes durante o surto de febre amarela em São Paulo no ano passado.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, em 2019, até 3 de junho, foram registrados 66 casos autóctones de febre amarela silvestre no estado e 12 deles evoluíram para morte.
Em 2018, foram confirmados 504 casos autóctones em várias regiões do estado, dos quais 176 resultaram em morte. Também houve 261 epizootias (morte ou adoecimento de primatas não humanos).
Entre 11 de janeiro e 10 de maio de 2018, 118 pacientes com suspeita de febre amarela foram internados no Hospital das Clínicas e outros 113 no Emílio Ribas.
Diagnóstico
Após a confirmação do diagnóstico, o estudo se concentrou em 76 pacientes (68 homens e 8 mulheres). Dos 76 pacientes, 27 (36%) morreram durante o período de 60 dias após a internação hospitalar.
Onze pacientes com contagem de neutrófilos igual ou superior a 4.000 células/ml e carga viral igual ou superior a 5.1 log10 cópias/ml (ou seja, aproximadamente 125 mil cópias do vírus por mililitro de sangue) morreram, em comparação com três mortes entre os 27 pacientes com contagens de neutrófilos menor que 4.000 células/ml e cargas virais de menos de 5.1 log10 cópias/ml (menos de 125 mil cópias/ml).
Os pesquisadores puderam constatar também que a coloração amarelada na pele dos doentes, característica conhecida da doença, não é um marcador de severidade no momento da entrada do paciente no hospital.
“A coloração amarelada, consequência da destruição das células do fígado pelo vírus, só aparece em casos em piora avançada. Em nosso estudo, nenhum dos pacientes que veio a óbito chegou no hospital ostentando coloração amarelada”, disse Kallás.
Para identificar três dos marcadores, excluindo a idade, são necessários exames em laboratório. De acordo com o professor, o que mede a quantidade de neutrófilos e o aumento da enzina hepática são exames simples com resultado em, no máximo, uma hora.
“O mais difícil é a carga viral do vírus da febre amarela que é um ensaio experimental. Ele foi desenvolvido para esse estudo, e não é popularizado. Não está disponível em laboratórios de análise clínicas habitualmente”, explicou. Ele avalia que a disponibilidade do exame auxiliaria não só na identificação do marcador, mas no próprio diagnóstico.
Em casos de novos surtos de febre amarela, os resultados encontrados no estudo permitem agora que os médicos façam uma triagem de pacientes nos momentos de entrada nos serviços de saúde, identificando aqueles que potencialmente podem evoluir para casos mais severos. Assim, é possível antecipar internações nas unidades de terapia intensiva, aumentando as chances de sobrevivência.
Massa crítica
“Estamos criando uma massa crítica de informações que vai ajudar o médico na hora que avaliar o paciente, inicialmente quem vai melhor, quem vai pior e otimizar a disponibilização de recursos no hospital. Evidente que auxilia a melhorar a assistência a saúde dessas pessoas”, disse o pesquisador.
Outra consequência da descoberta é a hipótese de que remédios antivirais podem auxiliar no tratamento da febre amarela.
“Pela primeira vez é descrita a associação da quantidade de vírus [carga viral] com doença pior”, disse Kallás.
Segundo o pesquisador, outros projetos já avaliam medicações que poderiam ser usadas neste caso.
“Se chega um paciente com febre amarela bem no começo, será que se a gente der um remédio antiviral não corta a multiplicação do vírus e melhora o prognóstico dessa pessoa? Já que a quantidade de vírus é um fator, isso tem o potencial de mudar a história de sobrevivência na febre amarela se a gente achar um remédio que for eficaz”, finalizou.
Foto: Reprodução/Agência Brasil
Recém-nascido, representado pela mãe, propõe ação de indenização contra obstetra associado a Anadem após sofrer distócia de ombro
A defesa, realizada por escritório de advocacia credenciado, ressaltou, por meio do laudo pericial, que o médico salvou a vida do recém-nascido com a manobra que causou a lesão; caso foi julgado improcedente
Representado pela mãe, uma criança entrou com ação de indenização por danos materiais, morais e estéticos contra um médico ginecologista obstetra associado a Anadem (Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética) por uma distorcia de ombro causada no parto, realizado em 2011, deixando o braço esquerdo dele aleijado.
A mãe chegou na maternidade municipal e foi submetida a um parto normal. O médico, segundo o paciente, ao realizar o parto puxou o seu braço esquerdo com muita força, causando uma lesão plexo braquial, deixando-o com sequela permanente. O autor ressaltou que a lesão o acompanhará pelo resto da vida, diminuindo sua capacidade de trabalhar, acarretando em prejuízos financeiros.
Disse, ainda, que sofrerá constrangimentos morais nas escolas, onde será vítima de bullying por outros estudantes, sendo alvo de piadas e apelidos maldosos no trabalho e na sociedade como um todo. A criança responsabiliza o médico pelo ato impensado e exige a condenação ao pagamento de pensão mensal por danos materiais e compensação por danos morais, além de afirmar que a situação poderia ser evitada se fosse realizado um parto cesárea.
A defesa, feita pelo advogado Dr. Wendell Sant’ana, do escritório de advocacia credenciado a Anadem, Sant’ana e Carmo Advogados, trabalhou baseada no laudo pericial, que destacou, ao analisar toda a documentação médica, não existir ato que desacredite a assistência médica prestada, já que a distócia de ombro é evento inesperado e imprevisível, podendo ocorrer em qualquer extração fetal.
Caso o médico não tivesse realizado a manobra, segundo o laudo pericial, o feto poderia ter ido a óbito. Embora tenha deixado uma sequela, a conduta praticada salvou a vida do recém-nascido.
Segundo a perícia, não existiam indicativos para ser realizado um parto cesárea, como o requerente afirmou, pois, o feto não era macrossômico e diante dos exames na admissão da paciente no plantão não foram encontradas qualquer indicação formal para este tipo de procedimento, sem anormalidades também no acompanhamento do trabalho de parto.
Apontaram ainda que o obstetra, considerando a evolução do trabalho de parto, não tinha muito tempo para retirar o feto, agindo de forma técnica para retirá-lo e tentar salvaguardar a vida dele e da genitora.
O caso foi julgado improcedente pelo juiz de direito, condenado o requerente no pagamento das custas e honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor da causa.