A prática evita a propagação da covid-19 por pessoas que têm quadros assintomáticos da doença
Por Exame
O uso de máscaras cirúrgicas (N95) pode ajudar a desacelerar a pandemia do novo coronavírus, de acordo com um estudo publicado na revista científica Nature Medicine.
Em testes de laboratório, o uso de máscaras reduziu a transmissão de vírus que infectam pessoas pelo ar — uma forma de transmissão sobre a qual os pesquisadores ainda divergem em relação ao novo coronavírus. A aferição foi feita usando uma máquina de captura de respiração com um método criado por Don Milton, professor de saúde ambiental aplicada na Universidade de Maryland e autor sênior do estudo.
Feito com 246 pessoas, o estudo foi conduzido por pesquisadores de Hong Kong junto com Milton antes de o novo coronavírus se tornar uma pandemia, e ele não aborda a questão do uso de máscaras como forma de prevenção ao contágio. O que a pesquisa mostrou foi que as máscaras podem ajudar a limitar propagação do vírus por pessoas já infectadas por ele, considerando que muitos indivíduos com a covid-19 não apresentam sintomas e, mesmo assim, disseminam a doença.
“Em tempos normais, diríamos que, se não foi mostrado estatisticamente significativo ou eficaz em estudos do mundo real, não recomendamos [a prática de usar máscaras]”, disse Milton. “Mas, em meio a uma pandemia, estamos desesperados. O pensamento é que, mesmo que diminua um pouco a transmissão, vale a pena tentar.”
Como na maioria dos casos de estudos científicos sobre a covid-19, ainda são necessárias mais pesquisas sobre a doença e o vírus para que a ciência chegue a conclusões definitivas sobre o uso de máscaras. O que se sabe, por ora, é que elas reduzem a propagação da doença e, assim, podem ajudar a desacelerar a pandemia do novo coronavírus.
O debate na comunidade científica sobre o uso de máscaras acontece em um momento que profissionais de saúde de todo o mundo enfrentam problemas de abastecimento desse tipo de material de proteção.
Foto: Getty Images/Getty Images