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'Sound covid': sistema de inteligência artificial da Fiocruz busca reconhecer a tosse do paciente infectado

Pesquisadores começaram a coletar registros de tosse em todo o país, para o projeto SoundCov. Qualquer um com mais de 18 anos pode participar da pesquisa. Basta gravar com o celular ou computador o áudio da tosse e enviar pela internet.

Por G1

Pesquisadores da Fiocruz desenvolveram um sistema que usa a inteligência artificial para identificar a tosse do paciente de Covid, conforme mostrou reportagem do Jornal Nacional.

Seca ou com catarro, a tosse é uma resposta do aparelho respiratório a uma irritação. Sintoma de muitas doenças, essa expulsão brusca do ar dos pulmões produz sons diferentes. Diferenças sutis que, muitas vezes, nossos ouvidos não percebem, mas que podem ser um instrumento importante para o diagnóstico da Covid-19.

“Cada doença tem um padrão específico de acometimento e quando você tosse, isso gera uma onda sonora diferenciada. Isso não é simples do ponto de vista do ser humano, reconhecer essas diferenças, mas a tecnologia e os diferentes padrões de sons, podem ser reconhecidos sim e podem ser diferenciados uma tosse de um paciente, por exemplo, com Covid, de um paciente com tuberculose, com asma, e de um paciente que não tenha nenhum tipo de doença pulmonar”, destaca Júlio Croda, médico infectologista da Fiocruz.

Pesquisadores da Fiocruz começaram a coletar registros de tosse em todo o país. É preciso reunir pelo menos 900 amostras, 300 de pacientes com Covid-19, 300 de indivíduos saudáveis e 300 de pessoas com outras doenças pulmonares. Qualquer um com mais de 18 anos pode participar da pesquisa; basta gravar com o celular ou computador o áudio da tosse e enviar pela internet.

Além da Fiocruz, participam da pesquisa o Instituto Butantan e a Intel, uma gigante de tecnologia que vai fornecer a ferramenta de inteligência artificial para identificar os diferentes padrões de tosse.

“A gente, efetivamente, está usando tecnologia de ponta para impulsionar a pesquisa brasileira e conseguir desenvolver uma solução nacional. Então, a ideia obviamente é poder contribuir aí com a saída da crise e a essa questão toda de saúde pública que o Brasil vive hoje”, afirma Tatiana Ribeiro, diretora-executiva do Movimento Brasil Competitivo.

O infectologista que coordena a pesquisa espera que, muito em breve, um aplicativo esteja disponível para ajudar no diagnóstico de Covid-19. “Nosso objetivo, com o apoio de todos, é que em 30 dias a gente possa fornecer essa ferramenta para todas as secretarias estaduais, para o governo federal e para os municípios que desejam utilizar essa ferramenta nos seus aplicativos. E isso pode auxiliar o paciente no sentido de reforçar o seu isolamento domiciliar ou buscar o atendimento para o seu diagnóstico laboratorial”, destaca Julio Croda.

Patricia virou voluntária. Ela teve Covid-19 e nem fazia ideia das pistas que a tosse pode fornecer à ciência. “Para mim foi uma tosse comum, uma tosse seca comum, como de outras doenças. Não imaginava que pudesse ocorrer uma tosse diferente e isso poderia contribuir ainda para o diagnóstico do coronavírus. Eu acredito que é uma pesquisa muito importante para o diagnóstico de Covid”, comenta.