Infogripe indica que 13 capitais têm tendência de avanço da covid-19
Todas as regiões do país foram classificadas em zona de risco
Por Agência Brasil
O boletim semanal Infogripe divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revela que 97,7% das ocorrências de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) reportadas no país em 2020 e com exame positivo para alguma infecção viral se deram em decorrência da covid-19. De acordo com os pesquisadores envolvidos no levantamento, os dados divulgados hoje (3) também mostram um avanço da doença.
“O registro de crescimento que vem se observando em todo o território nacional durante o mês de novembro sugere a necessidade de cuidado redobrado ao longo do mês de dezembro. Ações de conscientização e prevenção devem ser tomadas para evitar que as tradicionais aglomerações no comércio e nas celebrações de fim de ano agravem o quadro atual”, alerta o boletim.
O levantamento traz uma análise para as próximas três semanas (curto prazo) e para as próximas seis semanas (longo prazo). Das 27 capitais, 13 registram sinal moderado ou forte de crescimento na tendência de longo prazo: Campo Grande, Curitiba, Goiânia, Maceió, Palmas , Salvador, Belo Horizonte, Cuiabá, Manaus, Brasília, Rio de Janeiro, São Luís e São Paulo.
Em apenas quatro estados, as tendências de curto e longo prazo apresentam sinal de queda ou estabilização em todas as suas macrorregiões de saúde: Acre, Amapá, Roraima e Sergipe. Essa situação também ocorre no Distrito Federal.
Todas as regiões do país foram classificadas em zona de risco e com ocorrência de casos muito altos na semana epidemiológica entre 22 e 28 de novembro. A íntegra do boletim está disponibilizada no portal da Fiocruz.
Síndrome respiratória
O Infogripe leva em conta as notificações de SRAG registradas no Sivep-gripe, sistema de informação mantido pelo Ministério de Saúde e alimentado por estados e municípios. A nova edição se baseia nos dados inseridos até segunda-feira (30).
A SRAG é uma complicação respiratória associada muitas vezes ao agravamento de alguma infecção viral. O paciente pode apresentar desconforto respiratório e queda no nível de saturação de oxigênio, entre outros sintomas.
As notificações de SRAG em 2020 aumentaram em decorrência da pandemia do novo coronavírus (covid-19), Sars-CoV-2.
No ano passado, foram reportados 39,4 mil casos. Neste ano, já são 584.176, dos quais 54,8% tiveram resultado laboratorial indicando presença de algum vírus respiratório.
Entre as ocorrências com exame positivo para infecção viral, foram identificados quadros de SRAG associados não apenas ao novo coronavírus (97,7%), como também ao vírus influenza A (0,4%), ao vírus sincicial respiratório (0,4%) e ao vírus influenza b (0,2%). Quando analisados os casos que evoluíram à óbito, 99,3% estão vinculados ao novo coronavírus.
Este ano já são 141.351 mortes por SRAG. Em 2019, foram 3.811.
Foto: Reuters
Casos de malária no Brasil caíram 19,1% em 2019 com relação a 2018
País vem tendo redução dos casos desde 2005
Por Agência Brasil
O número de casos de malária caiu 19,1% em 2019, em relação ao ano anterior. Enquanto no ano passado foram registrados 157.454 pessoas com a doença, em 2018 o total ficou em 194.572. Os dados estão no Boletim Epidemiológico da Malária, divulgado pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira (3).
O estudo traz também dados preliminares de 2020. Foi identificada uma queda de 16,2% entre os primeiros semestres deste ano e de 2019. Entre janeiro e junho de 2020 foram 60.713 casos, enquanto no mesmo período no ano anterior foram notificados 72.424 pacientes com a doença.
Na curva histórica, o Brasil vem experimentando uma redução dos casos desde 2005, quando o total anual passou dos 600.000.
Quando consideradas as pessoas que contraíram a infecção no Brasil, os chamados casos autóctones, o decréscimo entre 2019 e 2018 foi de 18,4%, de 187.757 para 153.296. No primeiro semestre de 2020, o número foi 15,1% menor do que no mesmo período no ano anterior.
As cidades com mais casos em 2019 são do Amazonas: Barcelos (8.794), São Gabriel da Cachoeira (8.605) e Manaus (6.532). Em seguida vêm outros municípios da região Norte: Cruzeiro do Sul, no Acre (6.084), e Anajás, no Pará (5.902).
As mortes em decorrência da malária também tiveram um movimento de redução, de 55 para 37 entre 2019 e 2018. Contudo, o total é maior do que o registrado em 2017, quando 34 pessoas perderam a vida para a doença. As internações também caíram em 2019, sendo 12,2% menores do que as registradas em 2018.
A Malária é mais comum na Amazônia Legal, região formada pelos estados do Norte, além do Maranhão e de Mato Grosso. Mas os autores do relatório destacam que mesmo nos outros estados é preciso ter cuidado.
“Na região extra-amazônica, formada pelos demais estados e o Distrito Federal, apesar dos poucos casos, a doença não pode ser negligenciada, pois o retardo do diagnóstico e do tratamento pode desencadear a internação e até o óbito do paciente”, apontam.
Em todo o mundo, a doença atingiu entre 206 e 258 milhões de pessoas e causou a morte de 405 mil pessoas em 2018. Segundo os autores do documento, a enfermidade é considerada um dos mais graves problemas de saúde pública do planeta.
O Plano Nacional de Eliminação da Malária no Brasil estabelece um conjunto de metas, entre elas erradicar a transmissão da doença em 2035, registrar menos de 14 mil casos em 2030 e não ter mais mortes decorrentes da enfermidade daqui a 10 anos.
De acordo com o Ministério da Saúde, no primeiro semestre 20 estados estavam dentro dos parâmetros para atingir a meta.
Foto: Governo do Estado de São Paulo