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Vacinas de RNAm geram anticorpos em grávidas, que os passam a bebês

Em pesquisa, gestantes vacinadas com imunizantes da Pfizer/BioNTech e Moderna tiveram resposta imunológica que foi transmitida pela placenta e pelo leito materno

Por Revista Galileu

Vacinas contra Covid-19 dos tipos que usam RNA mensageiro (RNAm), como a da Pfizer/BioNTech e Moderna, geram anticorpos em mulheres grávidas, que, por sua vez, podem passar essa resposta imunológica aos seus bebês. Foi isso que concluiu um estudo, publicado nesta quinta-feira (25), no American Journal of Obstetrics and Gynecology (AJOG).

A pesquisa foi feita por pesquisadores do Massachusetts General Hospital (MGH), Brigham and Women’s Hospital, Ragon Institute, Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e da Universidade de Harvard, todos nos Estados Unidos.

O RNAm, presente nas vacinas da Pfizer/BioNTech e Moderna, é uma molécula que dá instruções para a síntese de proteínas e é responsável por criar anticorpos contra o vírus da Covid-19, o Sars-CoV-2. De certa forma, esses imunizantes “ensinam” as células a sintetizarem a proteína spike, a mesma utilizada pelo coronavírus para entrar nas células.

Assim, o organismo adquire imunidade. No caso estudado, os experts dizem que as vacinas de RNAm proporcionam a produção de anticorpos não só para as mães, mas para os recém-nascidos, por meio de uma passagem dessas substâncias no leite materno e na placenta.

Os especialistas notaram isso ao analisarem 131 mulheres em idade reprodutiva, das quais 84 estavam grávidas, 31 lactantes e 16 não grávidas ou amamentando. Todas haviam recebido ou a vacina da Pfizer/BioNTech ou da Moderna.

A equipe percebeu que as grávidas e lactantes tiveram uma resposta imunológica tão forte às vacinas quanto as mulheres que não estavam grávidas ou em lactação. Além do mais, ao testarem amostras de sangue do cordão umbilical e do leite materno, notou-se que houve transferência de anticorpos delas para os bebês.

Os pesquisadores também perceberam que os níveis de anticorpos dos bebês de mulheres vacinadas eram “surpreendentemente mais altos” do que a quantidade produzida em recém-nascidos de mães não vacinadas e que haviam tido Covid-19. Isso atesta a importância da vacinação, segundo os especialistas.

“Esta notícia de excelente eficácia da vacina [de RNAm] é muito encorajadora para mulheres grávidas e amamentando, que foram deixadas de fora dos testes iniciais da vacina contra Covid-19”, afirma em comunicado Andrea Edlow, especialista em medicina materno-fetal do MGH, e co-autora sênior do estudo.

Além de indicar que a vacina de RNAm pode gerar anticorpos nas grávidas e bebês, a pesquisa forneceu dados sobre as diferentes respostas dos imunizantes da Pfizer/BioNTech e Moderna. Os resultados indicaram que os níveis de anticorpos presentes na mucosa (IgA) das participantes foram maiores após a segunda dose de Moderna em comparação com a segunda dose de Pfizer/BioNTech .

Outra questão relevante ao estudo é que as gestantes têm naturalmente maiores chances de terem sintomas graves de Covid-19, necessitando de hospitalização e cuidados intensivos, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, nos Estados Unidos.

Portanto, elas são um grupo de risco que precisa ser mais estudado do que é atualmente. “Preencher as lacunas de informação com dados reais é fundamental — especialmente para nossas pacientes grávidas que estão em maior risco de complicações de Covid-19”, diz Edlow.

Foto: Camylla Battani/Unsplash

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