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Vegetarianos têm níveis mais saudáveis de marcadores de doenças; entenda

Indicadores de diabetes, câncer e doenças cardiovasculares estavam menos presentes em amostras de sangue e urina de adeptos da dieta sem carne

Por Revista Galileu

Adeptos ao vegetarianismo têm um perfil biomarcador mais saudável do que indivíduos carnívoros, sendo possivelmente menos propensos a doenças como câncer, diabetes e problemas cardiovasculares. Tal conclusão faz parte de um estudo apresentado no Congresso Europeu sobre Obesidade (ECO), realizado online a partir desta segunda-feira (10).

A pesquisa, liderada por cientistas da Universidade de Glasgow, na Escócia, incluiu mais de 170 mil adultos do Reino Unido. Os resultados indicam que os vegetarianos saem na frente quando se trata de marcadores de doenças – independentemente da idade, peso ou hábitos como fumo e consumo de álcool.

Os pesquisadores utilizaram informações de 177.723 pessoas saudáveis, com idades entre 37 a 73 anos, provenientes do banco de dados de saúde e genética UK Biobank. Todos os participantes diziam não terem feito grandes mudanças na dieta nos últimos cinco anos.

Do total da amostra, 4.111 eram vegetarianos (não consumiam carne vermelha, de aves ou de peixes); já outros 166.516 participantes comiam carne. Os pesquisadores avaliaram em todos a presença de 19 biomarcadores relacionados a diabetes, doenças cardiovasculares, câncer etc.

Os vegetarianos tinham níveis mais baixos de 13 biomarcadores no sangue e na urina. Havia menos indicadores relacionados ao colesterol total e ao “colesterol ruim” (LDL ou lipoproteína de baixa densidade), além de menos marcadores de doenças cardiovasculares, como apolipoproteína A e B.

Além disso, os cientistas detectaram menor presença de marcadores de função hepática, responsáveis por alertar para alguma inflamação ou dano às células do fígado, como gama-glutamil transferase (GGT) e alanina aminotransferase (ALT).

Os indivíduos vegetarianos apresentaRam, ainda, menor nível de IGF-1, um hormônio que estimula o crescimento e a proliferação de células cancerosas. E mais: a taxa de creatinina, urato e proteína total – marcadores de piora da função renal – também era menor.

Por outro lado, os vegetarianos também tinham níveis mais baixos de biomarcadores benéficos, como “colesterol bom” (HDL ou lipoproteína de alta densidade), além de vitamina D e cálcio, substâncias atreladas à saúde óssea e das articulações. Fora que os níveis de triglicerídeos no sangue eram mais elevados, assim como a quantidade da proteína cistatina-C. Isso sugere que os vegetarianos talvez possam ter uma condição renal pior.

Todavia, como o estudo é observacional, os pesquisadores dizem que as conclusões não devem ser tiradas como causa e efeito diretos. De acordo com o líder da pesquisa, Carlos Celis-Morales, os resultados também se dão pelo fato dos vegetarianos terem dietas mais variadas e nutritivas.

“Além de não comer carnes vermelhas e processadas, que têm sido associadas a doenças cardíacas e alguns tipos de câncer, as pessoas que seguem uma dieta vegetariana tendem a consumir mais vegetais, frutas e nozes que contêm mais nutrientes, fibras e outros compostos potencialmente benéficos”, aponta Celis-Morales, em comunicado.

Foto: Anna Pelzer/Unsplash