Ondas de calor diminuíram até 84% entre as participantes sem a utilização de qualquer medicamento
Por G1
A Sociedade Norte-Americana de Menopausa publicou novo estudo, na revista científica “Menopause”, mostrando que uma dieta rica em soja pode reduzir as ondas de calor em até 84% – de cinco por dia a até no máximo uma. Trata-se de um dos principais incômodos entre a perimenopausa e a pós-menopausa, e o distúrbio inclui ainda a sudorese noturna, durante a qual a mulher acorda encharcada de suor, com prejuízo para o seu descanso. A pesquisa se estendeu por 12 semanas e, nesse período, 59% se livraram totalmente das ondas de calor.
No “Estudo feminino para o alívio de sintomas vasomotores” (em inglês, “Women´s study for the alleviation of vasomotor symptons), como foi batizado, não foi usada nenhuma medicação à base de hormônios ou qualquer tipo de extrato. Os pesquisadores utilizaram uma combinação de dieta alimentar com baixo teor de gordura, à base de plantas, à qual foi adicionada meia xícara de grãos de soja cozidos – numa salada ou sopa – diariamente. As participantes relatavam no mínimo duas ondas de calor por dia. Todas receberam o mesmo tipo de panela pressão elétrica, para cozinhar a soja, e a frequência e a severidade dos episódios eram monitoradas através de um aplicativo. Em reuniões semanais pelo Zoom, muitas disseram ter perdido peso e notado uma melhora na digestão e disposição.
“Isso representa uma virada de jogo da maior importância para mulheres, já que a maioria não consegue controlar os sintomas da menopausa sem drogas”, afirmou Neal Barnard, professor da faculdade de medicina da Universidade George Washington e presidente do Comitê de Médicos por uma Medicina Responsável. Ele também é autor de livros como “Reversing diabetes” (“Revertendo o diabetes”) e “Your body in balance” (“Seu corpo em equilíbrio”). Cerca de 80% sofrem com as ondas de calor e dispõem de poucas alternativas, uma vez que os medicamentos à base de estrogênio não podem ser prescritos para todas. A utilização de fitoestrogênios, como a isoflavona, não tem o endosso das sociedades de endocrinologia.
Foto: Allyj para Pixabay