Imunizante aprovado no Canadá em adultos com 18 a 64 anos de idade apresentou eficácia geral de 71% contra variantes do coronavírus — exceto a ômicron. Saiba mais
Por Revista Galileu
No último dia 24 de fevereiro, a agência reguladora canadense Health Canada liberou no país o uso da primeira vacina contra a Covid-19 derivada de plantas. Trata-se do imunizante Covifenz, desenvolvido pelas farmacêuticas Medicago e GlaxoSmithKline.
Composição da vacina
Segundo as fabricantes, a Covifenz será aplicada em adultos com 18 a 64 anos de idade e contém partículas semelhantes à cepa original do Sars-CoV-2, desenvolvidas à base de plantas. Mais especificamente, são partes parecidas com a proteína spike, que o coronavírus utiliza para entrar nas células.
Além disso, há o adjuvante AS03, fabricado especialmente pela GlaxoSmithKline para aumentar a resposta imune. O regime de vacinação é de duas doses, administradas via intramuscular com 21 dias de intervalo, e o produto é armazenado em uma temperatura de entre 2°C e 8°C.
Eficácia
A Health Canada decidiu aprovar a vacina à base de plantas com base em dados científicos compartilhados pelo Medicago. Os estudos mostraram que duas doses têm eficácia geral de 71% contra todas as variantes do coronavírus — exceto a ômicron, que não era predominante quando os testes estavam em andamento. A proteção contra a cepa delta é de 75,3% e chega a quase 89% contra a gama.
Foi registrada, contudo, a ocorrência de efeitos colaterais leves — mas temporários, que podem durar apenas algumas horas após a vacinação. Eles incluem sintomas locais, como vermelhidão, dor e inchaço no braço, além de incômodos gerais, como arrepios, fadiga, dores articulares e de cabeça. Reações graves, como a anafilaxia, foram consideradas raras.
Ampliação do fornecimento
A Medicago tem um contrato com o governo canadense para fornecer até 76 milhões de doses de Covifenz e está em diálogo com autoridades regulatórias dos Estados Unidos, Europa e da Ásia sobre acordos.
“A aprovação de nossa vacina contra Covid-19 é um marco significativo para o Canadá na luta contra a pandemia. Agradecemos a revisão oportuna da Health Canada”, diz Takashi Nagao, presidente e CEO da farmacêutica, em comunicado. “Também somos gratos pelo apoio do governo do Canadá no desenvolvimento desta nova vacina e estamos fabricando doses para começar a cumprir seu pedido.”
A empresa também está se preparando para estudar uma versão da vacina adaptada à ômicron, segundo contou Marc-André D’Aoust, vice-presidente executivo de inovação da companhia, à agência de notícias Reuters. “Estamos em um estágio em que estamos aumentando a capacidade para cumprir o contrato de fornecimento”, ele afirma.
Foto: Mufid Majnun/Unsplash