fbpx

CENTRAL DE ATENDIMENTO 24H: 0800 61 3333

Uso de tecnologias digitais cresce em testes de neurologia

Estudo indica que percentual de testes em neurologia utilizando tecnologias digitais aumentou cerca de 39% ao ano entre 2010 e 2020

 

Por Futuro da Saúde

 

Um novo artigo publicado no periódico científico Nature indicou que o uso de tecnologias digitais de saúde, tais como sensores e dispositivos vestíveis (ou wearables) que ajudam na coleta de dados em ensaios clínicos, vem apresentando um crescimento notável na neurologia. Entre 2010 e 2020, o percentual de testes utilizando esses dispositivos aumentou em torno de 39% ao ano, apesar da ocorrência de uma pequena queda em 2021 devido à pandemia.

Estão envolvidos neste estudo pesquisadores da Universidade de Potsdam, do Hospital Universitário de Düsseldorf e da Universidade de Harvard. Essas tecnologias digitais estão sendo implantadas nos testes de neurologia para ampliar a pesquisa, possibilitando uma medição mais contínua de distúrbios crônicos para além do estado momentâneo da doença avaliado durante o ensaio clínico.

Existe um histórico sobre o uso dessas tecnologias digitais de saúde para medição de sintomas da doença de Parkinson, mas a ampliação dos dispositivos alcançou outras condições como a esclerose múltipla, a doença de Alzheimer e a epilepsia, o que se deve também ao desenvolvimento de sensores mais sofisticados e abrangentes. Por exemplo, surgiram tecnologias voltadas para testes cognitivos repetitivos, padrões de fala e monitoramento da deglutição, medições que antes eram muito mais difíceis de serem realizadas.

Nesse sentido, o estudo levantou que os dispositivos estavam sendo utilizados em 8,3% dos estudos de Parkinson, 7,3% dos estudos referentes ao Alzheimer, 5,8% de esclerose múltipla e 3,3% de epilepsia. De forma majoritária, esses estudos rastreavam sintomas como o sono, cognição, função motora e fala. Enquanto isso, uma minoria ficou focalizada em medidas diversas, como adesão à medicação e sinais vitais dos cuidadores dos pacientes.

Os pesquisadores compreendem que, mediante o cenário de crescimento das doenças neurológicas e o desafio do desenvolvimento de terapias para essas condições, há uma tendência de aumento do uso dessas tecnologias digitais. Por isso, empresas farmacêuticas buscam desenvolver e fazer parcerias que envolvam esses dispositivos. Por exemplo, em 2022, um smartwatch desenvolvido pela Alphabet registrou dados que poderiam ser utilizados como biomarcadores da progressão da doença de Parkinson, o que foi utilizado em um estudo também publicado na Nature.

 

Foto: Reprodução/Futuro da Saúde