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Saúde digital avança, mas integração tecnológica ainda é desafio, aponta relatório da The Economist

Levantamento da The Economist Impact analisou o contexto da saúde digital em 10 países, incluindo o Brasil, e apontou desafios a serem superados

Por Futuro da Saúde

Embora as tecnologias de saúde digital estejam demonstrando seu valor, integrá-las aos sistemas de saúde é um desafio. O ambiente de dados e tecnologia pode se tornar cada vez mais complexo e fragmentado. Dessa forma, novas abordagens para validação clínica e aprovação regulatória são necessárias, mas levam tempo para serem desenvolvidas. Esse é o cenário descrito pela nova pesquisa do The Economist Impact – do grupo de mídia de mesmo nome – que buscou analisar de maneira aprofundada a integração entre saúde e tecnologia em diversos países. 

Intitulado “Advancing the frontier of health and technology integrationThe 2023 Digital Health Barometer”, o relatório se baseia na revisão de literatura e em entrevistas com especialistas – incluindo formuladores de políticas, clínicos, acadêmicos e especialistas da indústria – sobre o atual estágio da saúde digital. Ao todo, dez países foram incluídos: Austrália, Brasil, França, Alemanha, Japão, México, Coreia do Sul, Espanha, Reino Unido (Inglaterra) e Estados Unidos. A ideia era avaliar as estruturas de governança, bem como o ambiente habilitador para a saúde digital em contextos econômicos, demográficos e culturais.  

Principais conclusões da pesquisa da The Economist

Segundo o relatório, houve um grande progresso na criação de padrões de interoperabilidade, mas apenas metade dos países obteve pontuação no mais alto nível para prontuários eletrônicos de saúde, o que significa que pode haver falta de integração em nível nacional. Investimentos adicionais em prontuários melhorariam o atendimento ao paciente e a produtividade dos provedores de saúde. Neste quesito, o Brasil obteve boas avaliações e o documento menciona a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) como um aspecto positivo.

O levantamento também conclui que todos os países do estudo têm as bases regulatórias para habilitar a saúde digital, apesar de uma avaliação robusta das ferramentas não estar completamente em vigor: 40% dos países avaliados não possuem um mecanismo estabelecido de avaliação de tecnologia para ferramentas digitais – o Brasil é um deles, segundo a pesquisa.

O material também afirma que as soluções de saúde e tecnologia nem sempre são amigáveis ou acessíveis para clínicos ou pacientes. As ferramentas de saúde digital devem estar alinhadas às habilidades e treinamento da força de trabalho, incluindo diferentes gerações, e devem ser acessíveis para os pacientes. Os especialistas entrevistados argumentam não se pode depender apenas de tecnologias e algoritmos: o julgamento clínico também vem da compreensão humana. 

Além disso, o relatório conclui que as ferramentas de saúde digital podem aumentar os problemas de equidade. Apenas 40% dos países possuem programas de alfabetização em saúde para pacientes e a população em geral, além de um plano ou estratégia nacional de alfabetização em saúde. O acesso à internet também é restrito em nível nacional e em países específicos.

Telemedicina como uma das soluções

Como solução, os especialistas sugerem ampliar o acesso aos serviços de telemedicina, especialmente em áreas remotas, e estabelecê-la como uma prioridade. Positivamente, a maioria dos países possui programas de telemedicina para monitoramento remoto de pacientes, mas apenas quatro – Austrália, França, Alemanha e Reino Unido (Inglaterra) – possuem sistemas de monitoramento de implementação. 

Neste contexto, o relatório também incluiu uma pesquisa conduzida por meio de Entrevistas Telefônicas Assistidas por Computador (CATI) e online com 100 consumidores/pacientes em cada país. Com base nessas entrevistas, o Brasil apresentou o segundo maior índice de pessoas que já haviam realizado teleconsulta (58%), atrás apenas dos Estados Unidos (59%).

A publicação foi encomendada pela Roche Diagnóstica.

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