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Preços de órteses, próteses e materiais especiais ficam estáveis em julho

Por Medicina S/A

O Índice de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (Índice OPME) se manteve próximo da estabilidade no mês de julho de 2024, com redução de apenas 0,03% com relação ao mês anterior. Desenvolvido em parceria pela Fipe e pela Bionexo, empresa de tecnologia SaaS para gestão em saúde, o Índice OPME monitora os preços de produtos transacionados entre fornecedores e hospitais na plataforma Opmenexo, responsável por mais de 3 mil cotações diárias de preços para mais de 45 mil itens do segmento.

Em comparação com outros índices e preços da economia brasileira, o resultado mensal do índice ficou abaixo das variações registradas pelo IPCA/IBGE (+0,38%), que mede a inflação ao consumidor; pelo IGP-M/FGV (+0,61%), que abarca a inflação ao consumidor, a inflação no atacado e os custos da construção civil; além da taxa média de câmbio (+2,84%). Por outro lado, o comportamento do Índice OPME superou a variação média dos preços dos medicamentos para hospitais, conforme mostrou a última apuração do IPM-H (-0,19%).

Elaboração: Fipe, com base em dados de transações da Plataforma Opmenexo

Entre as especialidades que compõem a cesta de cálculo do Índice OPME, os resultados mensais foram mistos, refletindo um equilíbrio que explica o comportamento médio perto da estabilidade. Mais especificamente, as variações de preço apuradas foram as seguintes: sistema digestivo e anexos (+0,41%); sistema musculoesquelético e articulações (+0,17%); cabeça e pescoço (+0,16%); sistema genital e reprodutor (-0,06%); sistema cardiocirculatório (-0,07%); sistema nervoso central e periférico (-0,5%); e sistema urinário (-1,04%).

Até o mês de julho de 2024, o Índice OPME registrou um aumento médio de 0,15% nos preços de órteses, próteses e materiais especiais. Entre as especialidades da cesta de cálculo do índice, as variações acumuladas nesse período foram as seguintes: sistema cardiocirculatório (+2,48%); sistema nervoso central e periférico (+0,42%); sistema genital e reprodutor (+0,25%); cabeça e pescoço (+0,16%); sistema digestivo e anexos (-0,07%); sistema urinário (-1,92%); sistema musculoesquelético e articulações (-2,08%).

Nos últimos 12 meses encerrados em julho, os preços de órteses, próteses e materiais especiais exibem uma valorização de 0,33%. Nesse período, as variações de preço do Índice OPME foram de: sistema cardiocirculatório (+2,97%); cabeça e pescoço (+1,83%); sistema musculoesquelético e articulações (-0,78%); sistema genital e reprodutor (-0,79%); sistema urinário (-0,85%); sistema nervoso central e periférico (-1,28%); sistema digestivo e anexos (-2,33%).

De acordo com Bruno Oliva, economista e pesquisador da Fipe: “a variação registrada pelo Índice OPME em julho de 2024 (-0,03%) pode ser explicada pelo relativo equilíbrio entre os aumentos e recuos nos preços de diferentes especialidades que compõem sua cesta de cálculo, exemplificada pelo contraste entre sistema digestivo e anexos (+0,41%) e sistema urinário (-1,04%). Comprada ao seu histórico, a variação foi similar aos resultados observados no mesmo mês em anos anteriores da série do índice, especialmente em 2021 (+0,01%) e 2022 (-0,05%). A despeito do resultado recente, o Índice OPME ainda se manteve em território positivo no balanço parcial do ano (+0,15%) e nos últimos 12 meses (+0,33%)”

Desde o início de sua série histórica, o Índice OPME exibe um ligeiro recuo de 0,15%. Em termos desagregados, os preços por especialidade apresentaram o seguinte comportamento histórico: cabeça e pescoço (+20,16%); sistema musculoesquelético e articulações (+5,56%); sistema nervoso central e periférico (+3,25%); sistema digestivo e anexos (-1,27%); sistema genital e reprodutor (-2,62%); sistema urinário (-3,49%); e sistema cardiocirculatório (-8,27%).

Por dentro do índice

O Índice de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (índice OPME) é o primeiro indicador dedicado a analisar o comportamento de preços de produtos e materiais transacionados entre fornecedores e hospitais no mercado brasileiro e é resultado da parceria entre Fipe e Bionexo.

A cada mês e para cada material, calcula-se um índice que indique a variação de seu preço em relação ao mês de referência, levando em consideração variáveis que podem ser relevantes para determinar o preço, entre elas: (1) quantidade de itens requisitados no mercado; (2) discriminador de produto (dado que uma única família pode ser composta por múltiplos produtos); (3) localização do hospital e do fornecedor; (4) convênio; e (5) procedimento de urgência.

Os produtos são agrupados em oito especialidades e ponderados de acordo com uma cesta de valor total transacionado na plataforma Opmenexo. O Índice OPME consolida o comportamento dos índices dos preços de cada especialidade.

Apesar de estar correlacionado a outros indicadores, o Índice OPME não mensura ou influencia o comportamento de preços de produtos e materiais no varejo. Ele não reflete diretamente em mudanças ou substituições tecnológicas, nem tem relação direta com os custos de hospitais e planos de saúde. Os dados apontam tendências de preços para negociações entre fornecedores e instituições hospitalares.

Foto: Reprodução

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