fbpx

Quase metade das famílias brasileiras recusaram a doação de órgãos no 1º semestre de 2024; país enfrenta fila de transplantes

Quase metade das famílias brasileiras recusaram a doação de órgãos no 1º semestre de 2024; país enfrenta fila de transplantes

Os dados são da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos.

Por g1 Saúde

Cristina Andrade sofre de fibrose pulmonar idiopática, uma doença crônica. O Profissão Repórter desta terça-feira (8) acompanhou ela no programa de reabilitação, uma fisioterapia que ajuda a melhorar seu condicionamento físico e suportar enquanto espera por um transplante de pulmão.

No primeiro semestre de 2024, foram realizados apenas 46 transplantes de pulmão em todo o Brasil. Mas, de acordo com o Ministério da saúde, mais de 200 pessoas estão na fila.

Para Cristina, a parte mais difícil é a perda de amigos que estavam na mesma situação.

Em quatro anos aqui, já perdi 10 amigos e isso é devastador. Há um mês, perdi minha melhor amiga da fila, a Maria da Glória”, desabafa a aposentada.

A reportagem viajou até Cascavel, a uma hora de Fortaleza, para conhecer a irmã de Glória, que cuidou dela até sua morte.

Ela foi chamada quatro vezes para o transplante. A última vez foi no dia 12 de junho, mas a família do doador voltou atrás. Quando isso acontece, não há o que fazer. O principal para a doação acontecer é a família dizer sim”, relata Maria Auxiliadora Rocha.

A recusa dos familiares em doar órgãos dos parentes é um dos maiores desafios para a fila de transplantes no Brasil. No primeiro semestre deste ano, 45% das famílias se negaram a fazer a doação, de acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos.

É muito difícil, no meio da dor, pensar em ajudar outra pessoa. Mas faço um apelo: se alguém da sua família se declara doador, doe. Quantas vidas você vai poder salvar? A minha irmã não teve essa chance”, conclui a empregada doméstica.

Foto: Reprodução



Opções de privacidade