Urologista reforçou a importância de desmistificar os exames para diagnóstico precoce da doença

Brasília (DF), 13 de novembro de 2024 – Visando a conscientizar os colaboradores em relação à saúde, a Anadem (Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética) realizou uma palestra em alusão ao Novembro Azul, campanha mundial de combate ao câncer de próstata. O evento foi conduzido pelo médico urologista Eduardo Lenza, que destacou alguns desafios enfrentados na luta contra a doença, como a vergonha, associação à fraqueza masculina e, principalmente, o medo do diagnóstico.

Segundo o Dr. Lenza, dois terços dos homens na faixa etária indicada para rastreio nunca realizaram o exame de toque retal, e metade nunca fez o exame de PSA (Prostate-Specific Antigen), sigla em inglês para Antígeno Prostático Específico. A análise é utilizada para detectar sinais de uma proteína produzida pelas células da próstata, cujos níveis no sangue podem indicar a presença de alterações na glândula, incluindo o câncer de próstata.

O câncer de próstata é o segundo mais letal entre os homens, atrás apenas do câncer de pulmão. No Brasil, estima-se que um em cada seis homens será diagnosticado com a doença ao longo da vida. Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) indicam que, anualmente, surgem mais de 70 mil novos casos diagnosticados no País, representando uma taxa de 67,86 diagnósticos para cada 100 mil habitantes.

De acordo com o urologista, os principais fatores de risco incluem homens com mais de 50 anos de idade, ou acima dos 45, caso haja histórico familiar. Outros alertas estão no sobrepeso e em pessoas que fazem abuso de álcool e tabaco. A exposição a metais, radiações e agentes cancerígenos utilizados durante a produção da borracha estão associados ao risco ocupacional para câncer de próstata, como informa o Inca.

O encontro reforçou a importância do cuidado com a saúde masculina e a necessidade de quebrar tabus em torno dos exames preventivos. “É preciso estar atento. Os homens têm esse péssimo hábito de negligenciar a própria saúde, principalmente por ignorância. Mas isso tem mudado e cada vez mais estão conscientes da importância de levar uma vida com bem-estar e qualidade”, disse o presidente da Anadem, Raul Canal.