Do UOL, em São Paulo
As sinapses, conexões existentes entre os neurônios de nosso cérebro, são responsáveis pela formação contínua de novas memórias. Contudo, a capacidade de memorização e aprendizagem diminui drasticamente com o envelhecimento em muitas pessoas. Haveria uma forma de evitar isso? Segundo um recente estudo, uma substância produzida pelo próprio corpo é o elixir contra o esquecimento.
Em artigo publicado no periódico Plos, pesquisadores das universidades de Berlim e Göttingen, na Alemanha, e Graz, na Áustria, mostram que a espermidina, composto orgânico envolvido no metabolismo celular, pode ajudar a evitar alterações sinápticas relacionadas com a idade.
As mudanças nas sinapses são causadoras de demências e estão associadas a outras doenças, como o mal de Alzheimer. Ao atuar nos neurônicos, a espermidina protegeria as sinapses da perda de memória típica da idade.
O estudo explica que o processo de perda de memória está associado a uma redução do espaço operacional entre neurônios. Essa redução é que inviabilizaria a formação de novas memórias. A espermidina funcionaria impedindo estas mudanças.
Memória de mosca
Assim como os humanos, a mosca da espécie Drosophila melanogaster (a mosca da fruta) também sofre com a perda de memória. Foi estudando moscas que os cientistas chegaram às conclusões sobre o comportamento dos neurônios na idade avançada e a ação da espermidina.
Eles observaram que a perda de memória no inseto está relacionada a uma redução do nível de espermidina. Assim, fizeram a experiência de introduzir a substância na dieta das moscas. O que se verificou foi um inesperado cenário de redução de déficits de memória nas moscas que receberam o suplemento alimentar.
Com o estudo, uma nova perspectiva para o estudo da memória e a busca pela cura de demências associadas à idade se abre. Caso se mostre mesmo eficaz contra o esquecimento em humanos, a espermidina poderá ser usada em estratégias terapêuticas.
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Imagem extraída da NYU Tandon School of Engineering