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Poluição reduz fertilidade e aumenta número de abortos

Por Paula Moura, em colaboração para o Portal UOL

A poluição do ar reduz a fertilidade humana, tanto em mulheres quanto em homens, apontam duas revisões de diversos estudos feitas por médicos do Hospital del Mar de Barcelona e publicadas na revista Fertility and Sterility.

O estudo indica ainda que altos índices de poluição estavam relacionados com o aumento do risco de abortos, tanto em mulheres que engravidaram naturalmente quanto nas que realizaram fertilização in vitro.

Miguel Ángel Checa e sua equipe estudaram os efeitos da poluição por material particulado, óxidos de nitrogênio (NOx), monóxido de carbono (CO), dióxido de enxofre (SO2) e ozônio (O3).

“Foi produzido muito conhecimento nos últimos anos, tanto com estudos em humanos quanto em animal”, diz Mariana Matera Veras, pesquisadora do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), que estuda os efeitos da poluição na reprodução. “Os indícios são muito fortes, mas ainda faltam mais estudos com humanos para confirmar a relação causal.”

Material particulado
A maior ação na fertilidade é do material particulado 2,5, que, ao ser inalado, chega à corrente sanguínea e atinge as células, mas os outros poluentes também influenciam diretamente a queda da fertilidade e o aumento do aborto.

Veras explica que o material particulado causa maior impacto negativo porque diversas substâncias presentes nesse material, como metais e hidrocarbonetos, são capazes de agir como hormônio e mudar o metabolismo. Essas partículas também podem se acumular nos ossos ou no tecido adiposo.

“Quando a mulher está grávida, toda reserva de gordura e minerais nos ossos é disponibilizada para o bebê. Há uma demanda grande de cálcio para formação do novo ser e com isso pode vir esse monte de poluentes”, diz.

Os poluentes gasosos podem causar inflamações, mas são dissolvidos. Eles afetam a reprodução depois que a inflamação já se tornou crônica.

Abortos
Ainda não se sabe exatamente como a poluição provoca o aborto. “É muito complexo o número de substâncias envolvidas para fazer a sinalização do tempo certo do embrião e do útero”, explica a pesquisadora. A rejeição do embrião pode ocorrer tanto por ele estar malformado ou porque o endométrio não está preparado para recebê-lo.

A revisão espanhola também mostrou que o índice de fecundidade, que é a capacidade da mulher engravidar em um ciclo desprotegido, foi afetada. Eles observaram que leva mais tempo nas regiões poluídas.

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