Estudo avaliou 222 drogas aprovadas entre 2001 e 2010. Ao todo, 32% tiveram algum problema de segurança após sua entrada no mercado
Por France Presse
Quase um de cada três novos fármacos aprovados nos Estados Unidos apresenta um problema de segurança após sua entrada no mercado ser autorizada, afirmaram nesta terça-feira (9) pesquisadores americanos. Embora raramente esses problemas sejam graves o suficiente para determinar a retirada do medicamento do mercado, os pesquisadores avaliam que os novos produtos deveriam ser monitorados durante anos depois de serem disponibilizados ao público.
Essas são as conclusões de um estudo publicado na revista “Journal of the American Medical Association” (JAMA). Segundo a pesquisa, terapias inovadoras conhecidas — como medicamentos biológicos, medicamentos psiquiátricos e remédios que foram aprovados pela via rápida da Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA), órgão equivalente à Anvisa — são mais propensos a necessitar de advertências de segurança adicionais após sua aprovação.
Para o estudo, pesquisadores da Universidade Yale analisaram 222 novos medicamentos aprovados entre 2001 e 2010, acompanhando-os até fevereiro de 2017. No total, 32% (71) dos novos remédios tiveram algum resultado deficiente de segurança após a aprovação, segundo a pesquisa.
Três fármacos foram retirados do mercado por motivos de risco para a saúde: Valdecoxib, um anti-inflamatório; Tegaserod, utilizado para o tratamento da síndrome do intestino irritável; e Efalizumab, uma droga usada para tratar a psoríase.
“Muito raramente há uma retirada de drogas (do mercado), mas existe, mais comumente, uma caixa preta de advertência, ou um comunicado para avisar sobre a segurança de um fármaco emitido pela FDA”, disse Joseph Ross, professor de medicina e saúde pública na Universidade de Yale.
Segundo os pesquisadores, os resultados do estudo indicam que a frequência de problemas de segurança encontrados após a aprovação de um medicamento apontam para a necessidade de monitorar com mais atenção os remédios depois que eles são lançados no mercado.
Foto: CDC/ Amanda Mills