Segundo a ciência, existem, sim, fatores que ajudam e atrapalham a (por vezes, árdua) tarefa de engravidar
Por Luiza Guerim e Sílvia Lisboa, do Saúde é Vital
A dificuldade em ter filhos acomete (e, naturalmente, frustra) vários casais. E muitos são os “vilões” acusados de afastar possíveis visitas da cegonha. Você já parou para pensar, no entanto, que alguns de seus hábitos mais queridos podem estar diminuindo sua fertilidade? Pois a ciência comprovou que álcool, cigarro e cafeína podem ter, afinal de contas, culpa no cartório.
Entenda como estas substâncias, parte do cotidiano de alguns brasileiros, atuam a fertilidade de um casal:
Bebida alcoólica atrapalha a fertilidade?
O consumo excessivo é, de fato, prejudicial. Segundo uma pesquisa dinamarquesa, beber mais de cinco copos por semana afeta a qualidade do sêmen — quanto mais álcool, pior. Nas mulheres, porém, a ingestão de até 14 copos por semana não teria efeito, de acordo com outro levantamento feito na Dinamarca. Existem até indícios de que o vinho tinto ajudaria nesse sentido, embora o motivo não esteja elucidado. De qualquer forma, já está bem estabelecido que o abuso diário — ou no fim de semana — mina a saúde e o sonho de ser pai e mãe.
E cigarro e drogas recreativas?
Estes atrapalham e muito! Em 1985, um estudo publicado pela Associação Médica Americana já advertia que fumantes demoram mais para conceber — o cigarro provoca até perda de óvulos. “Mulheres que fumam entram na menopausa de três a quatro anos antes das demais”, nota, ainda, o expert em reprodução humana Giuliano Bedoschi, diretor da Clínica Mater Prime, em São Paulo. Drogas recreativas também têm efeito negativo. O uso regular de maconha pode elevar a taxa de infertilidade nas mulheres e reduzir a contagem de espermatozoides nos homens. Já a cocaína prejudica a formação dos gametas masculinos.
A cafeína dificulta as coisas?
Só se houver abuso. Estudos indicam que há um aumento do risco de subfecundidade (um atraso maior para conseguir conceber) em mulheres que exageram na dose. Um deles, feito em cinco países europeus, observou o atraso na concepção com mais de cinco xícaras de café diárias. Homens também seriam afetados. No Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos, viu-se que aqueles que tomavam duas ou mais doses de expresso por dia tinham mais dificuldades de ser pai durante a fertilização in vitro. Que fique claro: o problema mora no excesso. “De uma a duas xícaras por dia não atrapalham a fertilidade nem a gestação”, garante Melissa.
Foto: Bruno Marçal/SAÚDE é Vital