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Estudo mostra que variação de peso na pandemia está relacionada à depressão

Pesquisa com mais de 4 mil espanhóis revela que a maioria das pessoas não engordou nem emagreceu durante o isolamento

 

Por Metrópoles

 

Para evitar que o novo coronavírus fizesse um estrago ainda maior na sociedade, governos e autoridades sanitárias ao redor do globo decretaram a necessidade de a população ficar em casa e evitar sair à rua. Depois de meses de distanciamento, a rotina, os hábitos alimentares e de exercícios, no mundo todo, se transformaram.

Porém, de acordo com um estudo feito na Espanha e publicado no jornal científico Obesity Research & Clinical Practice, a mudança na balança não foi tão percebida assim, e a saúde mental teve grande interferência nessa situação.

Mais de 4.300 espanhóis entre 16 e 84 anos responderam ao questionário da Universidade de Oviedo. A maioria deles, 52,88%, declarou não ter mudado de peso durante o isolamento. Dos restantes, 25,82% perceberam ter engordado e 21,27% emagreceram. A variação maior está entre homens e indivíduos obesos – pessoas mais velhas tiveram maior estabilidade na balança.

Segundo os pesquisadores, sintomas de depressão estão ligados às mudanças de peso, seja para mais ou para menos. “Todos os estudos até agora indicam que a situação estressante causada pela Covid-19 levou à mudança no peso dos indivíduos por conta de hábitos de alimentação não saudáveis (fome emocional, alimentação restritiva e muitos lanches). A adaptação ruim aos comportamentos alimentares foi identificada em todas as pessoas, mas obesos mostraram maior variação de peso”, escrevem os cientistas no estudo.

Além disso, os pesquisadores perceberam que as pessoas com as maiores diferenças na balança mostravam sinais depressivos, enquanto aqueles que se consideram otimistas e fazem exercícios moderados ou intensos com frequência não tiveram variação de peso.

“O estresse da Covid-19 pode ter desencadeado sintomas depressivos entre indivíduos, o que levou a comportamentos alimentares piores e grandes mudanças de peso. Pessoas otimistas tendem a ser confiantes com as mudanças da vida, mais resilientes”, dizem os responsáveis pelo levantamento.

Quanto à atividade física, como esperado, pessoas que praticaram menos exercício tiveram maior ganho de peso. “Otimismo e atividade física parecem ser ‘elementos de proteção’ e devem ser promovidos”, escrevem os pesquisadores.

Fator de risco

A obesidade é um dos fatores de risco para o desenvolvimento de quadros graves de Covid-19. De acordo com os estudos que foram publicados até o momento, o índice de massa corporal (IMC) acima do padrão seria tão relevante quanto a idade do paciente.

 

Foto: iStock

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