Relatório assinado por especialistas de 25 países mostra que cuidar da saúde dos olhos pode trazer benefícios econômicos globais de US$ 411 bilhões por ano
Por Revista Galileu
De acordo com o novo relatório da Comissão sobre a Saúde Global dos Olhos, publicado nesta terça-feira (16) jornal The Lancet Global Health, 1,1 bilhão de pessoas vivem com deficiência visual não tratada. A grande maioria delas (90%) reside em países de baixa e média renda, principalmente na Ásia e na África Subsaariana. Até 2050, a estimativativa é de que esse número aumente para 1,8 bilhão.
Em 2020, cerca de 596 milhões de pessoas em todo o mundo tinham algum problema como catarata, glaucoma ou complicações oculares relacionadas ao diabetes. Dessas, 43 milhões são cegas; outros 510 milhões não conseguiam ver objetos próximos simplesmente por falta de óculos.
A Comissão, comandada por 73 especialistas de 25 países (incluindo o Brasil), pede que os cuidados com a visão sejam incluídos nos principais serviços de saúde e políticas de desenvolvimento, argumentando que isso é essencial para alcançar a cobertura universal de saúde e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas para 2030. Segundo a entidade, melhorar a saúde ocular tem benefícios imediatos e substanciais para a prosperidade econômica e social de indivíduos e nações.
“É inaceitável que mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo vivam desnecessariamente com deficiência visual tratável”, afirma o professor Matthew Burton, copresidente da Comissão, em nota. “A deficiência visual leva a efeitos prejudiciais para a saúde, o bem-estar e o desenvolvimento econômico, incluindo educação reduzida e oportunidades de emprego, isolamento social e menor expectativa de vida.”
O relatório também traz novas estimativas que indicam que lidar com a perda de visão evitável pode trazer benefícios econômicos globais de US$ 411 bilhões por ano. “Quando pensamos em saúde ocular, os benefícios socioeconômicos podem não vir imediatamente à mente. O tratamento da deficiência visual evitável juntamente com o aumento do acesso aos serviços de reabilitação da visão e a criação de ambientes mais inclusivos são maneiras práticas e econômicas de desbloquear o potencial humano”, ressalta Bonnielin Swenor, professora associada do Instituto Johns Hopkins Wilmer Eye, nos Estados Unidos, e coautora do relatório.
Foto: Heather Suggitt / Unsplash