Goiânia/GO: médicos aderem à greve e denunciam ameaças. Profissionais irão parar a partir de domingo.
Os médicos da rede municipal decidiram ontem que também vão aderir à greve dos profissionais de saúde a partir de domingo. Eles alegam que não há estrutura para atendimento, a segurança é deficiente, e ainda denunciam também que foram vítimas do corte de direitos trabalhistas e benefícios. A Prefeitura de Goiânia informa que entrará em contato com representantes da categoria, na tentativa de evitar a paralisação.
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) denuncia que os médicos estão sendo alvo de ameaças, agressões e constrangimento por parte de pacientes e acompanhantes, desde o início da greve na saúde, na segunda-feira (13). O presidente do Conselho, Erso Guimarães chegou a enviar um ofício ao governador Marconi Perillo, ao prefeito Paulo Garcia, à Secretaria Estadual de Segurança Pública, à Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia e ao Ministério Público Estado solicitando que medidas sejam adotadas com urgência para garantir a segurança e a continuidade do trabalho dos médicos lotados na rede pública municipal de saúde da capital.
Erso Guimarães explica que com as unidades lotadas, sem profissionais para a triagem dos pacientes, os médicos ficam vulneráveis e estão sendo vítimas de agressões por parte de pessoas que buscam a rede pública e não encontram um atendimento adequado em razão da greve, que veio agravar as precárias condições de funcionamento destes serviços, um problema já denunciado pelo Cremego.
Diante desta situação e em busca de uma solução imediata para o problema, o Cremego solicitou às autoridades competentes a adoção de providências, por meio da Polícia Militar de Goiás, para garantir a segurança dos médicos. O Conselho reivindicou a adoção das medidas com a máxima urgência.
Samu
Em assembleia dos servidores da saúde de Goiânia, na manhã desta quinta-feira (16), os funcionários do Serviço de Atendimento Movél de Urgência (Samu) anunciaram que também irão aderir ao movimento grevista.
Cuiabá/MT: médicos continuam greve
Apesar de considerada ilegal pela Justiça, a greve dos médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) continua em Cuiabá. Com isso, o atendimento à população resume-se aos percentuais estipulados por lei, ou seja, 100% nas urgências e emergências e 30% nas demais unidades, como PSFs.
A decisão judicial, em caráter liminar, proferida pela desembargadora Maria Helena Póvoas, atendeu a um pedido da Prefeitura de Cuiabá, que, por meio da Procuradoria Municipal, alegou que a greve é prematura, tendo em vista que o processo de negociação acerca das reivindicações da categoria ainda está ocorrendo.
Porém, além de recorrer, o Sindicato dos Médicos (Sindimed) pede a execução judicial do acordo coletivo firmado de fevereiro deste ano, no Tribunal de Justiça (TJ). A categoria afirma que o acordo foi descumprido e cobra a contratação emergencial de médicos para as unidades. A paralisação teve início da tarde da última sexta-feira (10).
De acordo com presidente do Sindicato dos Médicos (Sindimed), Eliana Maria Siqueira, existe um déficit de até 50% de profissionais para atender a demanda, em especial, nas policlínicas e Unidade de Pronto de Atendimento (UPA). “Se não tem médico na UPA é porque a prefeitura não contrata”, acusa.
Segundo Eliana Siqueira, a audiência entre representantes do sindicato e da prefeitura, que estava prevista para acontecer na próxima sexta-feira (17), foi antecipada para esta tarde no TJ. Entretanto, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) não confirmou a informação.
Por meio da assessoria de imprensa, a SMS garantiu ainda que qualquer caso de recusa de atendimento sob justificativa de greve o Sindimed será notificado e deverá pagar multa por descumprimento da ordem judicial, no valor de R$ 20 mil/dia. A assessoria não informou se haverá corte de ponto.
Fontes: http://www.folhamax.com.br/, http://www.opopular.com.br/
Foto: Ginny, via Flickr