Médico americano Rodney Willoughby que conseguiu tratar paciente com raiva acompanha caso no Estado.
Criado pelo médico americano Rodney Willoughby, o protocolo para tentar salvar os pacientes com raiva será aplicado em um paciente em Mato Grosso do Sul. O tratamento teve que ser autorizado pela família. “Foi assinada uma autorização e a partir daí começamos o tratamento”, afirma o médico infectologista Maurício Pompílio.
Casos de raiva humana no Estado não são registrados há 20 anos. Na sexta-feira (17), um homem de 38 anos, morador de Corumbá, foi diagnosticado com a doença. Ele foi atendido na unidade do município do interior e depois transferido para o Hospital Universitário, em Campo Grande. “Ele foi mordido por um cachorro na rua e só procurou atendimento depois de sentir alguns sintomas, como a dificuldade para engolir”, explica Maurício.
Apesar de um caso grave, o paciente, segundo o médico infectologista, está com quadro estável, sedado e respirando com ajuda de aparelhos. Os médicos estão utilizando o protocolo que salvou a vida de uma paciente nos Estados Unidos, em 2004 e em um paciente no Brasil, em 2008. O protocolo do médico Rodney Willoughby consiste no uso de um sedativo forte e um medicamento antiviral. O sedativo reduz atividade do cérebro e o antiviral ajuda o corpo a combater o vírus no organismo.
Pompílio explica que a pessoa que acredita que teve contato com um cachorro com raiva ou morcegos, deve procurar a unidade de saúde. “A transmissão de humano para humano é difícil. Já no caso de uma mordida ou até mesmo a lambida do animal, a infecção pode ocorrer. Na duvida, o certo é procurar atendimento na unidade de saúde”, aconselha. O médico acrescenta: “A raiva pode apresentar os sintomas em 40 dias ou até um ano, por isso a pessoa que acredita que teve algum contato, mas não apresentou sintomas, deve ficar alerta e procurar o médico”, atenta.
A raiva é uma doença letal, mas os médicos estão otimistas com o protocolo desenvolvido nos Estados Unidos. “Não podemos descartar que é uma doença letal, mas há chances de recuperação sim, já que ele procurou atendimento quando apareceu os primeiros sintomas, ainda não estava com os sintomas mais graves. Agora estamos usando o mesmo protocolo usado nos Estados Unidos e no Recife que salvaram vidas”, conta.
O médico infectologista informou que já entrou em contato com Rodney, que disse que irá acompanhar e ajudar no caso, via internet, no que for necessário.
Fonte: http://www.diariodigital.com.br/
Foto: 7and, via Wikimedia Commons