Yani Emanuely de Souza, de 2 anos, não resistiu a parada cardíaca. Mãe reclama do atendimento em hospitais de Descalvado e São Carlos.
A Polícia Civil de Descalvado (SP) abriu um inquérito para apurar a morte de uma menina de 2 anos. Yani Emanuely dos Santos de Souza morreu depois de ser atingida por um tanque de lavar roupas na quarta-feira (29), na zona rural da cidade. A mãe da criança, Nivalda Cardoso dos Santos, reclama do atendimento nos hospitais pelos quais a filha passou.
O delegado responsável pelo caso, João Alaor Garcia, informou que irá ouvir os responsáveis pelos hospitais, a família e outras testemunhas para verificar se houve negligência dos médicos. O boletim de ocorrência foi registrado como morte suspeita e, na declaração de óbito, a causa da morte teria sido traumatismo craniano.
Vizinha da família, Alzira Almeida contou que o tanque era de cimento e foi trocado por um de plástico após o acidente. Segundo ela, a mãe da criança tomava café com uma amiga e, quando as duas se levantaram para lavar a louça, a criança correu para perto do tanque, que tombou. “Tiraram o tanque de cima dela, pegaram o carro e levaram ela na hora para o hospital”, disse.
A criança foi levada para o pronto-socorro da Santa Casa de Descalvado. Foi realizado um exame de raio-X da cabeça e, em seguida, a menina foi encaminhada para a pediatria do hospital, mas, segundo a mãe, nenhum médico examinou a garota e foi ela que percebeu uma mancha na barriga da filha.
“Comecei a olhar dedo, orelha para ver se não tinha sangrado e, quando cheguei na barriga, tinha uma marquinha muito pequena. Quando coloquei a mão em cima, ela colocou a mão dela sobre a minha e disse que estava doendo”, contou Nivalda.
De acordo com a mãe, após a descoberta, a menina teve que esperar duas horas na ambulância pela transferência para São Carlos, até o pai apresentar todos os documentos necessários. Ela foi levada para a cidade vizinha às 20h e precisou esperar mais duas horas por atendimento. Foi submetida a uma cirurgia, mas não resistiu.
Atendimento
O médico que estava de plantão em Descalvado disse que a criança chegou com uma lesão aparente apenas no rosto. Segundo ele, ela ficou em observação e, durante a internação na pediatria, apareceu uma mancha roxa no abdômen e a menina começou a reclamar de dor. Como o hospital não tem especialista nem equipamentos para exames, Yani foi transferida para São Carlos.
A Santa Casa de São Carlos, por sua vez, informou ao Jornal da EPTV que a criança foi atendida pela equipe de plantão do pronto-socorro e passou por uma tomografia. Por causa da urgência do caso, ela foi para a cirurgia, mas depois do procedimento, já na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), não resistiu a uma parada cardíaca.
Cuidados
O pediatra Normando Lima explicou que, em acidentes como esse, normalmente o peito e a barriga são atingidos e muitas vezes os sintomas não aparecem na hora. “Tem que ser feito ultrassom da barriga, raio-x de tórax porque o pulmão pode ser lesado ou mesmo o coração. E tem que ser visto por um cirurgião para que avalie se necessita de imediato fazer uma cirurgia exploradora”, disse.
Ele também reforçou que o único jeito de evitar acidentes como o de Yani é chumbando o tanque. “O maior número de acidentes com crianças acontece dentro de casa. Fixe, chumbe o tanque para que ele não possa rodar”, alertou.
Fonte: http://g1.globo.com/
Foto: Derek Gavey, via Flickr