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Idosa morre após esperar 50 dias por cirurgia de fêmur em hospital do DF

Paciente tinha 88 anos de idade; cirurgia chegou a ser adiada quatro vezes. Família fala em descaso; GDF diz que cuidados necessários foram dados.

A aposentada Maria Abadia, de 88 anos, morreu neste sábado (20) após esperar por uma cirurgia no fêmur por 50 dias no Hospital Regional de Santa Maria, no Distrito Federal. O risco de morte caso ela não fosse operada com urgência constava no relatório médico da paciente.

As cirurgias foram adiadas quatro vezes, a última no dia 14 deste mês. Na época, os médicos alegaram que o estado de saúde dela havia piorado e que, por causa da idade, os riscos seriam maiores. A família afirma que houve descaso.

A Secretaria de Saúde informou que a morte ocorreu por infecção no pulmão e insuficiência cardíaca, não em decorrência da fratura. A pasta disse que Maria recebeu todos os cuidados necessários e que não havia indicação médica para uma internação na UTI. O governo também afirmou que a prioridade no atendimento “não é avaliada por idade e, sim, por quadro clínico”.

Maria Abadia caiu em casa e quebrou o fêmur. Assim que chegou no hospital, aparentava estar bem e até posou para uma foto. No final de maio, estava debilitada e com dores. Segundo uma das filhas da Maria, Rosana Martins, ela nunca precisou de remédios apesar de ter a doença de Chagas.

Para Rosana, a demora pela operação é um dos motivos para a morte da mãe. “Uma vez ela chegou a ficar cinco horas no centro cirúrgico. A gente pensando que ela estava sendo operada, nos chamaram e falaram que a cirurgia tinha sido cancelada novamente. É desumano, negligência médica.”

O atestado de óbito mostra que a causa da morte foi infecção generalizada, pneumonia, fratura da perna e o problema no coração causado pela doença de Chagas. A família afirma que pediu prioridade no tratamento várias vezes para os médicos, sempre negada, segundo uma filha dela.

“Eu falei: ‘Doutor, ela não está precisando de uma UTI?’ Ele disse assim: ‘Olha, outra vez eu vou ser bem franco com a senhora. Aqui é o seguinte, ela tem 88 anos, você vê que o quadro dela está bem avançado. A gente não vai deixar de dar uma vaga de UTI para um cara, por exemplo, que tem 50 anos para a frente de vida para dar para uma pessoa na idade dela, no estado dela, que não tem mais 90 dias de vida, digamos. Aqui funciona assim’. A gente não entende nada, é leigo e fica nas mãos deles”, relatou outra filha, Maria José Bueno.

Fonte: http://g1.globo.com/
Foto: Tim Samoff, via Flickr

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