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Segundo medicamento contra o Alzheimer pode ser aprovado ainda neste ano nos EUA

Pacientes que tomaram o medicamento no estudo tiveram progressão da doença 35% mais lenta do que aqueles que receberam placebo

Por CNN Brasil

A aprovação total neste mês do medicamento Leqembi, para tratamento do Alzheimer, marcou uma mudança histórica no tratamento da doença: pela primeira vez, os médicos têm uma medicação para prescrever que comprovadamente retarda a perda de memória e da capacidade de realizar tarefas diárias.

Um segundo medicamento pode se juntar ao lecanemab –cujo nome comercial é Leqembi– no mercado até o fim do ano: o donanemab, da Eli Lilly.

A fabricante afirmou em um comunicado à imprensa que concluiu a submissão do medicamento à Food and Drug Administration (FDA) dos EUA –órgão semelhante à Anvisa no Brasil– e espera uma ação regulatória até o fim do ano.

Estima-se que mais de 6 milhões de norte-americanos tenham Alzheimer, com cerca de 1 milhão estimado nos estágios sintomáticos iniciais, em que essas drogas mostraram benefícios.

Porém, embora os medicamentos sejam os primeiros a frear a progressão aparentemente inexorável da doença de Alzheimer, especialistas questionaram o grau de seu benefício em uma série de editoriais publicados na segunda-feira no “Journal of the American Medical Association”, juntamente com os dados do donanemab.

Tanto o Leqembi quanto o donanemab funcionam eliminando os acúmulos de uma proteína no cérebro chamada amilóide, uma marca registrada da doença de Alzheimer.

“Donanemab foi muito eficaz na eliminação de seu alvo, o amilóide cerebral, mas o efeito clínico foi comparativamente fraco”, escreveram Jennifer Manly, do Columbia University Irving Medical Center, e Kacie Deters, da University of California, Los Angeles, em um editorial.

Os pacientes que tomaram o medicamento no estudo com mais de 1.700 pessoas tiveram progressão da doença 35% mais lenta do que aqueles que receberam placebo ao longo de um ano e meio em uma medida chamada Escala Integrada de Avaliação da Doença de Alzheimer, ou iADRS, mostraram os resultados. Isso equivalia a uma perda de seis pontos em uma escala de 144 pontos para aqueles que tomavam a droga, em comparação com uma perda de nove pontos para aqueles que tomavam placebo.

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Em outro editorial no “Journal of the American Medical Association”, os pesquisadores tentaram colocar esse resultado e outros do estudo em termos da vida real: para pacientes que tomam donanemab, há um risco menor de progredir de comprometimento cognitivo leve ou de total independência nas atividades diárias para leve demência, necessitando de auxílio em algumas atividades diárias; ou de progredir de demência leve a moderada, necessitando de alguma ajuda com o autocuidado básico.

Lilly avaliou pacientes em grupos com base em seus níveis de outra proteína associada ao Alzheimer, chamada tau, e a redução de 35% na progressão da doença foi observada naqueles com níveis baixos a médios, considerados em estágios menos avançados da doença do que aqueles com níveis mais altos. Quando aqueles com níveis mais altos foram incluídos, o benefício foi de 22% em relação ao placebo.

Foto: Hal Gatewood/Unsplash

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