A morte de uma idosa de 63 anos depois dela passar por uma sessão de hemodiálise em uma clínica particular em Cuiabá, está sendo investigada pela Polícia Civil. Maria Alexandrina Rodrigues da Silva morreu após passar mal em 25 de julho, um dia após o procedimento médico. Os parentes alegam que a equipe que atendeu a mulher na clínica não teria prestado o atendimento devido, o que, segundo eles, seria a razão da morte. A clínica, no entanto, nega qualquer irregularidade.
Maria morava com um filho no Bairro Lixeira, na capital. Ela era hipertensa e descobriu que tinha insuficiência renal crônica. Desde então, passou por tratamento médico e dietas. De acordo com a família, os rins dela já não estavam mais funcionando da forma correta e, por conta dessa deficiência renal, foi levada ao Centro Nefrológico de Cuiabá (Cenec), que também atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Era a primeira sessão de hemodiálise que ela iria receber.
A responsável pelo Cenec, a médica nefrologista Paulete Dossena Grando, informou ao G1 que a paciente foi atendida de forma correta e que os médicos seguiram todas as normas padrões da área especializada.
Além disso, a clínica afirmou que família foi informada do procedimento e estava ciente de todos os riscos que a idosa poderia vir a sofrer após a hemodiálise, justamente por se tratar de uma pessoa com estado de saúde grave. A médica garantiu ainda que não houve nenhuma complicação no atendimento e que Maria foi liberada dentro da normalidade.
“Ela tinha que colocar o cateter e o médico furou o pescoço, tanto do lado esquerdo quanto do direito. Na hora ele disse que não conseguiu achar a veia e então colocou na perna, perto da virilha. Ela fez a sessão de hemodiálise e foi pra casa. Mas no mesmo dia ela passou mal, sentindo dor no pescoço e apresentando inchaço”, disse a nora da idosa, Cláudia Lúcia Villas Boas.
Depois desse procedimento, a paciente reclamava de dores no pescoço e o médico receitou que ela tomasse dipirona caso essas dores persistissem. Segundo a família, já de repouso em casa, o lado esquerdo do pescoço da idosa começou a inchar e apresentou um grande sangramento. Os familiares levaram Maria para dois hospitais particulares, já entre a noite do dia 24 para a madrugada do dia 25 de julho.
“A levamos para o hospital. Entramos com ela e o médico disse que a veia dela tinha sido perfurada e o sangue coagulou por dentro. Ele nos orientou a procurar um médico em outro hospital porque ela precisava de uma cirurgia. No caminho ela não aguentou. Tentaram reanimar, mas ela morreu”, lamentou Cláudia.
Alguns familiares prestaram depoimento à polícia nesta terça-feira (4).
Investigação
A assessoria da Polícia Civil informou que abriu um inquérito para investigar o caso. Inicialmente, policiais da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa de Cuiabá (DHPP) fizeram o atendimento para a liberação do corpo da idosa no hospital particular.
No entanto, o caso é investigado na 2ª Delegacia de Polícia do Carumbé, que aguarda laudos técnicos para dar procedimento na ação.
Fonte: http://g1.globo.com/
Foto: Neusa Cadore, via Flickr